Gestação após diagnóstico de câncer de mama: nova perspectiva para as mulheres
Novo estudo inovador aponta possibilidade da gestação para mulheres diagnosticadas com tumores mamários.Um estudo recentemente publicado na renomada revista científica New England Journal of Medicine [1] está trazendo uma nova luz para mulheres que enfrentam o desafio de conciliar o tratamento de câncer de mama com o desejo de serem mães.
Atualmente, 70% dos casos de câncer de mama são hormonais [2], e o tratamento muitas vezes, requer o uso de anti-hormônios por 5 a 10 anos, o que impede a gravidez durante esse período. No entanto, a doença tem afetado cada vez mais mulheres jovens, levantando questões sobre a fertilidade e o desejo de gestar.
O estudo em questão investigou a possibilidade de interromper temporariamente o tratamento para permitir a gravidez, sem comprometer a saúde da paciente. Os resultados revelaram que, para algumas mulheres, é seguro interromper o uso do anti-hormônio por até 2 anos, desde que retomado posteriormente, sem aumentar o risco de recorrência da doença.
PUBLICIDADE
A Dra. Renata Arakelian é oncologista do Hospital Santa Paula, referência em São Paulo e que faz parte da Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil, e detalha a importância do dado: “Este estudo oferece uma nova perspectiva para mulheres com câncer de mama que desejam ser mães, mostrando que é possível conciliar o tratamento e a maternidade de maneira segura e eficaz”. A especialista enfatiza a necessidade de uma abordagem multidisciplinar, envolvendo oncologistas, mastologistas e obstetras trabalhando em sintonia para oferecer um tratamento personalizado.
As Sociedades Americana, Europeia e Brasileira de Oncologia Clínica têm emitido recomendações específicas para mulheres que são diagnosticadas com câncer de mama durante a gestação, uma situação que vem sendo enfrentada com maior frequência. “Cada caso deve ser discutido minuciosamente com a paciente para garantir a melhor abordagem para a situação específica, avaliando os prós e contras de cada tratamento, sempre levando em consideração a saúde da mulher e do bebê”, complementa a Dra. Renata.
Referências
-
Freedman RA, et al. “Pregnancy After Endocrine Therapy for HR-Positive HER2-Negative Breast Cancer”. New England Journal of Medicine, 2023
-
Anvisa aprova medicamentos para câncer de mama e asma grave. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-
br/assuntos/noticias-anvisa/ 2018/anvisa- aprovamedicamentos-para- cancer-de-mama-e-asma-grave, 2022