Gestão e Qualidade | 28 de junho de 2025

Agenda Executiva em Saúde discute liderança e a importância das conexões entre os atores da saúde

Com auditório lotado formado por 450 pessoas, o "Workshop Novos Caminhos para a Saúde" foi realizado em Porto Alegre nesta sexta-feira (27).
Agenda Executiva em Saúde discute liderança e a importância das conexões entre os atores da saúde

A AGENDA EXECUTIVA EM SAÚDE  em parceria com o SINDIHOSPA (Sindicato dos Hospitais de Porto Alegre) e a HEALTH MEETING BRASIL, realizou nesta sexta-feira (27) a 13ª edição do WORKSHOP NOVOS CAMINHOS PARA A SAÚDE. O evento contou com cerca de 450 pessoas, lotando o Teatro Unisinos, em Porto Alegre. O portal Setor Saúde esteve presente e conversou com o novo CEO do evento, Marco Torelly, além de painelistas e executivos.


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Marco Torelly falou sobre a importância desta edição e sobre o novo desafio como CEO do workshop, assumindo a função que era de Fernando Torelly. “A 13ª edição do workshop é a maior edição que a gente fez até agora. A gente tem um auditório lotado, com 450 profissionais da saúde. É um prazer muito grande conseguirmos reunir todos esses profissionais, desde aqueles que atuam na alta gestão até os que atuam na beira do leito. É um momento muito importante, é um aquecimento para a Feira HEALTH MEETING, que vai acontecer em outubro. Sobre assumir como CEO do evento, eu venho contribuindo com as iniciativas da AGENDA EXECUTIVA EM SAÚDE desde o início dela, quando nós criamos os cursos e os eventos. Agora eu estou assumindo esse protagonismo, vamos dizer assim, com o objetivo de perpetuar esse evento por mais tempo. A gente já reuniu mais de 2 mil profissionais em 13 eventos, com edições em Porto Alegre, Belo Horizonte, São Paulo, entre outras cidades. Mais de 200 líderes da saúde já participaram dos eventos, debatendo e trazendo conteúdos, assim como suas impressões e visões sobre o cenário atual e o futuro da saúde.”


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“Hoje, por exemplo, nós começamos com um tema bem instigante: o relacionamento dos hospitais com a indústria. A gente queria adentrar esse tema tendo as duas visões, das operadoras e dos hospitais, assim como a de outros atores. Após este primeiro painel, a gente entrou na discussão do papel da liderança em saúde, o papel do gestor da saúde, chegando até a inteligência artificial, no último painel. Por exemplo, quais são as inteligências artificiais que estão sendo aplicadas na área da saúde agora? Abordamos desde o diagnóstico de câncer até a melhoria de atendimento por chatbot. Estamos percorrendo os assuntos mais tradicionais, mas também avançamos em pautas que estão sendo apontadas como tendências de mercado.”


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Sobre a importância de fomentar o surgimento de novas lideranças, Torelly reforçou que a Agenda Executiva compactua com a visão de educar, instigar e ajudar as pessoas a se tornarem lideranças e a contribuírem com o novo cenário da saúde. “Qual é a nossa missão? É possibilitar que todo profissional, desde o nível inicial até o CEO, possa se sentir um líder do seu processo e da sua área. Este é o conceito da AGENDA EXECUTIVA e deste Workshop.”

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“Nós surgimos pensando em criar uma agenda alinhada com a prática. O objetivo é fornecer as ferramentas e os insights para o profissional enfrentar os desafios, enxergar as oportunidades, conseguir se desenvolver e conquistar um lugar nesse mercado, que é um setor extremamente difícil. E um nome referência, obviamente, é o Fernando Torelly, o meu bom pai, que me possibilitou estar junto a ele para criarmos esse projeto, uma referência de liderança, tanto na área da saúde, quanto também para outros setores. A AGENDA EXECUTIVA traz a visão do líder máximo da companhia, do CEO e do conselheiro até o nível de entrada no hospital. Isso faz com que você molde novos profissionais para este mercado que é essencial para o nosso Brasil. Hoje, 10% do PIB do Brasil é destinado à saúde”, lembrou Torelly (no centro da foto acima).

