Gestão e Qualidade, Tecnologia e Inovação | 31 de outubro de 2020

Com aporte de R$ 86 milhões, Sami se transforma em operadora e quer revolucionar a saúde suplementar

“A Sami é o futuro do serviço que hoje você conhece como plano, convênio ou operadora de saúde”, diz Vitor Asseituno
Com aporte de R$ 86 milhões Sami se transforma em operadora e quer revolucionar a saúde brasileira

A healthtech Sami vem chamando atenção no setor da saúde. Originalmente, a empresa fundada por Vitor Asseituno e Guilherme Berardo em 2018, vinha atuando como uma startup que auxilia as operadoras a terem mais eficiência, por meio de estratégias com forte uso de tecnologias de dados. Mas um importante passo adiante foi dado recentemente. O novo movimento da Sami foi concretizado após ela anunciar no dia 20 de outubro que recebeu aporte de R$ 86 milhões – a maior rodada Série A já registrada para uma startup de saúde na América Latina – coliderado pelo Valor Capital Group e pela Monashees. O montante se soma aos R$ 5 milhões recebidos no ano passado da Redpoint eVentures e Canary e vai subsidiar a entrada da startup no mercado das operadoras de planos de saúde.

Agora no mercado como uma operadora de planos de saúde, a startup diz que conseguirá ter uma maior eficiência em ajudar a identificar o caminho mais adequado para o tratamento do paciente, assim como auxiliar o mesmo a mudar seus hábitos, incentivando-o a buscar a melhora da qualidade de vida. Em seu site oficial, a Sami deixa claro o seu propósito: “A Sami foi criada para ser uma resposta à falência do sistema de saúde brasileiro, para cuidar de verdade das pessoas e tornar a vida melhor para todos: pacientes, as empresas onde trabalham, médicos, hospitais e laboratórios. Nosso sonho é transformar a saúde brasileira em algo simples, fácil, confiável e acessível, que ajude cada pessoa a ser a sua melhor versão.”


“A Sami é o futuro do serviço que hoje você conhece como plano, convênio ou operadora de saúde. A diferença é que os planos que conhecemos se resumem a uma lista de “rede credenciada”. O paciente paga apenas pelo direito de ir a médicos, hospitais e laboratórios. Somos uma plataforma de saúde com um novo conceito de plano: nós planejamos, personalizamos e coordenamos o atendimento de maneira completa”, afirma Asseituno.


O presidente da Sami detalhou para o portal Setor Saúde como será a operação da healthtech como operadora. Asseituno destaca que a Sami tem como objetivo atuar em modelos preventivos e com disponibilização completa de serviços, colocando o paciente como protagonista do seu próprio bem-estar. Ele afirma que um dos objetivos da healthtech é realizar a remuneração baseado no valor do serviço, em que os prestadores são pagos pela qualidade e não pelo volume de procedimentos. O primeiro hospital parceiro da Sami é a BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, onde há uma clínica para atendimento primário incluída na parceria.

Atuação inicial em São Paulo

Asseituno explica que, desde o dia 20 de outubro, quem possuir CNPJ e for da cidade de São Paulo já teve oportunidade de se inscrever em uma lista de espera com condições especiais pelo site www.samisaude.com.br. Os primeiros clientes terão 1 ano grátis de Gympass, plataforma de benefício corporativo de bem-estar com mais de 24 mil academias e mais de 40 aplicativos de saúde. O produto será disponibilizado agora em novembro para quem se inscreveu na lista.

Vitor Asseituno_Sami

Personalização no atendimento

De acordo com o presidente da healthtech, a Sami vai procurar se diferenciar no mercado oferecendo um atendimento mais personalizado do que os oferecidos tradicionalmente pelas operadoras. Além disso, a healthtech tem como objetivo oferecer um serviço com preço justo.


“Mais do que uma operadora, a Sami é uma plataforma de saúde com soluções integradas para elevar o bem-estar do paciente. Ampliamos o conceito de plano de saúde, oferecendo muito mais que apenas o acesso a médicos e hospitais. Nós planejamos, personalizamos e coordenamos o seu atendimento. Além disso, combinamos inteligência na saúde, confiança na relação e respeito ao tempo e dinheiro para criar uma experiência positiva, eficiente e capaz de evitar desperdícios. Com isso, conseguimos cobrar um preço justo com reajuste anual sem susto”, destaca.


Detalhes do plano

“Atualmente, oferecemos um plano coletivo empresarial, para empresas que tenham de 2 a 99 colaboradores, que tenham um CNPJ ativo (para MEI e ME será necessário mínimo 6 meses de abertura). Os familiares também podem ser incluídos. Vale ressaltar que o número de dependentes é ilimitado, contanto que o vínculo empregatício e familiar seja comprovado. Estamos focados no pequeno comerciante, no consultor independente, na startup de tecnologia, nas famílias que possuem CNPJ, entre outros”, explica.

Rede credenciada, tecnologia e remuneração

“A Sami tem o objetivo de oferecer uma rede com qualidade superior aos outros modelos do mercado, e a um valor mais acessível, graças a uma relação de parceria com os credenciados e ao uso intensivo de analytics para selecionar os melhores parceiros. Com isso, deixamos de tratá-los apenas como prestadores de serviços, e oferecemos uma remuneração com base na qualidade e não no volume de atendimento. O primeiro hospital parceiro da Sami é a BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, onde temos também uma clínica para atendimento primário. A rede laboratorial utilizada nesse primeiro produto será a do Labi, com mais de 15 unidades na Região Metropolitana da cidade”, afirma.

