39% dos brasileiros possuem pelo menos uma doença crônica
No Rio Grande do Sul, índice chega a quase 50% da população adultaA primeira edição da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgada dia 10 de dezembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou quer 39,3% dos brasileiros com 18 anos ou mais, foram diagnosticados com ao menos uma das 11 doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) que, juntas, correspondem a 70% das mortes no País.
As doenças citadas no levantamento foram câncer, depressão, colesterol alto, diabetes, hipertensão, problemas cardiovasculares, AVC, asma, insuficiência renal, problemas de coluna e problemas osteomoleculares. O índice chega a cerca de 40% da população, o equivalente a 57,4 milhões de pessoas.
O IBGE visitou 80 mil casas em 1,6 mil municípios de todas as regiões, durante o segundo semestre do ano passado. Foram 146,3 milhões de participantes. A PNS estima que o Brasil tenha 31,3 milhões de hipertensos (21,4% do total), 27 milhões com problemas na coluna (18,5%) e 2,2 milhões de pessoas que já sofreram um AVC. Parte da população (12,5%) foi diagnosticada com colesterol alto, enquanto 6,2% têm diabetes e 4,2% apresentam alguma doença cardiovascular.
Em todo o Brasil, 69,7% dos hipertensos disseram ter recebido assistência médica nos 12 meses anteriores à pesquisa. As unidades básicas de Saúde foram responsáveis por 45,9% desses atendimentos. A Região Sudeste liderou os diagnósticos dessa doença, com 23,3%, com prevalência maior entre mulheres (24,2%), em comparação aos homens (18,3%).
Outro importante dado apontado pela PNS é a obtenção do medicamento para o tratamento. Em todo o Brasil, 35,9% dos entrevistados afirmaram obter pelo menos um medicamento para hipertensão por meio do Programa Farmácia Popular. Além disso, 91,1% receberam recomendações médicas para reduzir a ingestão de sal; 87,4% para a realização de acompanhamento regular; 88,4% para a manutenção de uma alimentação saudável e 84,7% para a manutenção do peso adequado.
A existência dessas doenças está associada a fatores de risco como tabagismo, consumo abusivo de álcool, excesso de peso, níveis elevados de colesterol, baixo consumo de frutas e verduras e sedentarismo. Ao apresentar o levantamento, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, destacou que é preciso trabalhar de forma intersetorial para reverter esse quadro, “incentivando a prática de exercícios físicos e outras medidas voltadas a um estilo de vida mais saudável. As equipes de Saúde da Família têm tido uma atuação importante nessa área, com a realização de grupos de caminhada e de dança, e muitas cidades tem valorizado as ciclovias, por exemplo. Temos de romper esse hábito de sentar na frente da televisão e chamar a atenção da população sobre o sedentarismo. O Ministério da Saúde, agora, tem um desafio ainda maior com o Mais Especialidades, direcionando o nosso olhar aos dados da PNS”.
Quase 50% da população adulta do Rio Grande do Sul, o equivalente a 4,17 milhões de pessoas, possui pelo menos uma DCNT. As enfermidades crônicas atingem 2,5 milhões de mulheres (55,4%) e 1,6 milhão de homens (41,7%).
O estudo também mostra que o Sul e o Sudeste obtiveram os maiores índices (47,7% e 39,8%, respectivamente), em torno de 10,3 milhões de habitantes do Sul e 25,4 milhões do Sudeste. O Centro-oeste é a terceira região em números de prevalência (4 milhões de pessoas, ou 37,5%), seguido do Nordeste (14 milhões, 36,3%) e Norte (32%, ou 3,4 milhões).
O diabetes atinge 600 mil pessoas no RS (7% dos gaúchos), sendo 321 mil mulheres e 279 mil homens. A Unidade Básica de Saúde (UBS) também foi o principal local mencionado pelos entrevistados com diabetes que receberam assistência médica nos últimos 12 meses – 47% da população com a doença, ou 3,7 milhões de pessoas foram atendidas na Atenção Básica. Destes, 65,2% foram atendidos pelo mesmo médico, 95,3% conseguiram fazer todos os exames solicitados e 83,3% tiveram acesso a especialistas após encaminhamento.
A depressão atinge atualmente 1,1 milhão de adultos no RS, 13,2% da população. A prevalência da depressão em todo o País chega a 11,2 milhões ou 7,6% da população. Os dados nacionais revelam ainda que, dos pacientes com diagnóstico de depressão, 52% disseram usar medicamentos, 16,4% fazem psicoterapia e 46,4% receberam assistência médica no último ano.