Os tratamentos do câncer e os avanços da imunoterapia são apresentados em evento da MSD
17º Seminário de Jornalismo Científico e Saúde da MSD ocorreu na quinta-feira (19)A farmacêutica MSD América Latina e a organização jornalística InquireFirst promoveram, na quinta-feira (19), o 17º Seminário de Jornalismo Científico e Saúde da MSD, com a série Sessão Oncologia em tempos de pandemia.
Novas abordagens no tratamento do câncer, perspectiva de sobrevida no tratamento do câncer de pulmão, imunoterapia para melanoma, tratamento precoce e novas abordagens sobre a doença pelos veículos de comunicação foram temas abordados no Seminário.
A apresentação do evento foi comandada pela diretora de Comunicação da MSD América Latina, Veronica Trulin, e pela presidente da InquireFirst, Lynne S. Walker.
Confira os detalhes dos temas apresentados e dos palestrantes.
Compromisso da MSD com a Oncologia
O vice-presidente Oncologia MSD América Latina, Tyrone Brewer, apresentou o compromisso da empresa com a oncologia. Ele abordou as formas de triagem, diagnóstico e tratamento que a MSD atua.
“Na parte de triagem, estamos trabalhando com diferentes sociedades e grupos de defesa de pacientes para ajudar a educar e criar conscientização sobre diferentes tipos de câncer. A minha barba faz parte de uma campanha de conscientização que implementamos, para promover a saúde masculina. Para diagnóstico, mantemos pesquisas para entender os biomarcarcadores que poderão nos ajudar a identificar os pacientes que responderão a diferentes formas terapêuticas e que podem ajudar a entender o que vem no futuro da medicina personalizada”, disse. “Por fim, na perspectiva do tratamento, temos uma série de diferentes programas de sistemas de pacientes, que permitem acesso a medicamentos sem custo, e temos um programa de desenvolvimento bastante claro. Na oncologia, são importantes os estudos clínicos, e investimos muito em estudos clínicos e, com isso, estamos expandindo o acesso de medicamentos inovadores para os pacientes”, disse.
Câncer de pulmão: perspectivas de sobrevida
A diretora regional de Assuntos Médicos para Tumores Torácicos da MSD América Latina, Renata Eiras, apresentou as perspectivas de sobrevida no tratamento de câncer de pulmão.
Eiras apontou a importância da imunoterapia no tratamento do câncer. De acordo com ela, 20% das mortes por câncer são provenientes do câncer de pulmão, e aproximadamente 80% dos pacientes diagnosticados com câncer metastático não sobreviverão em cinco anos.
Entretanto, a diretora afirmou que reduziu significativamente a queda na mortalidade, por causa dos avanços no tratamento, possibilitado em grande parte pela imunoterapia. Foram descobertos diferentes subtipos de câncer de pulmão, o que possibilitou maior conhecimento sobre a doença e possibilidade de desenvolvimento de terapias-alvo, como inibidores da quinase.
Ela salientou que novos tratamentos resultam em 31,9% de chance sobrevida para pacientes metastáticos em cinco anos – antes a sobrevida esperada era 5,9%.
Ela também apontou a importância de tratamentos que aliam quimioterapia e imunoterapia. Além disso, citou o pembrolizumab como importante tratamento, que possibilita o dobro de sobrevida geral.
Imuno-oncologia: Nova esperança para pacientes com melanoma
O diretor-médico de Oncologia da MSD América Latina, Alfredo Caparros, abordou o papel-chave da imunoterapia que o melanoma desempenhou na pesquisa de novas imunoterapias.
“A imunoterapia está relacionada com a capacidade do sistema imunológico de reconhecer o que não pertence no corpo base nas características das moléculas que chamamos de antígenos. Esses antígenos são criados com base nas alterações de DNA sofridas, e essas alterações estão associadas a diferentes fatores de risco para diferentes tumores. No caso do pulmão, o maior fator de risco é o tabagismo. Mas quando falamos no melanoma, a exposição à luz do sol parece desempenhar um papel-chave”, disse.
Ele afirmou que o melanoma é o câncer com o maior número de mutações e antígenos. Porém, desde 2007 e graças à imunoterapia, a expectativa de vida de um paciente metastático aumentou mais de 30% graças à imunoterapia.
Caparros definiu duas eras: a dos Anos 1980 ao início dos Anos 2000 como a “Era do Interferon”, em que as possibilidades de tratamento eram limitadas (poucos medicamentos e quimioterapia), e a Era Atual, especialmente de 2015 em diante, com imunoterapias e terapias dirigidas sendo um grande aliado no tratamento.
Tratamento de câncer precoce
O diretor-médico de Oncologia da MSD Global, Miguel Korte, abordou a importância de tratar precocemente o câncer, com as possibilidades de cura. De acordo com Korte, o diagnóstico e tratamento precoce do câncer possibilitam identificar a doença em um estágio com menor replicação das células tumorais, o que poderá ser decisivo – quanto mais cedo, maiores as chances de remover tumores secundários e, quanto mais tarde, maiores as chances de conseguir no máximo a sobrevida do paciente, mas não o curar.
Ele abordou os tratamentos adjuvantes e neoadjuvantes para câncer. O tratamento adjuvante é realizado após a cirurgia, para destruir as células cancerígenas possivelmente remanescentes. Já o tratamento neoadjuvante é composto por agentes terapêuticos. De acordo com Korte, uma abordagem que envolva os dois tratamentos pode ser benéfica para o diagnóstico precoce e possibilidade de terapia que possibilite mais chances de cura.
“A vantagem para trazer as terapias para um estágio mais precoce é que queremos ter a melhor terapia sistêmica o mais rápido possível, para diminuir as possibilidades de recorrência e aumentar as possibilidades de cura. E é muito importante termos a possibilidade de prever o que vai acontecer com isso e ver o que acontece no longo prazo. Também é importante entender que os tratamentos adjuvantes e neoadjuvantes acontecem em diferentes estágios, não são sinônimos”, afirmou.
Decifrando ciência médica complexa para o público
A diretora do Programa Knight Science Journalism do Massachusetts Institute of Technology (MIT), Deborah Blum, apesentou a abordagem feita pelo jornalismo sobre as doenças, salientando o câncer e o coronavírus.
Blum apresentou imagens do coronavírus que são apresentadas na mídia, e como são tratadas como “monstros”. “Nós temos essa ideia de estarmos sendo atacados, mas não pela ideia complexa de uma doença, mas pela imagem simples da doença. O que fazemos, ao contar essas histórias, é interrogar esse monstro para entender melhor. E isso é muito importante ao contar uma história, porque os nossos leitores e telespectadores observam todo o nosso conhecimento dentro das histórias que contamos, seja o câncer ou qualquer outra doença”, disse.
Blum enfatizou a importância de “dissecar o monstro”, ou seja, explicando de forma detalhada como as doenças são e como atuam no corpo humano. Ainda, ela afirmou que, para explicar as complexidades da ciência e da medicina, os jornalistas devem ter cuidado com as analogias, comparações, jargões.