Tecnologia e Inovação | 29 de fevereiro de 2016

Bandagens de colágeno animal e células progenitoras tratam queimaduras e bactérias

Instituto de Tecnologia suíço desenvolveu atadura que impede infecções
Bandagens de colágeno animal e células progenitoras tratam queimaduras e bactérias1

A bandagem é uma faixa de gaze, ou outro tecido, que se aplica sobre uma parte do corpo como curativo. Uma nova bandagem desenvolvida por pesquisadores do Instituto Federal Suíço de Tecnologia, em Lausanne (Swiss Federal Institute of Technology – EPFL) pode melhorar o processo de cura de queimaduras consideravelmente, acelerando o processo de cicatrização e impedindo que as bactérias se multipliquem.

Quando uma pessoa sofre uma queimadura, normalmente o machucado é altamente suscetível à infecção, e as bandagens muitas vezes pioram a situação, agindo como terreno fértil para micróbios nocivos.

Os pesquisadores da EPFL focaram em uma bactéria conhecida como Pseudomonas aeruginosa, que é a principal causa de infecção e morte de pacientes com queimaduras. A tecnologia baseia-se em uma bandagem feita a partir de colágeno animal e células progenitoras, que geram fatores de crescimento e ajudam as feridas a curarem mais rapidamente.

Elas foram desenvolvidas pela primeira vez em 2005, no Hospital Universitário de Lausanne, mas não eram uma opção ideal, no momento, uma vez que não apresentaram benefícios na questão das infecções.

Agora, os pesquisadores encontraram uma forma de melhorar as bandagens, através da adição de moléculas chamadas dendrímeros – também conhecidos como moléculas em cascata ou arboróis. Inicialmente vistos apenas como curiosidades químicas, porém à medida que começaram a ser investigados, a partir dos anos 1970, as primeiras aplicações foram sendo descobertas. Já foi sintetizada uma grande variedade de dendrímeros, mudando-se ramificações e núcleos por exemplo. Existem dendrímeros como os fenoximetil e os poli amido aminas.

As moléculas desenvolvidas demonstraram eficácia em matar bactérias, tornando-se um bom tratamento para destruir micróbios perigosos na região da queimadura. Após testes de laboratório que comprovaram que as bandagens são eficazes contra as bactérias, os pesquisadores estão extremamente positivos sobre o grau em que a nova tecnologia pode melhorar o atendimento.

“Nós não podemos prescrever antibióticos para todos os pacientes como uma medida preventiva, por medo de tornar as bactérias mais resistentes”, ressaltou a principal autora do estudo, Lee Ann Laurent-Applegate. “Com as novas bandagens, ao invés de tratar as infecções, estaremos impedindo-as. Estamos cortando o mal pela raiz”, enfatiza.

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