Com investimento de R$ 210 milhões, Hospital do Coração Moinhos traz tecnologias inéditas e assistência de ponta
Portal Setor Saúde visitou a nova estrutura e conversou com lideranças da instituição, parceiros e autoridades.
Com uma estrutura moderna que reúne ciência, tecnologia de ponta e uma equipe médico-assistencial qualificada, o HOSPITAL MOINHOS DE VENTO de Porto Alegre apresentou nesta quinta-feira (21) o seu HOSPITAL DO CORAÇÃO. Com mais de 6.500 m² de área construída, a nova estrutura foi edificada pela CONSTRUTORA TEDESCO (Grupo HTB) com investimento superior a R$ 210 milhões – deste montante quase R$ 40 milhões foram destinados para aquisição de equipamentos menos invasivos e de última geração. A iniciativa faz parte de um ambicioso plano de expansão da instituição para o ciclo 2022-2026. O portal Setor Saúde esteve presente na coletiva de imprensa realizada na manhã de quinta-feira e no coquetel realizado na noite do mesmo dia, com a presença de lideranças e parceiros do Hospital, além de autoridades.
Na coletiva de imprensa, Mohamed Parrini (CEO do Hospital), explicou que o Hospital do Coração foi pensado numa logística diferenciada para facilitar o atendimento da alta complexidade privilegiando uma atenção especial ao que mais importa no atendimento das situações cardíacas: o fator tempo. “Ele foi pensado numa logística única, uma logística para facilitar o atendimento da alta complexidade no que mais importa no atendimento das situações cardíacas, que é o fator tempo.” O CEO acrescentou: “a gente está muito orgulhoso de fazer um investimento tão importante como este. São mais de 200 milhões de reais gerando empregos, contratando serviços aqui e gerando protagonismo para o Rio Grande do Sul.”
Diferenciais
O Superintendente Médico do Hospital, Dr. Luiz Antônio Nasi, ressaltou que a inauguração é um marco para a região. “Hoje é um dia histórico para a cardiologia gaúcha e do sul do Brasil… a cardiologia envolve pediatria, envolve adulto e cada vez mais o adulto idoso com suas peculiaridades. A cardiologia tem trazido grandes avanços, principalmente tornando a cardiologia menos invasiva, mais precisa e muito mais personalizada. Essas são características importantíssimas deste novo hospital, que surge como um grande atrativo em relação ao que ele tem de melhor, que é uma integração de um hospital geral dando suporte a toda a cardiologia.”
O Superintendente Médico destacou dois pontos importantes que diferenciam o Hospital do Coração a nível Brasil. “Nós criamos aqui uma central de quatro salas de alta tecnologia, onde fundamentalmente tem uma tecnologia que não tem em nenhum outro hospital atualmente no Brasil, que envolve e integra imagens… E o segundo grande destaque desse hospital, especialmente desta área, são quatro salas de hemodinâmica, onde nós vamos ter eletrofisiologia, cirurgia vascular da aorta e todos os procedimentos da cardiologia tradicional. Também trabalharemos com um dispositivo de redução de contraste…. Esses dispositivos diminuem em torno 30% do volume de contraste infundido. Isso é algo que também é extremamente importante pois diminui a taxa de radiação para o paciente, toda a equipe, ao redor de 80%.”
Trajetória cardiológica até a concretização do Hospital do Coração
Já a Chefe do Serviço de Cardiologia, Dra. Carisi Polanczyk, ressaltou a trajetória da área de atendimento cardiológico do Hospital. Segundo ela, a edificação é a concretização da maturidade da instituição nesta área. “O serviço de cardiologia foi um dos primeiros serviços de área ênfase estabelecidos pelo Hospital Luiz de Vento há quase mais de 20 anos. Eu tenho que fazer um reconhecimento ao primeiro chefe do serviço de cardiologia, o doutor Jorge Pinto que também deve estar muito contente com esse momento. Era o sonho dele nós termos uma área, um local específico para desenvolver as nossas atividades.”