Colaboração entre os atores da cadeia de saúde

O superintendente administrativo do HOSPITAL MOINHOS DE VENTO, Evandro Luís Moraes, participou do painel “Os Novos Desafios e Modelos de Relacionamento dos Hospitais com a Indústria”. O executivo foi taxativo: “o tema colaboração dentro da cadeia de suprimentos é mais do que uma boa prática, ele é uma obrigação dos hospitais. Todos nós trabalhamos com margens apertadas, ou seja, temos um setor que está sob pressão de várias frentes. É um mercado que reconhecidamente vive relacionamentos tensionados. A esfera de colaboração pode ser uma última fronteira, por exemplo, para a redução de custos. Pensar em trabalhar sozinho dentro desse segmento é fora de questão. A gente tem que ‘mudar o chip’, mudar a lógica de sermos concorrentes dentro de uma cadeia de supply [chain], por exemplo. Precisamos ser colaboradores para diminuir as dificuldades do setor. A gente se enxerga ainda como concorrente dentro da cadeia de suprimentos. Ainda não conseguimos ver os atores complementares um do outro.”

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“A presença do Vilson [Schvartzman] neste painel, vice-presidente de distribuição da VIVEO que é uma grande empresa parceira nossa, foi fundamental porque o evento trouxe para o palco alguém que está trabalhando conosco nesse tipo de parceria e mesma visão. Acho que o nosso desafio aqui foi instigar mais empresas para esta ‘brincadeira’. Precisamos abrir os olhos dos outros hospitais e de outros parceiros para que essa lógica de colaboração nos ajude na árdua tarefa de ajustar custos. A gente tem que pensar nisso, tem que incentivar a busca pela colaboração. Para isto devemos perder vaidades, deixar de lado atitudes que às vezes impedem os grupos maiores de se organizarem. Isso foi algo que a gente bateu bastante no painel e creio que conseguimos explorar bem esta necessidade de enxergar o outro de uma nova forma”, completou.

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Vilson Schvartzman elogiou o painel e o evento. Falou da importância das partes se reunirem cada vez mais e dos avanços da tecnologia, como a IA. “Inicialmente, a mensagem é de otimismo em relação ao que foi discutido. Eu acho que um evento como este, com mais de 400 pessoas interessadas em entender os movimentos que a saúde tem pela frente, realmente é uma virada muito grande para o nosso mercado. É um avanço impressionante”, destacou o vice-presidente de distribuição da VIVEO.

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“Obviamente a cadeia como um todo necessita que as partes se reúnam cada vez mais. Há o entendimento crescente de que o distribuidor e a indústria são fundamentais para a sustentabilidade da cadeia. O distribuidor e a indústria hoje são muito mais do que fornecedores. Nós somos ‘sócios’, parceiros em muitos projetos. Quando a gente traz o assunto de risco compartilhado e de grupo de compras, por exemplo, vejo uma bela evolução em relação ao que nós tínhamos. Estes dois em específico eram assuntos tabus há uns 5, 6 anos atrás. Mas hoje estão completamente em pauta”, comemorou vice-presidente de distribuição da VIVEO.

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“Mas não podemos falar disso tudo sem pensar em tecnologia”, pontuou o executivo da VIVEO. “O grande desafio é nós conseguirmos acoplar o desenvolvimento da tecnologia que vem pela frente, como a inteligência artificial, em algo que realmente jogue a favor do prestador, do parceiro. Essa transformação digital traz um potencial muito grande, tanto médico, clínico, quanto negocial. Essas ferramentas são muito importantes para o que vem pela frente nos próximos 10, 15 anos. Mas não adianta nós fazermos isso se não tivermos produtos novos alinhados ao nosso grande objetivo como cadeia de saúde: entregar o melhor tratamento ou serviço para o paciente”, completou Schvartzman.

“Para a inovação avançar é fundamental termos players muito fortes, porque realmente a sustentabilidade da cadeia passa por aí. A VIVEO está caminhando neste sentido. A gente consegue entender para onde está indo o mercado. A distribuição segue como o nosso core business, mas também estamos conseguindo acoplar serviços que vão possibilitar para o hospital a liberação de áreas extremamente rentáveis, por exemplo. A nossa empresa é a única hoje no Brasil que conseguiu criar um ecossistema que une as pontas da cadeia e que chega até o beira-leito. Ela consegue hoje atender desde a distribuição da operação logística até a um programa de suporte ao paciente. Ou seja, conseguimos inclusive identificar o comportamento do tratamento de cada paciente. O nosso acompanhamento hoje não é ligado somente à logística, ao processo de compra e entrega do produto. O nosso acompanhamento engloba interação medicamentosa, efeito colateral, entre outras etapas; buscando acesso e adesão para que cada vez mais os pacientes possam ter o melhor tratamento”, explicou o executivo da VIVEO.

