Antibióticos não aumentam os riscos de asma
Estudo sueco descarta associação entre medicamento e a doença
Um amplo estudo sueco contradiz uma crença de que o uso de antibióticos na gravidez e na infância pode aumentar o risco de asma. Os pesquisadores do Instituto Karolinska de Estocolmo, acompanharam 493.785 crianças, incluindo 180.894 irmãos, desde o início da gravidez de suas mães até a idade escolar.
O estudo, publicado na revista The BMJ, mostra que mais de 20% das pessoas acompanhadas tinham sido expostas a antibióticos no útero e 62 por cento durante a infância. Acima de tudo, de 6 por cento tinham asma. O estudo foi feito entre janeiro de 2006 e dezembro de 2010.
“Nossos resultados indicam que não existe ligação causal entre o tratamento com antibióticos e a asma infantil. Mas é importante usar os antibióticos com muita cautela, pois há o risco de resistência ao antibiótico”, salientou a pesquisadora Catarina Almqvist Malmros, líder do estudo.
Em uma primeira etapa, os pesquisadores estudaram a exposição das crianças a antibióticos na vida fetal, quando suas mães foram tratadas durante a gravidez, e descobriram que o risco para asma na criança tinha aumentado em 28%. Incluindo outros fatores de risco, como genética, ambiente doméstico ou estilo de vida, foi constatado que a relação desapareceu.
Na etapa seguinte, os pesquisadores estudaram crianças que haviam recebido antibióticos no começo da vida. Eles compararam se o risco de desenvolver asma após o tratamento com antibióticos era igualmente alto se a criança tivesse sido tratada para infecção da pele, do trato urinário ou respiratória. Contudo, este não foi o caso. O risco foi muito maior após terem sido tratadas para infecção respiratória, o que indica que a ligação se devia à asma recentemente apresentada, que foi mal interpretada como sendo infecção respiratória e tratada com antibióticos, ou que a infecção respiratória por si só aumentou o risco de asma.