“Muitas pessoas podem se perguntar: mais um hospital? Precisa? Precisa porque as doenças cardiovasculares ainda continuam sendo a principal causa de morte. Para vocês terem uma ideia, em torno de 300 a 400 mil pessoas morrem por problemas cardíacos no Brasil por ano. Isso significa que a cada minuto pelo menos duas pessoas estão tendo algum problema cardiológico. Então a gente tem que dar uma atenção sim a essa condição”, explicou Polanczyk.
De acordo com informações do Global Burden of Disease (GBD), as doenças cardíacas isquêmicas representam aproximadamente 32,3% dos óbitos decorrentes de doenças cardiovasculares no Brasil, enquanto o Acidente Vascular Cerebral (AVC) corresponde a 27,8% desses casos.
“A Carisi falou de história e, realmente, a gente tem uma história muito bonita para respeitar… estamos pegando o bastão da história e queremos levar esse legado adiante”, completou o Dr. Leandro Zimerman (Coordenador da Eletrofisiologia do Hospital Moinhos de Vento). “Como a gente vai fazer isso? Com alta complexidade e com o aumento do mix de tratamentos. Hoje em dia a gente consegue tratar muitos outros perfis de pacientes que não se conseguia antigamente. Por quê? Porque antigamente não tínhamos muito o que fazer em termos de tratamento para idosos…. Isso mudou completamente. Cada vez mais se consegue tratar os idosos. As pessoas vivem mais e vivem melhor”, completou Zimerman.
O Dr. Marco Wainstein (Médico Cardiologista do Hospital) reforçou: “nós estamos preparados para atender altíssima complexidade no infarto. Nós somos o único centro do Rio Grande do Sul que tem um dispositivo para atendimento de pacientes em choque cardiogênico… não há nenhum hospital que tenha o console dessa bomba portátil chamada Impella, uma bomba de centro centrífugo que fornece perfusão para o paciente em choque cardiogênico, ou choque causado pelo infarto.”
Parrini lembrou ainda que a ciência e a educação estão contempladas no dia a dia do Hospital do Coração, acompanhando a estratégia da instituição como um todo. “Hoje somos uma das maiores pós-graduações em saúde do Rio Grande do Sul. Já fomos autorizados para realizar programas de mestrado e doutorado. Hoje já temos 25 residências médicas, com mais de 120 residentes em diferentes especialidades. Mandamos todos os anos três fellows para instituições afiliadas ao Moinhos de Vento, como a Beth Israel, Mayo Clinic e Johns Hopkins. Enviamos profissionais financiados por nós que voltam e trazem o seu conhecimento apoiando a educação e a pesquisa. Tudo que fazemos hoje é feito integrando a educação e a pesquisa.”
Fator tempo e a preocupação além dos muros do Hospital
O Hospital Moinhos de Vento vem conversando com a EPTC (empresa pública responsável pela mobilidade urbana) para melhorar o acesso viário das pessoas que buscam serviços de emergência no hospital, principalmente para pacientes cardiológicos e neurológicos; uma demonstração de preocupação que vai além dos muros do Hospital. “A gente recentemente teve um almoço com o presidente da EPTC. A Prefeitura é uma grande parceira nas intervenções necessárias para facilitar a vida do paciente… Aqui na rua Ramiro Barcelos a gente pretende ter a autorização para realizar uma intervenção ainda neste ano. Foi esse o motivo do almoço com o presidente da EPTC, para ampliarmos uma das faixas na Ramiro Barcelos… Nós vamos investir sob autorização da Prefeitura para melhorar o acesso onde está a emergência”, completou o CEO do Hospital Moinhos de Vento. Parrini também salientou que o heliponto está plenamente apto a receber pacientes de regiões mais distantes.
Infraestrutura
A instalação dispõe de 33 leitos de CTI, 20 de internação, quatro salas de hemodinâmica para procedimentos em cardiologia e neurovascular, salas de cirurgia e um CME com padrão internacional. As áreas foram projetadas para atender aos requisitos de segurança e eficiência, abrangendo cerca de 5.040 m² destinados às atividades assistenciais em um total de 6.506 m².
