Estatísticas e Análises | 26 de setembro de 2023

Brasileiras não usam contraceptivos regularmente

Pesquisa da Organon revela que só 58% protegem saúde sexual e reprodutiva e 84% fazem consultas ginecológicas todo ano.
Brasileiras não usam contraceptivos regularmente

Embora nove em cada dez brasileiras estejam conscientes sobre cuidados a tomar com a saúde sexual e reprodutiva, pouco mais da metade faz uso contínuo de contraceptivos. A descoberta faz parte da última pesquisa realizada pela Organon Brasil. Presente em 140 países, a farmacêutica encomendou um levantamento ao Instituto Ipsos, com 600 entrevistadas com idades de 18 a 45 anos das classe A, B e C, entre julho e agosto, e constatou que todas, de maneira geral, já ouviram falar de pelo menos um método de proteção. Entretanto, a realidade muda na hora da prática: 92% das entrevistadas já os usaram, mas só 58% delas os utilizam regularmente.


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Desse universo total, 84% contam que vão a ginecologistas pelo menos uma vez por ano, sendo 53% delas na rede pública, indicando a conscientização em relação ao corpo e a importância do Sistema Único de Saúde. Mas em apenas metade das consultas trata-se de métodos contraceptivos.

Quando perguntadas sobre os contraceptivos que vêm primeiro à mente, 53% citam pílulas orais; 15%, preservativos; 12%, dispositivos intrauterinos (DIUs); 11% injeções mensais; e 2%, implantes hormonais.

Já entre o grupo que os usa continuamente, as preferências são por pílulas (33%); preservativos (14%); injeções mensais (12%) e trimestrais (9%); DIU hormonal (9%) e de cobre (7%); implante hormonal (4%); e métodos naturais como tabelinha, coito interrompido e temperatura corporal (2%).

Questionadas sobre as razões principais que as levaram a utilizar tais métodos, 82% queriam evitar gravidez e 65% desejavam começar a vida sexual — iniciada, em média, aos 17 anos.


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Um quarto não se informa com médicos

Além de apenas 58% se protegerem continuamente, há um percentual preocupante de mulheres que não se informam sobre contraceptivos com médicos: 25%. De maneira geral, 75% buscam especialistas como ginecologistas (93%) e clínicos (7%), mas também recorrem a amigos (30%), parentes (22%), parceiros (19%) e à internet (13%). Vale ressaltar que a questão permitia respostas múltiplas. Daí, a soma ser superior a 100%.

“A pesquisa nos traz notícias alentadoras e preocupantes ao mesmo tempo. Se por um lado é maravilhoso perceber que as brasileiras compreendem a importância da saúde sexual e reprodutiva, por outro é preciso avançar mais para que esses cuidados sejam acessíveis e praticados por todas. O levantamento nos ajuda a todos, médicos, poder público, empresas e pacientes, a entendermos melhor o cenário e a sermos parceiros para uma vida mais saudável para as mulheres”, explica Andrea Ciolette, diretora de Saúde Feminina da Organon.

Segundo dados do Relatório de População da ONU, desenvolvido em 2022, o número de gestações não planejadas no mundo chega a 121 milhões por ano ou 331 mil por dia. No Brasil, 1,8 milhão, ou 55,4% de todos os nascimentos, não são planejados. “Para contribuir para a mudança dessa realidade, a Organon assinou um compromisso com a agenda 2030 e desenvolve, globalmente, o programa ‘Her Plan Her Power’, que visa a redução significativa da gravidez não planejada”, complementa Andrea.

Atlas de Políticas de Contracepção da América Latina e Caribe

Como forma de contribuir no levantamento de dados que possam ser úteis para a sociedade médica e poder público, a Organon também está lançando globalmente o Atlas de Políticas de Contracepção da América Latina e Caribe. Desenvolvido pelo Fórum para os Direitos Sexuais e Reprodutivos, em parceria com outras organizações e empresas, o Atlas é um documento que reúne dados e informações detalhadas sobre as políticas de contracepção em 33 países.

Os dados do Atlas revelam que há muito o que se desenvolver ainda na região em termos de políticas públicas de contracepção. Apenas metade dos países (17 dos 33), garantem legislação que consagra o direito da mulher de escolher o número, o momento e o espaçamento dos filhos. O estudo aponta ainda que 26 dos 33 países, incluindo o Brasil, deveriam desenvolver websites de fácil utilização liderados pelo governo para informar os seus cidadãos sobre a disponibilidade de contraceptivos. O Atlas também conclui que campanhas de sensibilização sobre a contracepção deveriam ser planejadas pelos governos com maior frequência.

 



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