Assembleia dos médicos decide por paralisação na próxima quarta-feira
Decisão da FEHOSUL em aderir à paralisação será tomada na Assembleia da entidade nesta sexta-feira, 17
O Diretor Executivo da FEHSOUL, Dr. Flávio Borges, acompanhou como convidado a Assembleia Geral Extraordinária da Comissão Estadual de Honorários Médicos (CEHM-RH) formada pela Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amirgs); pelo Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers); e pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), na noite desta quarta-feira, 15. Os assuntos da pauta eram as tratativas do IPE com os profissionais médicos e os prestadores de serviços e os últimos acontecimentos nas reuniões do Grupo Paritário. O presidente da Federação dos Hospitais Filantrópicos, Júlio Mattos, também esteve presente à Assembleia.
Dr. Flávio Borges relatou aos presentes a conturbada relação entre o IPE, os prestadores de saúde, os médicos, e seus representantes que compõem o Grupo Paritário, instituído por lei estadual no governo Germano Rigotto. De 2011 até hoje a relação com a atual gestão do IPE tem se desgastado gradativamente, única e exclusivamente por decisão da diretoria do órgão estadual, que age unilateralmente, sem consultar os demais integrantes do Grupo Paritário.
“Infelizmente, o que temos hoje no IPE é a burocracia vencendo a assistência. Os acordos são estabelecidos em prol de mais de um milhão de vidas e poucos meses depois o IPE rompe com tudo o que foi acordado porque a PGE (Procuradoria Geral do Estado) entende que não pode cumprir o que foi acertado, ou porque a CAGE (Controladoria e Auditoria Geral do Estado) não autoriza o pagamento”, lamentou o Diretor Executivo da FEHOSUL.
Em uma pesquisa realizada em conjunto pelas três entidades médicas – que foi ampla e duramente criticada pela diretoria do IPE – os dois mil médicos que responderam ao questionário (de um universo de 6,5 mil profissionais credenciados ao plano de saúde), 75% afirmaram estar descontentes com a baixa remuneração paga pelo IPE e com a não adoção da CBHPM (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos).
Diante deste cenário, os médicos participantes da Assembleia da noite de quarta-feira decidiram instalar Assembleia Geral Permanente enquanto a situação com o IPE não for solucionada. Na próxima quarta-feira (22) será feito um dia de paralisação de consultas e procedimentos eletivos – também nos hospitais filantrópicos e Santas Casas. Os prestadores de serviços representados pela FEHOSUL decidirão sua adesão ao movimento em Assembleia nesta sexta-feira, 17.
Outra decisão tomada foi enviar uma notificação extrajudicial, assinada em conjunto por todas as entidades que aderirem à paralisação no dia 22, e que será entregue ao IPE e também distribuída em diversas entidades. O texto irá estabelecer um prazo de 30 dias para que o IPE solucione todas as questões pendentes há meses com as instituições e que já foram amplamente explicitadas a todas as instâncias.