O projeto apresenta soluções estruturais desenvolvidas para aprimorar o padrão do cuidado. Cada leito do CTI conta com estativas suspensas, que auxiliam na organização dos equipamentos médicos e facilitam a mobilidade, além de contribuir para a segurança dos pacientes. Dispõe ainda de sistema de trilhos para movimentação e água tratada por osmose reversa, processo utilizado para remover contaminantes como sais, metais pesados, bactérias e vírus.
Os quartos foram ampliados para oferecer mais espaço aos pacientes e familiares durante o período de recuperação. O projeto prevê também um eixo de iluminação natural, o que permite a entrada de luz solar em todos os leitos da UTI, tornando o ambiente mais confortável.
Tecnologia de ponta: Azurion 7 C20, EchoNavigator, Dynamic Coronary Roadmap e Clarity
Um dos equipamentos destaque adquiridos é o sistema Azurion 7 C20, o topo de linha da família Azurion. Este modelo apresenta diversas melhorias desde a qualidade da imagem até funcionalidades e capacidade de atualização constante. Além de melhor assepsia de sala, o sistema permite maior flexibilidade clínica e conta com ferramentas exclusivas da Philips como o Dynamic Coronary Roadmap, Clarity e EchoNavigator em sua última versão.
O EchoNavigator é um sistema que permite a fusão das imagens do ultrassom tipo ecocardiograma transesofágico bidimensional ou até tridimensional em tempo real, com a imagem de raio-x de baixíssima dose permitindo que a equipe médica tenha maior precisão nos procedimentos cardíacos estruturais. O sistema de econavegação com interface direta entre o ecocardiograma transesofágico e angiografia é o único deste modelo no Rio Grande do Sul.
Já o Dynamic Coronary Roadmap é uma ferramenta que sobrepõe imagens já coletadas e imagens em tempo real. Mesmo com o movimento cardíaco, permite à equipe médica reduzir o uso de contraste em pacientes renais crônicos. A redução é de mais de 29%, segundo estudos, e permite tratar casos de coronárias mais complexas.
Por último, o Clarity foi um sistema preparado com a ferramenta de redução de uso de raio-x, que dependendo do tipo de estudo, pode reduzir até 83% a dose emitida, permitindo assim tratamentos mais complexos e longos, reduzindo os riscos das emissões de raio-x para a equipe médica e pacientes.
Sustentabilidade socioambiental: em busca de certificação internacional
Sustentabilidade é um dos pilares do novo Hospital do Coração, que alia eficiência, conforto e mínimo impacto ambiental. O projeto foi desenvolvido seguindo as diretrizes do Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) e está em busca da certificação internacional que reconhece construções verdadeiramente sustentáveis.
Entre os destaques estão as fachadas ventiladas e esquadrias em PVC, que reduzem a necessidade de climatização artificial, uma nova central de água gelada com três chillers de alta eficiência, além de sensores de presença que otimizam o consumo de energia e um sistema de monitoramento inteligente de água e energia.
Essas soluções não apenas diminuem o impacto ambiental, como também garantem eficiência operacional, redução de custos, alinhando sustentabilidade à excelência assistencial.
Impacto econômico
A construção do novo Hospital do Coração impactou positivamente a economia de Porto Alegre, envolvendo 157 profissionais e cerca de 400 fornecedores, principalmente locais. O investimento impulsionou setores como construção civil, transporte, alimentação e serviços. Apesar das enchentes, a obra proporcionou treinamentos que fortaleceram a qualificação da mão de obra local, deixando um legado para a comunidade.
Serviço
Médicos interessados em transferir pacientes externos para o Hospital Moinhos de Vento podem solicitar o serviço através da Central de Atendimento ao Paciente Externo: (51) 3537-8888, disponível para profissionais de todo o território nacional.
O Hospital do Coração é referência no tratamento de:
Arritmias cardíacas.
Doenças valvulares (com reparo ou substituição minimamente invasivos).
Doenças cardíacas genéticas.
Dislipidemia.
Prevenção dos efeitos da quimioterapia no coração.
Insuficiência cardíaca e emergências cardiovasculares complexas.
Veja fotos do coquetel e imagens externas do Hospital do Coração Moinhos
Crédito das fotos: Leonardo Lenskij