Fotos: Vinícius Reis/Assembleia Legislativa

Um grupo de 30 representantes de hospitais, clínicas e laboratórios do Rio Grande do Sul, além de presidentes e dirigentes de sindicatos filiados, liderados  pela diretoria da FEHOSUL, reuniu-se na manhã desta segunda-feira, 25, com o Presidente da Assembleia Legislativa (AL), deputado estadual Pedro Westphalen. Na pauta do encontro estava a entrega de um documento ao chefe do Legislativo com o relato da desgastante situação entre os estabelecimentos de saúde e o IPE-Saúde nos últimos dois anos.

Para o Diretor Executivo da FEHOSUL, Dr. Flávio Borges, a morosidade do IPE-Saúde é a característica mais forte desta relação com os prestadores de serviços. “São vários os segmentos representados nesta manhã que estão apoiando o conteúdo deste documento, que representa o nosso pleito referente ao IPE”, declarou o Diretor Executivo.

Entre as  reivindicações importantes,  que já foram motivos de pauta das reuniões do Grupo Paritário do IPE-Saúde nos últimos dois anos, mas que não obtiveram nenhum avanço estão itens como a implantação da tabela CBHPM; a remuneração  de medicamentos que está ‘congelada’ desde 2010; a ausência de reajuste em 2012; e o pagamento das glosas que não é feito desde 2005, foram alguns exemplos citados. “Porém, nossa principal preocupação é quanto ao orçamento deste ano, que é o mesmo do ano passado. Em 2012, houve atraso do pagamento da última parcela em dezembro. Em 2013, estamos prevendo este atraso a partir do mês de outubro aos prestadores de serviços”, relembrou o Dr. Flávio Borges.

O Diretor-Presidente do Sistema de Saúde Mãe de Deus, Dr. Cláudio Seferin, destacou a preocupação dos prestadores de serviços quanto ao retrocesso que o IPE-Saúde está sofrendo em relação às conquistas obtidas de 2003 em diante, após a separação do IPE-Previdência – decisão que teve o apoio do atual presidente da Assembleia Legislativa.

O Grupo Paritário foi criado para contribuir para a busca de soluções definitivas para os problemas da instituição. “Está havendo um novo distanciamento entre o IPE e os estabelecimentos de saúde por meio da desmobilização do Grupo Paritário e isso é muito negativo. Estamos muito preocupados com onde essa situação toda irá chegar”, ressaltou Seferin.

Já o Diretor Financeiro da Associação dos Funcionários Públicos do Estado (AFPERGS), mantenedora do Hospital Ernesto Dornelles (HED), Walmor de Araújo, demonstrou a preocupação da entidade com o descompasso apresentado na reunião e com a situação em que se encontra o IPE-Saúde. Para ele, se essas questões importantes e pontuais não forem imediatamente sanadas, haverá uma grande concentração de pacientes no HED que poderá não ter condições de assumir toda a demanda.

A representante do Grupo de Patologia da FEHOSUL, Dra. Tamara Mattos, por sua vez,  destacou a difícil situação enfrentada pelos Laboratórios de Anatomia Patológica, que estão sem reajustes há vários anos. “Estamos trabalhando com prejuízos para realizar exames que são feitos artesanalmente. Em cada exame temos, em média, um déficit de R$ 7,00. Não temos mais condições de continuar desta maneira”, sentenciou.

Se manifestaram também, reforçando o mesmo conteúdo, Francisco Duarte, da área de Imagem; Adalberto Broecker Neto, da Oncologia; Darci Mallmann, Diretor Executivo do Hospital Divina Providência; Clarissa Bassin, do Simers; Mauro Geyer, presidente do Sindicato dos Laboratórios de Análises Clínicas do Rio Grande do Sul; e Alfredo Cantalice, da Amrigs.

Após todas as manifestações, o presidente do Poder Legislativo do Estado, deputado estadual Pedro Westphalen, ressaltou a importância da união da classe dos prestadores de  serviços  de saúde em  prol de um objetivo comum e informou que, imediatamente, teria uma agenda com o governador Tarso Genro, onde já iria apresentar o documento entregue, além de destacar todas as manifestações apresentadas.

“Entendemos, pelas manifestações recebidas, que este  ano poderá faltar recursos ao IPE-Saúde já em outubro, novembro, e isso é muito grave. Tudo isso o que está acontecendo na instituição é um problema de falta de gestão que não pode continuar”, alertou Pedro Westphalen.