Mundo, Tecnologia e Inovação | 28 de maio de 2015

Bactérias geneticamente modificadas podem detectar diabetes e câncer

Estudos fizeram com que os micro-organismos mudassem de cor ao entrar em contato com certas substâncias
Bactérias geneticamente modificadas podem detectar diabetes e câncer

Bactérias têm potencial para serem usados como “computadores vivos” minúsculos, capazes de detectar diabetes e câncer. É o que afirma duas pesquisas feitas por cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e da Universidade da Califórnia, publicadas na revista Science Translational Medicine.

Os pesquisadores realizaram uma modificação pró-biótica para que a bactéria ficasse iluminada na presença de cânceres – teste feito em ratos. Em outra pesquisa, os cientistas reconectaram a genética de bactérias, de modo que elas mudassem de cor ao detectar glicose. Os cientistas norte-americanos afirmam que bactérias podem, no futuro, fornecer novas ferramentas de diagnóstico. Elas fornecem várias vantagens – bactérias são relativamente baratas e se desenvolvem facilmente.

No primeiro estudo realizado, os pesquisadores usaram a bactéria Escherichia coli – que é capaz de crescer em certos tumores, ignorando tecidos saudável – cultivados em laboratório. Explorando suas propriedades, os pesquisadores reconectaram a genética para que as bactérias produzissem uma enzima fácil de ser detectada. Quando administrado em ratos com tumores no fígado, a urina mudou de cor ou emitia luz, dependendo de quais substâncias foram adicionadas ao sistema de sinalização.

No segundo estudo, publicado na mesma revista, um grupo de investigadores modificou a mesma bactéria, para que ela mudasse de cor na presença de açúcar. A equipe, incluindo cientistas do Hospital Universitário de Montpellier e do laboratório francês Sys2Diag, testou as bactérias modificadas na urina dos pacientes diabéticos, que mudaram de cor ao entrar em contato com a glicose.

Há, no entanto, muitos obstáculos a serem superados antes que os resultados possam ser usados na prática. No momento, os pesquisadores apenas comemoram o fato de que o conceito testado funcionou. Os pesquisadores reconhecem que a ética da utilização de bactérias geneticamente modificadas precisa ser mais discutida e explorada, especialmente se os testes forem feitos de forma invasiva em humanos.

No entanto, eles acreditam que este seja o início de novos tratamentos, que podem, no futuro, serem usado para desenvolver testes com custos baixos e de fácil uso, podendo ser feito em casa, e voltado para uma ampla gama de doenças.

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