Estudo da OMS mostra que Brasil apresenta maior quadro de depressão
País registrou a maior prevalência nos últimos 12 meses no mundo, com 10,4%Dados da Pesquisa Mundial sobre Saúde Mental, realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ilustram a gravidade do problema de saúde mental para a saúde pública em todas as regiões do mundo.
Em torno de 400 milhões de pessoas no mundo sofrem hoje da doença que, de forma resumida, tira do paciente toda vontade de viver, veja aqui . As previsões são de que o número de deprimidos deve aumentar e muito, afetando os custos de tratamento, já na casa dos US$ 800 bilhões. As previsões da OMS feitas no século passado supunham que, em 2030, a condição seria responsável por 9,8% do total de anos de vida saudável perdidos para doenças. O índice, porém, foi atingido em 2010.
A maior prevalência nos últimos 12 meses foi registrada no Brasil, com 10,4%. Os resultados do estudo mostraram que, nos países de alta renda, a idade média de início dos episódios de depressão maior foi de 25,7 anos, contra 24 anos nos países de baixa e média renda. A incapacitação funcional também se mostrou associada aos quadros depressivos. O estudo revelou, ainda, que a prevalência é duas vezes maior entre as mulheres em relação aos homens, muitas vezes motivada por divórcio e viuvez.
No seminário The Global Crisis of Depression, promovido pela revista britânica The Economist e realizado em Londres em novembro, o ex-secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, afirmou que “a depressão atinge hoje quase 7% da população mundial. Incapacita os atingidos pela doença, coloca um enorme peso nas suas famílias e rouba da economia a energia e o talento das pessoas”.
Em reportagem do jornal Le Figaro, o psiquiatra infantil francês Louis Tandonnet comentou que a Alta Autoridade para a Saúde (Haute Autorité de santé, HAS) divulgou novas recomendações para melhorar a identificação e tratamento de sintomas depressivos em adolescentes. “A grande dificuldade é que o jovem que sofre de depressão grave não verbaliza sua tristeza, mas indiretamente expressa sua dor por comportamentos não-específicos”, diz o especialista. “Podem ser queixas somáticas, um comportamento contraditório, irritabilidade excessiva, reclusão”, exemplifica o médico francês.