Política | 26 de janeiro de 2021

Brasil deverá receber 10 milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford em fevereiro

Na terça-feira (26) farmacêutica emitiu nota dizendo que não venderia para o setor privado neste momento
Brasil deverá receber 10 milhões de doses da vacina da AstraZeneca Oxford em fevereiro

Mais 10 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford estão sendo negociadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com o Instituto Serum, da Índia, e devem chegar ao Brasil em fevereiro. A informação foi confirmada à CNN por Suresh Jadhav, um dos diretores-executivo do Instituto.

Segundo o diretor, a prioridade da Índia são os países vizinhos e outros que não tiveram acesso à vacina, mas quando essa necessidade for suprida deve levar uma semana para que as novas doses cheguem ao Brasil, no mais tardar até fevereiro.

A Fiocruz afirmou em nota, nesta segunda-feira (25), que tem negociado doses prontas adicionais com  Serum, além dos dois milhões de vacinas entregues ao Programa Nacional de Imunizações no sábado (23), mas não especificou quantidades ou datas.

Impasse com insumos

A Fiocruz prevê receber a matéria-prima para a produção da vacina de Oxford no Brasil “por volta do dia 8 de fevereiro”, segundo a presidente da fundação, Nísia Trindade Lima. A previsão inicial era de que os insumos, vindos da China, chegassem ainda este mês.

Com isso, a fabricação nacional da vacina de AstraZeneca/Oxford segue sem data de início no Brasil, que já importou 2 milhões de doses da Índia e, como mencionado no início da matéria, espera mais 10 milhões de doses.

A restrição na quantidade de vacinas desafia a campanha de imunização no Brasil, que pode parar diante dos atrasos da chegada dos insumos.

Nísia, no entanto, afirmou que não há atraso no contrato firmado com a AstraZeneca. Também negou que a atuação da equipe diplomática do governo federal tenha prejudicado a entrega.

Segundo Nísia, o IFA (insumo fundamental para a fabricação da vacina) não poderá ser entregue ainda neste mês por causa de um parecer do laboratório chinês. O documento indicou risco biológico elevado na produção do insumo, mas ela diz que já está “superado” o problema. “A chegada do IFA está nos consumindo”, reconheceu.

Ao Ministério Público Federal (MPF), o Instituto Biomanguinhos, que integra a Fiocruz, informou que o primeiro lote do IFA tinha chegada prevista para 23 de janeiro, mas a confirmação ainda estava pendente. Neste mesmo documento ao MPF, o órgão admite adiamento de fevereiro para março da entrega das primeiras doses produzidas no Brasil ao Ministério da Saúde.

Além do tempo de produção do imunizante a partir do IFA, justificou a Fiocruz aos procuradores esta semana, as doses fabricadas nacionalmente precisarão passar por testes de qualidade que demorarão quase 20 dias. Está prevista a compra do IFA chinês em dois lotes, com intervalo de duas semanas entre eles. Cada um trará produto suficiente para produzir 7,5 milhões de doses – ao todo, 15 milhões. A produção, porém, pode ser acelerada. A capacidade da Fiocruz de produzir vacinas é maior do que a quantidade a ser importada.

Em março, a Fiocruz produzirá as primeiras doses, ainda com insumo importado. A partir de abril, a Fiocruz começará a produzir o IFA. A previsão é fabricar 100,4 milhões de doses até julho. No fim do ano, devem ser produzidos mais 110 milhões.

Setor privado tenta compra, mas AstraZeneca diz que prioriza vendas para governos

A AstraZeneca divulgou nota na terça-feira (26) em que diz no momento está priorizando acordos de vendas para governos e organizações multilaterais com a Covax Facility, da OMS. Na semana passada, o governo foi procurado por empresários para que fossem importadas 33 milhões de doses da vacina de Oxford.


“No momento, todas as doses da vacina estão disponíveis por meio de acordos firmados com governos e organizações multilaterais ao redor do mundo, incluindo da Covax Facility, não sendo possível disponibilizar vacinas para o mercado privado”, diz trecho da nota.

A farmacêutica reforça que o acordo com o governo brasileiro, firmado para compra de vacinas, continua valendo. “Como parte do nosso acordo com a Fiocruz, mais de 100 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca (AZD1222) estarão disponíveis no Brasil, em parceria com o Governo Federal.”


