Gestão e Qualidade, Tecnologia e Inovação | 7 de agosto de 2019

BioHub PUCRS e as oportunidades no campo da Inovação em Saúde

Carlos Klein do Bio-Hub da PUC-RS foi o segundo palestrante do Seminários de Gestão de agosto
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O desafio para as organizações lidarem com as mudanças e promoverem inovações e a apresentação do projeto BioHub da PUCRS foram o eixo central da segunda palestra do Seminários de Gestão: Inovação, Novas Tecnologias e Gestão Disruptiva, apresentada pelo líder do BioHub, Carlos Klein. “O que está acontecendo, atualmente, é que a velocidade das mudanças está aumentando. Antes, vivíamos menos e as mudanças aconteciam menos, o que dava a sensação de que as coisas não estavam mudando”, destacou.

Esta é a segunda matéria da série especial com conteúdos abordados no Seminários de Gestão. Leia a primeira aqui: Genômica saiu da descoberta dos laboratórios e já está presente na assistência médica, com Dirce Carraro, líder do Laboratório de Biologia Molecular e Genômica do hospital A.C.Camargo Cancer Center, de São Paulo.


O patrocínio desta edição foi do  Banrisul; dos laboratórios farmacêuticos AstraZeneca, Astellas, Bristol-Myers Squibb e MSD; e da Unimed Porto Alegre. A certificação foi concedida pela faculdade Fasaúde/IAHCS, e os apoiadores foram IAHCS Acreditação, CBEXs e portal Setor Saúde.


Geração de negócios no setor da saúde e o projeto BioHub

O líder do projeto BioHub da PUCRS teve como tema da sua palestra a Geração de Negócios na Área da Saúde: BioHub PUCRS. Klein iniciou a sua apresentação abordando a mudança como uma constante na trajetória humana.

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“A tecnologia atual está fazendo pelo nosso cérebro o mesmo que as máquinas a vapor fizeram pelos nossos braços na Revolução Industrial”, e “as mudanças atuais acontecem em maior velocidade; antigamente, elas também aconteciam, mas em menor velocidade”, foram frases ditas pelo palestrante, no início de sua palestra.

“Nós somos educados num paradigma diferente: infelizmente, somos educados no paradigma da estática, e não da mudança”, destacou. Klein apresentou a frase de Klaus Schwab, presidente da World Economic Forum, para explicar o momento atual: “A questão para todas as indústrias e empresas, sem exceção, não é mais ‘haverá ruptura no meu negócio’, mas ‘quando ocorrerá a ruptura, quanto irá durar e quanto afetará a mim e minha organização?’”.

As três engrenagens do momento atual

O palestrante destacou três engrenagens do momento atual: novas tecnologias (com a transformação digital e a Revolução 4.0), nova economia (com novo ritmo de mudança); e nova gestão. “A gestão atual é caracterizada por organização em redes, colaborativa, tendo governança informal e afiliações de curto prazo entre os envolvidos”, ressaltou.

Inovação

Em uma interação com o público presente no evento, Klein trouxe questionamentos acerca da preocupação das empresas com as inovações e disrupções. Depois, apresentou dados de um estudo para abordar a percepção presente no momento atual: os dados do estudo apresentado por Klein apontam que 84% dos executivo nas empresas dizem que é muito importante a inovação, e 41% dos executivos disseram que suas empresas estão sob risco extremo de disrupção.

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“Porém, apesar da preocupação com a disrupção e a compreensão da necessidade de inovação, as empresas têm investido em pequenas coisas, em inovação incremental”, explicou o palestrante, ressaltando que muitas vezes as mudanças estabelecidas são tímidas ou insuficientes como estratégia de inovação.


“A inovação é uma ação persistente e organizada, mas não é uma linha reta. Ela precisa de testes, com acertos e erros”, disse Klein, que ressaltou que o desafio de uma organização é gerar inovação com rapidez e baixo custo. Klein mencionou o modelo de inovação do Vale do Silício, em que a abordagem para gerenciar organizações na era digital é baseada em em cinco pilares: ser centrado nas pessoas, sistêmico, com capacidades dinâmicas, ambidestreza, e com inovação aberta.


