Estatísticas e Análises | 1 de setembro de 2016

Cancer de mama e ginecológico têm jornada de atualização em Passo Fundo

Avanços no tratamento, diagnóstico, abordagem cirúrgica e toxicidade associada aos novos tratamentos
Cancer de mama e ginecológico têm jornada de atualização em Passo Fundo

Oncologistas, ginecologistas e clínicos gerais participaram, no dia 30, do 2º Encontro CTCAN – Câncer de Mama e Ginecológico, promovido pelo Centro de Tratamento do Câncer de Passo Fundo, em um momento de atualização sobre diferentes questões que permeiam a doença.

O oncologista clínico, Dr. Felipe Thomé, abriu o evento trazendo as novidades em neoplasia de colo de útero. O câncer de colo de útero é o segundo tumor mais comum em mulheres. São 530 mil novos casos e 265 mil mortes por ano em todo o mundo. De acordo com o oncologista, o tabagismo e o início precoce da atividade sexual estão entre os fatores de risco. Thomé apresentou também estudos recentes acerca do tema e destacou o tratamento bevacizumabe e a quimioterapia para o aumento da sobrevida. ­

A oncologista clínica Dra. Cláudia Schavinski apresentou as atualizações sobre câncer de ovário para o ano de 2016. Esse é o tumor ginecológico mais difícil de ser diagnosticado e o de menor chance de cura. Segundo Cláudia, ele pode ser considerado o mais letal, já que cerca de 75% dos cânceres desse órgão apresentam-se em estágio avançado no momento do diagnóstico. Para 2016, a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) é de 6.150 novos casos. No Brasil, especialmente na região Sudeste, Sul e Centro-Oeste, é o 7º tumor mais incidente nas mulheres. A oncologista destacou os benefícios do tratamento quimioterápico intraperitonial no pós-operatório em relação a quimioterapia intravenosa. “Alguns estudos podem mudar a perspectiva do nosso dia a dia em relação ao tratamento”, ressaltou.

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Palestrantes do evento, oncologistas clínicos do CTCAN, Felipe Thomé, Álvaro Machado e Cláudia Schavinski.

 

O oncologista clínico do CTCAN, Dr. Alvaro Machado, finalizou o evento falando sobre câncer de mama. Durante o encontro, ele destacou a maior efetividade do tratamento de 10 anos em relação ao de cinco anos. “Nós tivemos duas publicações em 2013 mostrando que o Tamoxifeno 10 anos era melhor que o de cinco. O padrão de tratamento, hoje, é de 10 anos, mesmo em mulheres com câncer inicial. Entretanto, é necessário considerar diversos aspectos, como expectativa de vida, idade avançada e o desejo de gravidez”. Machado também falou sobre as consequências do câncer de mama na gravidez e destacou que estar grávida não é um fator de risco para voltar a desenvolver câncer. “Estudos mostram que a sobrevida global das mulheres que engravidaram não foi diferente, mas foi até potencialmente melhor que as mulheres que não engravidaram”, disse. Para finalizar, o oncologista destacou os fatores de risco, que envolvem, além da mama densa, um conjunto de outras condições, que incluem histórico familiar não só de câncer de mama, mas também de outros cânceres.

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O diretor do CTCAN, Álvaro Machado, falou sobre as últimas pesquisas sobre o tratamento do câncer de mama.

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