Estudo aponta que aprimoramento de ressonância magnética pode auxiliar no diagnóstico de esclerose múltipla
Liderado por especialistas do Hospital Moinhos de Vento, estudo demonstra precisão de regime avançado de imagem na identificação de lesões causadas por esclerose.Um moderno regime de imagem, obtido em exames de ressonância magnética, demonstrou ter alta utilidade no diagnóstico de pacientes portadores de esclerose múltipla. O PSIR, sigla em inglês para phase sensitive inversion recovery, é capaz de identificar e localizar com precisão lesões em pessoas com a doença, principalmente aquelas presentes no córtex cerebral ou próximas a ele.
Publicado no periódico Radiologia Brasileira por especialistas do Núcleo de Esclerose Múltipla e Doenças Desmielinizantes e do Serviço de Neurorradiologia do Hospital Moinhos de Vento, o estudo “Confiabilidade entre examinadores na detecção de lesões corticais por phase-sensitive inversion recovery na ressonância magnética de pacientes com esclerose múltipla” demonstra que métodos como o PSIR podem ser cruciais em decisões terapêuticas, incluindo a transição para tratamentos mais potentes uma vez identificadas lesões ‘silenciosas’ no córtex cerebral. A pesquisa foi liderada pelos médicos Marco Aurélio G. de Caneda, Maria Cecília Aragon de Vecino e Marjana Reis Lima.
PUBLICIDADE
Para a neurologista Maria Cecília, além do papel fundamental no diagnóstico, a ressonância magnética é indispensável também no acompanhamento da eficácia do tratamento estabelecido. “A identificação mais precisa e precoce de lesões corticais na esclerose múltipla passou a ser de suma importância, uma vez, que na última revisão dos critérios diagnósticos da doença, as presença de lesões com essa localização passaram a figurar entre os critérios definidores da patologia”, salienta.
O estudo apontou conexão relevante entre o número de lesões corticais e o grau de incapacidade dos pacientes. “A literatura médica tem demonstrado que a presença de lesões corticais é um marcador importante de piora da incapacidade dos pacientes com esclerose múltipla ao longo da doença”, esclarece Maria Cecília.
PUBLICIDADE
No Hospital Moinhos de Vento, a busca por lesões corticais por meio do PSIR já faz parte do protocolo padrão de ressonância magnética dos pacientes com esclerose múltipla ou com suspeita da doença. A realização do exame é rápida — todo procedimento dura aproximadamente seis minutos — e não há necessidade de qualquer tipo de preparo extra em relação ao exame convencional.
A esclerose múltipla
Ainda pouco conhecida pela população, a esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica crônica e autoimune que atinge cerca de 40 mil brasileiros, de acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM). Apesar de muitos acreditarem que a enfermidade acomete a população mais idosa, ela é comum em jovens, com seu auge entre os 20 e os 40 anos, e pode inclusive se manifestar na infância. Atinge mais mulheres do que homens, especialmente em função do fator hormonal.
PUBLICIDADE
A doença se manifesta por meio de diversos sintomas e sinais, podendo ser diferentes, dependendo das áreas afetadas pelo acometimento, indo desde alterações de sensibilidade, até perdas de visão e equilíbrio, por exemplo. A maioria consegue levar uma vida normal, sem redução da expectativa de vida, desde que siga corretamente o tratamento.