Novo conceito de plano de saúde

“Na verdade, a Sami é o futuro do serviço que hoje você conhece como plano, convênio ou operadora de saúde. A diferença é que os planos que conhecemos se resumem a uma lista de “rede credenciada”. O paciente paga apenas pelo direito de ir a médicos, hospitais e laboratórios. Somos uma plataforma de saúde com um novo conceito de plano: nós planejamos, personalizamos e coordenamos o atendimento de maneira completa. Acreditamos que investir em qualidade médica e tecnologia são os melhores investimentos, e é dessa maneira que queremos ser vistos”, afirma.

Prevenção: paciente será “protagonista do bem-estar”

Questionado sobre o foco em prevenção da nova operadora, o presidente da Sami destaca que o serviço buscará integrar os pacientes “em todas as dimensões”. Asseituno explica que, por meio de aplicativos e planos terapêuticos, a Sami visa oferecer aos pacientes um acompanhamento e orientação de forma proativa, preventiva e holística.

sami


“Time de Saúde”

“Nossos planos possuem um ecossistema de saúde desenhado para manter os pacientes bem em todas as dimensões. Oferecemos médicos, hospitais e laboratórios, mas também oferecemos ‘Time de Saúde’, aplicativos de saúde física e mental, planos terapêuticos personalizados, academias multimodalidades e tudo o que for preciso para que o paciente possa ser protagonista do próprio bem-estar – orientado e acompanhado por nós sempre que precisar, de forma proativa, preventiva e holística”, afirma.

O presidente da healthtech avalia que o uso de tecnologias é fundamental para combater as atuais ineficiências do setor, otimizando e oferecendo um atendimento mais personalizado e completo aos pacientes. A telemedicina é um dos exemplos de serviço que Asseituno destaca como diferenciais.

“Acreditamos que a tecnologia pode mudar totalmente a maneira como as pessoas tratam a saúde, tornando-a mais inteligente, mais rápida e mais pessoal. A Sami é nativa digital, mas é sobretudo humana. Por isso, o nosso atendimento combina os benefícios da telemedicina com as nuances que só a presença humana pode oferecer”, avalia.

Proatividade e olhar na saúde do cliente

E a otimização dos serviços poderá acontecer pelo Time de Saúde da Sami. “Com o nosso Time de Saúde e o uso de dados sobre o paciente, é possível saber de todo o histórico dessa pessoa, o que nos permite ser mais efetivo na indicação de um especialista ou em apontar um diagnóstico. Esse é um dos principais diferenciais da Sami”, destaca.

Asseituno explica que o Time de Saúde é a designação de uma equipe de saúde, composta por um(a) médico(a) pessoal, um(a) enfermeiro(a) e três técnicos de enfermagem, será responsável por fazer o acompanhamento integral do seu quadro clínico. “A proposta é oferecer tratamento proativo e coordenado, avaliando o histórico clínico e considerando outros aspectos que também têm reflexos na saúde, como questões pessoais, contexto social e familiar etc”, explica.


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De acordo com o presidente, o Time de Saúde visa acabar com uma ineficiência do setor: a realização de exames e consultas desnecessárias. “Por isso, o paciente não vai mais ter que ficar pulando de especialista em especialista para resolver seus problemas. Quando necessário, o Time de Saúde coordena e orienta o tratamento com outros médicos. Dessa forma, a pessoa não fica “solta” no sistema de saúde, nem faz exames e consultas desnecessárias”, detalha.


O que é eficiência para a Sami

“Eficiência é endereçar o problema do paciente da maneira correta, no menor tempo e no menor custo possível. A eficiência da Sami está em aplicar tecnologia e afetividade para criar uma experiência positiva, eficaz e sem desperdício de recursos. O canal fundamental para firmar essa relação é o aplicativo Sami. Já no primeiro acesso o paciente preencherá uma ficha para informar o seu histórico de saúde, o que ajudará a personalizar cada atendimento. Também temos uma equipe de médicos de família, enfermeiros e técnicos de enfermagem que estarão à disposição dos segurados 24 horas por dia”, responde Asseituno, ao ser questionado sobre o que a healthtech entendia por eficiência no setor.


Parcerias estabelecidas

Asseituno afirma que a Sami já conta com um “time de peso” entre os seus parceiros, destacando que a healthtech busca quem queira fazer a diferença na saúde como aliado. “Acredito que todos os parceiros que se juntaram a nós serão importantes para termos sucesso no objetivo de transformar a Saúde, incluindo a BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, o Gympass, a rede laboratorial Labi e todos os nossos investidores e conselheiros. Temos um time de peso conosco. Os parceiros que buscamos são aqueles que fundamentalmente querem mudar a saúde, de verdade”, diz.

Regulamentações

Questionado sobre como observa as regulamentações nacionais sobre as operadoras de planos de saúde, Asseituno manifesta que a Sami se mantém à disposição para participar das discussões, e destaca que o objetivo deve ser que as inovações cheguem de forma cada vez mais rápida e segura para os pacientes

“Uma operadora de saúde está submetida a muitas regulamentações e legislações diferentes, que em geral fazem um bom trabalho, mas que precisam ser revisadas constantemente para que se mantenham atuais e cumpram o papel de proteger e cuidar dos pacientes, mantendo a sustentabilidade do setor. Nós entendemos como parte da missão da Sami participar das discussões para que o setor se desenvolva e inovações cheguem cada vez mais rápidas e seguras para os pacientes”, afirma.



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