Seguindo no tema de colaboração, Moraes deu como exemplo a nova área com 33 modernos leitos de alta complexidade que será entregue nos próximos dias pelo Hospital Moinhos. Segundo o superintendente administrativo do Hospital, além dos leitos e da nova hemodinâmica, um novo CME (Central de Material Esterilizado) foi solicitado em meio ao projeto. A concretização desta demanda só foi possível com o engajamento de parceiros, como a CONSTRUTORA TEDESCO e a Prefeitura de Porto Alegre. A obra nova, conforme Moraes, foi feita com sucesso em tempo exíguo, em área que não teria uso inicialmente. “O CME vem realmente para dar uma autonomia de 15 a 20 anos dentro da esterilização de materiais para o Hospital. Imagina, eram dois subsolos que não existiriam para uso. Mas com o apoio do setor público a gente conseguiu mudar o projeto rapidamente. Com isto em mãos, fizemos um bid com mais de 20 construtoras e a vencedora foi a TEDESCO. Ela já tem um histórico de grandes obras conosco, como o Bloco 16, a ampliação do Bloco C, a reforma da emergência e mais 20 leitos de internação que nós construímos no ano passado com a TEDESCO também. Esta relação facilitou todo o processo. Um projeto bacana, um projeto com grandes empresas envolvidas.”

Presente no evento, o CEO da TEDESCO, Pedro Silber (foto abaixo), elogiou o tema do painel que discutiu o relacionamento entre os players. Ele ressaltou a importância do parceiro saber as dores do cliente e trabalhar em conjunto para alinhar expectativas e enfrentar os desafios conjuntamente. “Por ser um evento tão importante como esse, a gente não poderia estar fora. Estar aqui ouvindo, aprendendo e interagindo e, principalmente, ampliando o relacionamento com toda a cadeia produtiva da saúde é algo valioso para nós.”

pedro silber

“Costumo dizer que a gente faz obras, mas antes, buscamos construir relações. E o que foi dito no primeiro painel é exatamente como eu penso. Eu comungo com a tese de que nós devemos deixar de ser simplesmente um fornecedor. Precisamos nos manter integrados para saber ‘onde é que o sapato aperta’. Entender quais são as dores e de que maneira a gente pode não só participar como construtor, mas ser um vetor de viabilidade dos projetos”, falou Silber.

EVANDRO MORAES, DANIEL GIACCHERI E PEDRO SILBER

O vice-presidente do SINDIHOSPA, Daniel Giaccheri (centro da foto), também participou do painel e apontou a relevância do tema. “Não adianta um fornecedor só vender e um hospital só comprar, ou seja, cada um só pensar nos seus próprios interesses. Cada player precisa entender as dores um do outro e como a gente pode melhorar como se relacionar com a cadeia. Quando você entende a outra parte, você consegue ter uma compreensão maior, mais ampla. Você consegue convergir e desenvolver de forma mais rápida novas tecnologias e soluções, se antecipando e tornando o seu negócio mais relevante para o outro e para o setor.”


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“Neste enfoque, o papel do SINDIHOSPA está muito bem delimitado em seu planejamento. O nosso Sindicato atua muito na questão de convergir. Promovemos também a troca de melhores práticas, entre elas a questão do relacionamento com os fornecedores e processos logísticos. Isso a gente consegue fazer mensalmente, semanalmente, porque existem núcleos estratégicos de cada setor que se encontram periodicamente. Toda a parte de suprimento se une, toda a parte de segurança do paciente se une, de cada hospital. Existem vários comitês que fazem com que os hospitais troquem essas melhores práticas em cada um dos setores estratégicos”, explicou Giaccheri.