“A inovação aberta está muito mais alinhada a um novo poder do que a um antigo poder. É feita por muitas parcerias, com custos baixos e ciclos curtos, com compartilhamento de riscos. Essa é a lógica da inovação aberta”, explicou.

Os tópicos que definem as diretrizes de uma economia corporativa também foram apresentados na palestra: é fundamental ter um propósito; impacto e inspiração; colaboração e conexões; diversidade; empreendedorismo; e comprometimento do topo da organização.

“Não temos que aceitar a diversidade, e sim incentivar a diversidade, o que é muito diferente. A primeira significa tolerância, e incentivar a diversidade é uma atitude de entender que a diversidade é rica, e ela que vai nos proporcionar soluções”, explicou Klein sobre um dos tópicos.

Contexto nacional e regional

Klein ponderou que o contexto da saúde nacional apresenta desafios, citando como fatores o envelhecimento da população; aumento dos custos de saúde; a existência de um Sistema Universal de Saúde limitado; acesso restrito à saúde suplementar; a necessidade de uma revolução digital nas organizações; e mudanças tecnológicas profundas.


Entretanto, Klein elogiou o contexto da saúde de Porto Alegre. “Num raio de 6 quilômetros, Porto Alegre possui em torno de 7 mil leitos, o que representa quase 60% da alta complexidade do Rio Grande do Sul. Não há nenhum lugar no Brasil que tenha isso. Porto Alegre é o segundo maior pólo de saúde do Brasil, e possui três das melhores faculdades de Medicina do país”, salientou.


Carlos Klein

BioHub da PUCRS

O palestrante explicou as iniciativas implementadas pela PUCRS a partir do Tecnopuc. “A PUC-RS realizou transformações para enfrentar as mudanças desse mundo desafiador”, disse.

Uma das áreas do Tecnopuc são as Ciências da Vida, que atualmente conta com 14 programas, mais de 90 laboratórios e mais de 100 grupos de pesquisa relacionados.

Dentro das Ciências da Vida, surgiu a BioHub, com objetivo de conectar talentos e conhecimentos para gerar negócios inovadores nas Ciências da Vida. Klein, líder do projeto, explicou que a BioHub fomenta inovações e startups originadas na pesquisa e nos laboratórios do Hospital São Lucas da PUC-RS, do Instituto do Cérebro e da PUC-RS; estimula a cultura de empreendedorismo entre estudantes, professores e profissionais da área de saúde; promove conexões, internas e com a sociedade; facilita o investimento por meio de parcerias; e atua de forma articulada para o desenvolvimento de startups.

O líder do projeto apontou cinco tópicos que a BioHub possibilita para os ecossistemas da saúde conectados:

Incubadora ou aceleradora

Vínculo com universidade

Coworking

Conexão com hospital São Lucas da PUCRS

Conexão física com Parques Tecnológicos

Por esse motivo, Klein acredita que a BioHub da PUCRS tem potencial para ser o maior e mais completo hub de inovação em Ciências da Vida do Brasil.

De acordo com o palestrante, a BioHub tem como clientes alunos e ex-alunos da PUC-RS, professores e pesquisadores, organizações (hospitais, indústrias, planos de saúde etc.), e empreendedores sem vínculo com a PUC-RS. Klein salientou a conexão da BioHub com ecossistemas de inovação em saúde, ressaltando que o projeto possui vínculo com diversas organizações de saúde que possuem projetos de inovação.

Klein apontou que, em breve, será lançado o Healthplus Innovation Center, espaço de coworking de startups de saúde com capacidade para 120 pessoas, instalado no sexto andar do prédio 99 do Campus da PUC-RS e gerenciado em parceria com a Grow+, aceleradora de negócios gaúcha com atuação nacional e foco na saúde.

Claudio Allgayer, Odacir Rossato, Carlos Klein e Paulo Petry

Claudio Allgayer, Odacir Rossato, Carlos Klein e Paulo Petry

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