5 reflexões a respeito do futuro da prática clínica
A evolução da saúde exige enfrentar paradigmas com o uso de evidênciasPadronizar, evitar o desperdício, ajudar nas decisões clínicas quando há várias opções de atendimento, melhorar a qualidade da assistência e o controle de custos. Estes são alguns objetivos relacionados a prática clínica com o uso de uma abordagem baseada em evidências. No entanto, as vias para esse caminho estão em desenvolvimento, evoluindo constantemente.
Para ajudar a entender esse processo, o portal norte-americano do American Journal of Managed Care (AJMC) listou cinco fatores que podem caracterizar as mudanças de sobre a situação atual desse “caminho clínico”:
1) Onde estamos agora?
Pesquisadores do Grupo de Análise (Analysis Group, empresa de consultoria e estratégia econômica) e do Conselho Nacional de Farmacêuticos (National Pharmaceutical Council), ambos dos EUA, realizaram uma revisão da literatura sobre as bases de dados da PubMed e da Cochrane, além de pesquisas de acompanhamento e entrevistas com provedores e fornecedores para compreender o cenário, o desenvolvimento e a gestão da prática clínica. O estudo concluiu que as partes interessadas esperam evidências incontestáveis de segurança e de eficácia no desenvolvimento dos processos clínicos, antes de pensarem na sua implementação. Além disso, o aumento da transparência no desenvolvimento desse percurso e a consistência dessas medidas são apontados como essenciais.
2) Usando as evidências para desenvolver o percurso clínico
Pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon, na Pensilvânia, desenvolveram um banco de dados para facilitar inovações na prestação de cuidados baseados na prática clínica, focado na gestão de doenças crônicas. A fonte de dados utilizada para a análise, contém registros eletrônicos da saúde de pacientes com doença renal crônica e que também sofriam de outras patologias graves. Os algoritmos usados pelos autores faziam medições bioquímicas dos pacientes, agrupados em diferentes subgrupos, para identificar os caminhos clínicos que provavelmente teriam uma maior incidência de sucesso, além de prever as prováveis condições clínicas que os pacientes poderiam apresentar.
3) Barreiras para a adoção de caminhos clínicos
Os referidos percursos ainda são, de fato, um terreno pouco explorado. Assim, barreiras à sua adoção estão sendo mais reconhecidas do que o número de problemas que estão sendo resolvidos, de acordo com o Dr. Robert Dubois, gestor de ciências e e vice-presidente executivo do Conselho Nacional de Farmacêuticos (EUA). A incerteza médica é um dos fatores que influenciam a adoção dos novos caminhos, disse Dr. Dubois.
4) Encontrar um lugar para medicina de precisão
Uma outra abordagem alinhada ao sistema de pagamento poderá surgir com o desenvolvimento de novos percursos clínicos que sejam também, mais personalizados? A Foundation Medicine (Fundação de Medicina) acredita que isso pode e deve ocorrer. Em um artigo publicado no periódico Evidence-Based Oncology, é descrito que a medicina de precisão, especialmente em oncologia, pode economizar custos no longo prazo. Para isso, é preciso elaborar medidas estratégicas que os planos de saúde poderão adotar para integrar a medicina de precisão e modelos de pagamento.
5) ASCO se diz infeliz com o status atual dos percursos clínicos
A Força-Tarefa da Sociedade Americana de Oncologia Clínica Sobre os Caminhos Clínicos (ASCO’s Task Force on Clinical Pathways) pediu uma maior transparência em relação ao desenvolvimento de projetos, maior flexibilidade e evidências que apresentem melhores resultados, consequentes das novas implementações. A força-tarefa tem expressado preocupação com a falta de consistência, rigidez e a ênfase no controle de custos e com a falta de transparência dos atuais procedimentos, e fez várias recomendações para a promoção de assistência com base em provas que respeitem as exigências dos pacientes, dos pagadores e provedores.