Gestão e Qualidade | 25 de maio de 2024

Asco 2024: confira os principais destaques do maior congresso de oncologia do mundo

Oncoclínicas&Co levará comitiva recorde de pesquisadores e oncologistas brasileiros.
Asco 2024 confira os principais destaques do maior congresso de oncologia do mundo

Com forte presença brasileira e apresentação de pesquisas, inovações e discussões sobre oncologia, a ASCO (Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica), maior congresso de oncologia do mundo, acontece em Chicago, nos Estados Unidos, entre os dias 31 de maio e 4 de junho. Na edição deste ano, a Oncoclínicas&Co, maior grupo especializado em câncer da América Latina, terá  o recorde de 37 participações, incluindo intervenções diretas, além de estudos produzidos por especialistas do corpo clínico.

“De maneira geral, serão apresentados estudos com avanços em pesquisas científicas em diversas áreas da oncologia, com destaque para os cânceres de pulmão, geniturinários e melanoma que tem, inclusive, participação brasileira. O que há de mais moderno na oncologia, em termos de tratamento, como novas técnicas em imunoterapia, terapia-alvo, Car-T Cell, entre outras, serão apresentadas na ASCO. O que a gente, de maneira geral, entende como uma grande evolução na oncologia é a individualização, tanto científica, por exemplo, na detecção da mutação específica que atinge aquela pessoa, como também no tratamento: é eu saber quando tirar aquela intervenção ou quando ela é mais necessária. E a individualização passa também por maneiras que ajudem a efeitos colaterais”, explica Carlos Gil Ferreira, diretor médico da Oncoclínicas&Co e presidente do Instituto Oncoclínicas.

Outra linha apontada por ele que vem ganhando “merecido” espaço e destaque são os Cuidados Paliativos e o chamado “survivorship”. “Há duas décadas, no início dos anos 2000, os profissionais tinham menos consciência e treinamento para essa abordagem. Essa mudança de paradigma é um ponte de grande relevância quando pensamos na jornada do paciente. Desenvolver formas de tratar pessoas com doenças avançadas e que,  em alguns casos, de fato ainda são incuráveis significa dar a essas pessoas a chance de viver anos com qualidade. E não podemos ignorar as sequelas físicas e e psicológicas que seguem mesmo após o fim dos tratamentos. A reinserção desses pacientes na vida, na sociedade, é fundamental e nossa responsabilidade também”, comenta.

Pulmão: estudos sobre diferentes tipos tumor são destaques

O tipo de câncer que mais mata no mundo, o pulmão, mereceu especial atenção dos oncologistas nas últimas décadas e, neste edição da ASCO, abstracts com avanços serão apresentados em diferentes painéis. William Nassib William Jr., líder nacional da especialidade tumores torácicos da Oncoclínicas, destacou as mais importantes.

“Entre as pesquisas, temos três que devem trazer boas notícias. A primeira é sobre cuidados paliativos via telemedicina introduzido para pacientes com câncer de pulmão de maneira precoce, sinalizando efeitos positivos que nos ajudam a moldar práticas clínicas mais efetivas. Outra das análises aborda uma imunoterapia que é dada para pacientes com câncer de pulmão de pequenas células, com doença limitada. Neste caso, a gente já usava imunoterapia para doença extensa e agora teremos dados apresentados de que em casos potencialmente curáveis a imunoterapia pode ser uma opção viável. Por fim, mas não menos importante, são  dados sobre terapia-alvo com ocimertinib, que é uma medicação contra o EGFR, para pacientes com câncer de pulmão estadio 3, que ganham quimioterapia. Então esses pacientes antigamente faziam a quimio e radioterapia e agora tem um estudo mostrando que para pacientes com mutação de EGFR, você usar terapia-alvo com ocimertinib também parece melhorar a eficácia do tratamento. Isso vai ser apresentado na sessão plenária”, explica.


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Alguns outros pontos de destaque, segundo ele, são os dados de tomografia de rastreamento baseado em histórico familiar. “Então, tradicionalmente, a tomografia é feita baseada no histórico de tabagismo dos pacientes, mas tem dados agora de Taiwan que vão mostrar se isso deve ser feito baseado na história familiar, independentemente do tabagismo, ou seja, pacientes que têm parentes com câncer de pulmão, se eles devem receber a tomografia de screening”, finaliza.

Mama: série de apresentações mostram evolução no tratamento

Um dos tipos de tumores mais comuns entre as mulheres, as pesquisas em diagnóstico, tratamento e cuidados para o câncer de mama avançam ano ano. Gustavo Bretas, mastologista do Grupo Oncoclínicas, destaca as que “mais chamaram” sua atenção:

No estudo DESTINY-Breast06 (DB-06), foi avaliado o uso do medicamento Trastuzumabe-deruxtecan em pacientes com câncer de mama com mutação RH+ HER2-, mas com HER2-low ou ultra-low, e que falharam a terapia endócrina e são virgens de quimioterapia. Ou seja, avaliação do T-Dxd em primeira linha de quimioterapia após falha na endocrinoterapia. “Esse estudo já foi divulgado como positivo, mas estamos ansiosos para ver a magnitude do benefício e o perfil de toxicidade”, comenta.

