Recomendações sobre a febre amarela nos municípios gaúchos
Morte de macacos pode indicar presença do vírus em determinadas regiões
O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs/RS) emitiu uma alerta epidemiológico de atualização sobre a febre amarela e com recomendações aos municípios gaúchos. O documento traz orientações de controle da presença do vírus e de atualização vacinal da população sem vacina ou com esquema incompleto. Orienta também para a imunização de pessoas que vão viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata dentro de áreas com recomendação de vacinação e/ou circulação do vírus amarílico.
A morte de macacos em áreas rurais é um possível indicio da presença de mosquitos transmissores da doença. A Organização Panamericana de Saúde já havia emitido alerta sobre a febre amarela na semana passada.
Vacina
A vacina contra a febre amarela é ofertada no Calendário Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e é enviada, mensalmente, para todo o país. Ela é oferecida nos postos de saúde. Entre as medidas de controle está o alerta às vigilâncias ambientais dos municípios para que orientem a população para a importância de notificação imediata, às respectivas secretarias municipais de Saúde, sempre que encontrarem macacos mortos. Estas ocorrências precisam ser investigadas pois podem indicar que o vírus está circulando em determinada região.
O vírus da febre amarela se mantém naturalmente em um ciclo silvestre de transmissão, que envolve primatas não humanos (hospedeiros animais) e mosquitos silvestres. O Ministério da Saúde realiza a vigilância de epizootias desde 1999 com objetivo de verificar e antecipar a ocorrência da doença.
Assim é possível fazer a intervenção oportuna para evitar casos humanos, por meio da vacinação das pessoas e também evitar a urbanização da doença por meio do controle de vetores nas cidades.
Entenda a doença
É uma doença infecciosa febril aguda, causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes), que pode levar à morte em cerca de uma semana, se não for tratada rapidamente.
Os casos de Febre Amarela (FA) no Brasil são classificados como febre amarela silvestre ou febre amarela urbana, sendo que o vírus transmitido é o mesmo, assim como a doença que se manifesta nos dois casos, a diferença entre elas é o mosquito vetor envolvido na transmissão.
Na FA silvestre, os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes transmitem o vírus e os macacos são os principais hospedeiros; nessa situação, os casos humanos ocorrem quando uma pessoa não vacinada adentra uma área silvestre e é picada por mosquito contaminado. Na FA urbana o vírus é transmitido pelos mosquitos Aedes aegyptii ao homem, mas esta não é registrada no Brasil desde 1942.
Em Minas, situação de emergência com 38 mortes
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais informou que as notificações de mortes de pessoas com suspeita de febre amarela subiram para 38 no Estado. O número de casos suspeitos chegou a 133. O governo decretou situação de emergência em 152 cidades.
Segundo a Secretaria de Saúde, das 38 mortes, dez são óbitos prováveis da doença, porque os pacientes tiveram exame laboratorial preliminar positivo. A confirmação ainda depende de mais investigação. Já as notificações de casos suspeitos subiram, em relação ao último balanço, de 110 para 133. Na sexta, o governo decretou situação de emergência em saúde pública por 180 dias nas áreas do Estado onde há surto de febre amarela. O decreto autoriza a adoção de medidas administrativas necessárias ao combate da doença.