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Parceiros da Agenda Executiva e o próximo evento

O CEO da HEALTH MEETING BRASIL, Gilmar Dalla Roza, reforçou a importância da união com a AGENDA e o SINDIHOSPA. “A proposta da Health Meeting é ser mais do que uma feira. É ser uma plataforma. E para ser uma plataforma, você tem que estar presente o máximo possível na vida das pessoas que fazem parte do cluster da saúde. O nosso primeiro passo foi fazer uma parceria com a AGENDA EXECUTIVA. Estamos junto com os workshops em todos os lugares do Brasil. E depois ela vem para dentro da nossa feira, integrando o rol de congressos. O próprio portal Setor de Saúde é uma forma de a HEALTH MEETING estar presente no dia a dia dos executivos e profissionais da saúde.”


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Roza (à esquerda, foto abaixo) também elogiou o painel e o evento realizado nesta sexta-feira. “O propósito da nossa feira é gerar conhecimento, multiplicar e compartilhar experiências. É vital estarmos em eventos como esse, contribuirmos na organização, estar no apoio. A gente viu agora um painel espetacular, onde nos certificamos que ainda temos muito a fazer.  Aprendi com anos de experiência que se você fica esperando que os próprios atores se conectem, na maioria das vezes eles não irão se conectar, seja pela questão da concorrência, seja pelo simples fato de não ter um ambiente criado para isto. No momento que você cria um evento como a HEALTH MEETING, como a AGENDA EXECUTIVA, você permite que se crie fisicamente espaços e momentos diferenciados para que as pessoas possam compartilhar conhecimentos e trocar informações”, completou o CEO da HEALTH MEETING.

gilmar alessandra

“Num mundo em que a inovação acelera à velocidade da luz, se você não parar de trocar informação e discutir, você vai perder relevância. E em um momento que estamos vivendo hoje, onde todos precisam e buscam maior eficiência, ficar de fora destes movimentos de conexão é um perigo. Mesmo que o A concorra com o B, não é bom que ninguém desapareça. Muito pelo contrário. Os eventos também fazem com que a gente cuide do mercado, possibilitando que as pessoas consigam enxergar oportunidades que não se encontram dentro do hospital, da operadora e da indústria. Estas conexões fortalecem o mercado. Em um mercado evoluído e consciente disso, todo mundo ganha. Ganha quem está prestando o serviço, vendendo o insumo e certamente ganha o paciente, que é o principal beneficiário”, acrescentou Roza.

Giaccheri destacou a sintonia entre os três parceiros para levar conteúdo de alto nível. “Todos buscam o mesmo norte: o conhecimento em saúde. Esta troca de ideias e a busca por novos processos e integrações têm espaço nesses eventos. Queremos que todos saiam daqui com ideias diferentes, com propósitos mais aguçados em termos de inovar. É isto que a AGENDA, o SINDIHOSPA e a HEALTH MEETING procuram. Fortalecer o nosso setor de saúde.”

“A próxima HEALTH MEETING será um ambiente tanto de conhecimento quanto de negócios. É algo que marca o Rio Grande do Sul. Algo que precisávamos e agora felizmente nós temos”, comemorou o vice-presidente do SINDIHOSPA.

Para a próxima edição – 14º Workshop Novos Caminhos para a Saúde -, a ser realizada durante a HEALTH MEETING BRASIL / SINDIHOSPA 2025, em outubro na PUCRS, Torelly afirmou que a equipe responsável pela curadoria está 100% focada para ampliar a presença de lideranças nacionais. “Nós queremos trazer nomes ainda mais ´pesados´ do setor de saúde para o HEALTH MEETING, trazendo alguns nomes bem ´quentes´ do mercado que, usualmente, o setor de saúde gaúcho não tem acesso. Será com certeza um evento muito especial”, prometeu Torelly.

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O Workshop desta sexta-feira, 27 de junho, contou ainda com painéis que discutiram assuntos como gestão de pessoas, liderança estratégica, IA e resultados em gestão hospitalar.

agenda executiva

A Agenda Executiva em Saúde, criada em 2022, conecta líderes e especialistas do setor, promovendo troca de conhecimento e soluções estratégicas. Focada em eficiência, inovação e gestão, oferece workshops, podcasts, eventos e conteúdos sobre os desafios e tendências da saúde. Idealizada por Fernando Andreatta Torelly (executivo da Rede D´Or), consolidou-se como referência para construir um futuro mais sustentável e colaborativo no setor.

 

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