O presidente Jair Bolsonaro disse hoje (26) que o governo federal apoia a iniciativa de empresários de importar, por conta própria, vacinas contra a covid-19 para imunizar seus funcionários. A afirmação ocorreu durante participação, por videoconferência, em um seminário sobre investimentos na América Latina, realizado pelo banco Credit Suisse.

“O governo federal é favorável a esse grupo de empresários para levar avante sua proposta para trazer vacina para cá, a custo zero, para o governo federal, para imunizar 33 milhões de pessoas. No que puder essa proposta ir à frente, nós estaremos estimulando porque, com 33 milhões de doses de graça, ajudaria e muito a economia e para aqueles que queiram se vacinar o façam para ficar livre do vírus”, disse Bolsonaro.

RS recebe 116 mil doses da AstraZeneca/Oxford e mais 53,4 mil doses da CoronaVac

No domingo (24), chegaram ao Rio Grande do Sul as 116 mil doses da vacina da AstraZeneca/ Oxford (no Brasil, são 2 milhões de doses distribuídos). Nesta segunda-feira (25), foram distribuídas pela Secretaria Estadual da Saúde do RS (SES) para as 18 Coordenadorias Regionais de Saúde (CRSs). O RS já havia recebido

Ao contrário do que ocorre com a CoronaVac, em que são distribuídas apenas a metade das vacinas disponíveis para manter reserva para a segunda aplicação, as 116 mil novas doses servirão para vacinar mais 116 mil pessoas, majoritariamente trabalhadores da saúde. A segunda dose da vacina será aplicada em 12 semanas, quando há previsão de novo repasse por parte do Ministério da Saúde. Quantidade de doses por coordenadoria nesta remessa:

Porto Alegre: 32.000

1ª CRS (sede Porto Alegre – 65 municípios): 21.000

2ª CRS (sede Frederico Westphalen – 26 municípios): 1.500

3ª CRS (sede Pelotas – 22 municípios): 9.500

4ª CRS (sede Santa Maria – 32 municípios): 7.000

5ª CRS (sede Caxias do Sul – 49 municípios): 11.000

6ª CRS (sede Passo Fundo – 62 municípios): 6.500

7ª CRS (sede Bagé – 6 municípios): 1.500

8ª CRS (sede Cachoeira do Sul – 12 municípios): 2.000

9ª CRS (sede Cruz Alta – 13 municípios): 1.500

10ª CRS (sede Alegrete – 11 municípios): 3.200

11ª CRS (sede Erechim – 33 municípios): 2.000

12ª CRS (sede Santo Ângelo – 24 municípios): 2.700

13ª CRS (sede Santa Cruz do Sul – 13 municípios): 3.200

14ª CRS (sede Santa Rosa – 22 municípios): 2.000

15ª CRS (sede Palmeira das Missões – 26 municípios): 1.300

16ª CRS (sede Lajeado – 37 municípios): 2.700

17ª CRS (sede Ijuí – 20 municípios): 2.200

18ª CRS (sede Osório – 23 municípios): 3.200

Também na segunda-feira (25), o RS recebeu um novo lote, com 53,4 mil doses, da vacina CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, em São Paulo.

O reforço pertence ao novo lote de 4,1 milhões, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), na sexta-feira (22/1). Para distribuição imediata, o Butantan liberou 900 mil doses.

Chegada de insumos CoronaVac e 8,6 milhões de doses

Hoje (26), o Butantan disse que a chegada de 5,4 mil litros de insumos necessários para a produção da vacina CoronaVac cheguem ao Brasil até o dia 3 de fevereiro. A informação foi dada em entrevista coletiva logo após o governo paulista se reunir virtualmente com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming.


Dimas Covas, diretor do Butantan explicou a expectativa em relação às datas. “Nós tivemos essa sinalização, de que a liberação desses lotes será feita de uma maneira muito rápida, começando por esses 5,4 mil litros que foram anunciados no dia de ontem [segunda-feira, 25] e chegarão aqui na próxima semana, com previsão do dia 3 de fevereiro”, afirmou Dimas Covas, diretor do Instituto. Ele acrescentou que com a chegada da matéria-prima, será possível a produção de 8,6 milhões de doses do imunizante em um período de 20 dias.


Com informações do Governo do RS, O Globo, EBC e Estadão. Edição do Setor Saúde.



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