Mundo | 20 de novembro de 2014

Aspirina ajuda pacientes que já sofreram Infarto ou AVC

O medicamento não previne o primeiro ataque cardíaco para quem tem pressão arterial alta, colesterol elevado ou diabetes
Aspirina

Estudos e outras evidências já comprovaram a eficácia do uso diário, em baixas doses, de aspirina para ajudar pacientes com histórico de ataque cardíaco a evitar um segundo evento. Uma nova pesquisa, publicada pelo periódico especializado JAMA, mostra que tomar o medicamento em baixa dose pode não ajudar quem tem pressão arterial alta, colesterol elevado ou diabetes para evitar uma primeira complicação cardíaca.

No Japão, pesquisadores também investigaram a questão com um grupo de 14.646 voluntários entre 60 e 85 anos. Entre 2005 e 2007, nenhum dos pacientes acompanhados teve qualquer evento cardíaco, mas todos eles tinham pelo menos um fator de risco cardíaco. Distribuídos aleatoriamente em dois subgrupos, alguns tomaram doses baixas de aspirina todos os dias, e outros não tomaram nada. Eles foram autorizados a continuar a tomar quaisquer outros medicamentos, ou começar algum novo tratamento se um médico assim receitou, durante o estudo.

O resultado revelou que, após cinco anos, ficou claro que não houve diferenças significativas entre os dois grupos quando se tratava de ataque cardíaco, AVC, outros eventos cardíacos ou morte.

Os óbitos foram semelhantes: 58 pessoas do grupo que utilizou aspirina morreram de causas relacionadas ao coração, enquanto no outro grupo, foram 57 mortes. Ao todo, 2,77% dos pacientes que tomavam aspirina tiveram um ataque cardíaco ou AVC, em comparação aos 2,96% entre os que não tomaram a droga – diferença que não foi considerada estatisticamente significativa.

A aspirina tem capacidade para reduzir inflamações e evitar a formação de coágulos. Estudos anteriores já haviam mostrado que a droga foi relacionada a uma redução entre 12% e 23% do risco de eventos cardíacos, em comparação ao não uso. No entanto, as preocupações são com efeitos colaterais, como a hemorragia gastrintestinal, que fizeram médicos tomarem mais cuidado ao recomendar aspirina para quem não sofreu um evento cardíaco.

Atualmente, segundo a revista norte-americana Time, mais três pesquisas internacionais estão investigando o potencial papel da aspirina para pacientes que ainda não tiveram esse tipo de complicação. Um envolve pessoas com diabetes; outro se concentra em pessoas com múltiplos fatores de risco de doenças cardíacas; o terceiro concentra-se em pessoas com mais de 70 anos.

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