Mundo | 15 de junho de 2020

Anticorpo lenzilumab apresenta resultados animadores para pacientes de alto risco com Covid-19

Estudo foi realizado em parceria com a Mayo Clinic. Empresa quer testar no Brasil.
Anticorpo lenzilumab apresenta resultados animadores para pacientes de alto risco com Covid-19

A Humanigen, empresa de biotecnologia localizada na Califórnia (EUA), anunciou que 12 pacientes com pneumonia grave associada ao coronavírus (COVID-19) tratados com lenzilumab apresentaram um tempo médio de recuperação de cinco dias e uma taxa de sobrevivência de 100%. A análise foi conduzida em parceria com a Mayo Clinic (EUA). Os pacientes também mostraram melhorias na oxigenação, temperatura, citosinas inflamatórias e outros parâmetros.


Segundo o CEO da Humanigen, Cameron Durrant, a companhia está interessada em trazer seu teste clínico de Fase 3 — a última antes da aprovação regulatória — para o Brasil, que nas últimas semanas se tornou o epicentro da covid-19. Para isto, já contratou a CTI Clinical Trial & Consulting Services para conduzir os testes no País, disse o executivo ao site Brazil Journal.


estudo, ainda carece de revisão (de outros especialistas), mas a gravidade da condição dos pacientes e o sucesso nos resultados, mesmo que em uma amostra pequena, traz esperança para o uso de um anticorpo monoclonal como tratamento para casos graves.


“O uso do lenzilumab foi associado a melhores resultados clínicos e necessidade de oxigênio, sem mortalidade relatada”, disse Zelalem Temesgen, professor de medicina da Clínica Mayo em comunicado. “Nós não observamos nenhum evento adverso emergente do tratamento atribuível ao lenzilumab e foi bem tolerado.” O lenzilumab foi desenvolvido para tratar a chamada “tempestade de citocinas”, uma resposta hiperativa do sistema imunológico que pode causar febre e inflamação e potencialmente levar à falência de órgãos.


Casos agudos

“ É extremamente encorajador ver esse grupo inicial de pacientes de alto risco com pneumonia grave e crítica por COVID-19 mostrar melhora clínica no lenzilumab e, no ponto de corte de dados, 11 deles receberam alta do hospital”, disse Cameron Durrant.

Durrant disse que “o normal é que o sistema imunológico pise no acelerador mas em seguida pise no freio… Na covid, o pé fica atolado no acelerador: o sistema imunológico fica super estimulado e não para. Isso leva a inflamações imensas principalmente nos pulmões, mas também já vimos casos em que isso acontece no coração e no cérebro.”


“ Todos os 12 pacientes tinham pelo menos um fator de risco associado que invariavelmente poderia levar à piora da saúde, tais como: idade, histórico de tabagismo, doença cardiovascular, diabetes, doença renal crônica, doença pulmonar crônica, alto IMC e marcadores inflamatórios elevados, com vários desses pacientes apresentando múltiplos fatores de risco”, completou. Os pacientes necessitaram de suplementação de oxigênio e tiveram elevação em pelo menos um biomarcador inflamatório antes de receberem lenzilumab. A idade média foi de 65 anos.




Estudos avançados

O lenzilumab está na Fase III do processo de pesquisa clínicas, a última fase para a aprovação do seu uso como tratamento para a Covid-19. O sucesso do tratamento ajudaria a reduzir o tempo de internação e a mortalidade da doença. A Fase 3 está em andamento com pacientes em hospitais de Dartmouth e nos três centros da Mayo Clinic, na Florida, Arizona e Minnesota.

 

 

Com informações Humanigem e Brazil Journal. Edição SS.

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