Pacientes ficam sem tratamento de quimioterapia nos Estados Unidos
Cortes de 2% no orçamento afetam pacientes de câncer com mais de 65 anos
Várias clínicas americanas anunciaram na última semana que vão deixar de oferecer tratamento quimioterápico aos pacientes de câncer e que são beneficiados pelo sistema Medicare – seguro do governo federal americano para pessoas com mais de 65 anos. A principal razão para essa decisão é o corte econômico, promovido pelo governo federal, no programa de assistência que chega a 2% do orçamento.
Os gestores das clínicas de saúde afirmaram que foi necessário fazer a escolha entre atender esses pacientes ou manter os estabelecimentos de saúde abertos.
A redução de 2% no orçamento surpreendeu médicos e pacientes que são atendidos pelo Medicare. Com a redução na verba, o requisito da presença médica durante a aplicação do medicamento pode ficar inviabilizado uma vez que poderá ser necessário fazer cortes na equipe para se adequar à nova realidade financeira do programa Medicare.
Antes da redução do orçamento, o governo dos Estados Unidos reembolsava as clínicas médicas que ofereciam tratamento oncológico remunerando o preço médio dos medicamentos de quimioterapia, mais 6% de custos de armazenamento e administração. Com o corte orçamentário de 2%, os médicos estão se queixando que a redução vai atingir uma alta porcentagem dos seus rendimentos.
Diante do novo cenário, muitos doentes estão sendo obrigados a recorrer a outros lugares para serem atendidos, como hospitais. Porém, nesses locais, nem sempre há espaço e recursos para prestar todo o atendimento necessário. O tratamento do câncer por meio da quimioterapia em um hospital, custa em média US$ 6,5 mil a mais, por ano, ao governo.
Segundo relatos divulgados na imprensa americana os problemas com os centros comunitários que atendem pacientes com mais de 65 anos e que precisam de tratamento contra o câncer é antigo. Desde 2008, 1,2 mil centros de Medicare foram fechados por problemas financeiros. Todos esses problemas de redução de orçamento podem gerar um problema ainda maior, que é a migração dos pacientes para hospitais, que também terão dificuldades para atendê-los.