Outros destaques incluem o estudo TROPION-Breast01, que apresenta os PROs (Patient-reported outcomes) do datopotamab-deruxtecan nos pacientes com câncer de mama RH+ HER2-; a avaliação de outros biomarcadores para avaliação de benefício de quimioterapia em pacientes com câncer de mama RH+ HER2- que foram operadas e tiveram linfonodos positivos e atualização do estudo Natalee, que visa avaliar o uso do ribociclibe na adjuväncia de pacientes com câncer de mama RH+HER2- de alto risco.

Tumores geniturinários e gastrointestinais: avanços em qualidade de vida

Segundo o oncologista do Grupo Oncoclínicas, Denis Jardim, importantes resultados vão ser apresentados na área de tumores geniturinários. “Como destaques, estudos de impacto na qualidade de vida de tratamentos que foram recentemente aprovados, inclusive estão disponíveis no Brasil, que é o uso do Lutecio PSMA, um radioisótopo, num cenário que até antes da quimioterapia e a gente sabe como os efeitos colaterais impactam a qualidade de vida dos pacientes”.

A combinação de bloqueio hormonal com um novo antiandrógeno, no caso, a enzalutamida, para pacientes em cenários mais precoces. Um destaque do congresso deste ano vai ser a apresentação dos dados de um estudo chamado Hércules, que é um estudo em câncer de pênis, que é um tumor de difícil tratamento, um tumor raro, com poucos dados de estudo clínico, e um estudo que foi desenvolvido no Brasil, combinando quimioterapia com imunoterapia”, comenta.

Outro dado aguardando é o do estudo ESOPEC, que compara quimio e radioterapia versus quimioterapia isolada nos pacientes com câncer de esôfago. Essa é uma lacuna na literatura da Oncologia Gastrointestinal que esse estudo pretende preencher e tem o potencial, portanto, de modificar a prática clínica. Será apresentado na sessão plenária.

Grandes temas vão pautar os debates e apresentações

A programação final geralmente é divulgada mais perto da data do evento, informa o Carlos Gil. “Mas podemos prever alguns tópicos  que provavelmente estarão em destaque dado o cenário atual da oncologia e da pesquisa médica”, diz. São eles:

Avanços em Imunoterapia: Terapias imunológicas têm revolucionado o tratamento do câncer. Espera-se que a ASCO 2024 destaque novas descobertas e abordagens nesse campo, incluindo terapias CAR-T e inibidores de checkpoints imunológicos.


Medicina de Precisão e Terapias-alvo: A personalização do tratamento do câncer com base em biomarcadores específicos continua a crescer. Novos dados sobre terapias direcionadas a mutações genéticas e vias moleculares serão provavelmente discutidos.


Cânceres Pediátricos e Cânceres Raros: O foco em tipos de câncer menos comuns ou em populações específicas, como crianças ou pacientes com câncer raro, pode revelar avanços promissores e desafios únicos.


Tecnologia e Inovação: Novas tecnologias, como inteligência artificial aplicada à oncologia, diagnósticos avançados, e monitoramento remoto, estão moldando o futuro dos cuidados com o câncer.


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Epidemiologia e Prevenção: Discussões sobre prevenção primária e secundária do câncer, incluindo tabagismo, dieta, exercício e detecção precoce, continuarão a ser pontos de destaque.


Cuidados Paliativos e Qualidade de Vida: O manejo dos sintomas e o suporte aos pacientes durante o tratamento do câncer são essenciais. Espera-se uma discussão contínua sobre abordagens de cuidados paliativos e melhoria da qualidade de vida.


Impacto da Pandemia de COVID-19 na Oncologia: A experiência da pandemia moldou o campo da oncologia. O tema deve seguir permeando as abordagens sobre  estratégias para lidar com atrasos no diagnóstico, interrupções no tratamento e otimização dos cuidados.


Desigualdades em Saúde: A ASCO 2024 pode destacar iniciativas para reduzir disparidades raciais, étnicas e socioeconômicas no acesso ao tratamento do câncer e na pesquisa oncológica.

Oncoclínicas&Co

Fundada em 2010 por Bruno Ferrari (foto principal), a Oncoclínicas&Co é o maior grupo exclusivamente dedicado ao tratamento do câncer no Brasil e tem como missão de democratizar o tratamento oncológico no país. Oferece um sistema completo de atuação composto por clínicas ambulatoriais integradas a câncer centers de alta complexidade.

São 131 unidades em 35 cidades brasileiras, equiparadas aos melhores centros de referência mundiais no tratamento do câncer. O Grupo Oncoclínicas dispõe de tecnologia de última geração, medicina de precisão, inteligência artificial, genoma e DNA e realiza 450 mil tratamentos por ano.

É parceiro exclusivo na América Latina do Dana-Farber Cancer Institute, afiliado à Faculdade de Medicina de Harvard. Conta com a parceria da MedSir (Medica Scientia Innovation Research) no desenvolvimento de projetos para o câncer de mama, do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, na validação de ampliação de painel NGS (Next Generation Sequencing), que investiga predisposição genética e fatores de risco hereditários, e do Weizmann Institute of Science.

 

 

 

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