Acreditação | 11 de janeiro de 2013

Um Guia para a Acreditação de Hospitais e Operadoras de Saúde

Um Guia para a Acreditacao de Hospitais e Operadoras de Saude

Julga-se que as organizações de saúde desinteressadas na acreditação se encontram em uma categoria de gerenciamento incipiente. Usualmente possuem uma gestão precária e o atendimento de saúde exibe um desempenho incerto baseado em competências individuais, e não no arranjo e interação das diversas partes constituintes.  Essa situação naturalmente se complica quando as organizações crescem de forma errática, agravando tanta a qualidade dos serviços quanto a segurança do atendimento prestado.

A acreditação, longe de representar apenas um certificado de qualificação médico-assistencial, constitui-se em um mecanismo de alinhamento dos mais variados serviços, unidades e setores, através de padrões previamente estabelecidos, que põe em ordem e potencializa o desenvolvimento e a execução das atividades, com a consequente melhoria do desempenho gerencial e assistencial das organizações de saúde. Vale destacar que, mesmo possuindo profissionais capazes e dedicados, frequentemente é necessário um assessoramento externo especializado, a fim de ajustar e acelerar o cumprimento dos requisitos exigidos e evitar a sensação de sobrecarga que muitos colaboradores expressam, seja porque não entenderam ou não confiam no sistema de melhoria contínua que pressupõe auditoria periódica.

Há diversos fatores que geram o nível de qualidade dos serviços de saúde e a segurança do paciente. Um dos componentes mais destacados é a existência de colaboradores capazes atuando em um ambiente que valoriza a assistência qualificada e o contínuo aprimoramento dos padrões de atendimento. Além disso, eles precisam de treinamento sistemático para prover a manutenção e/ou elevação da qualidade e segurança dos procedimentos, assim como dos resultados, devidamente articulados aos recursos financeiros e tecnológicos. Trata-se, portanto, de um recurso estratégico fundamental que necessita estar na agenda prioritária dos dirigentes das organizações de saúde.

Quando os dirigentes optam pelo ingresso em um processo de acreditação, eles fazem uma escolha: mudar para melhor. A prática clínica e gerencial não deve ser mais determinada por eventos ou preferências individuais, e apresentar um desempenho variável excessivo. Os processos precisam ser documentados e a existência de políticas institucionais organiza, facilita e incentiva as interações entre os serviços, unidades e setores, o que contribui para um maior sinergismo entre os mesmos. Cria-se, assim, um ambiente de aumentada consciência sobre as maneiras mais seguras de se praticar a assistência e a gestão dos serviços. A acreditação, como um processo de ordenamento organizacional, tanto do ponto de vista clínico quanto gerencial, institui um padrão de qualificação e gerenciamento que auxilia os dirigentes e seus colaboradores a conduzirem as atividades diárias de forma mais precisa e duradoura.

10 passos para se alcançar a acreditação

A sequência de 10 passos para chegar à acreditação habitualmente dura de nove a 14 meses, dependendo do tamanho, complexidade e estágio de gestão no qual se encontra a organização de saúde.

O dirigente interessado em aplicar o conceito de acreditação à sua organização deve considerar os seguintes passos:

1)    Saber o que significa e pode representar para a sua entidade o certificado de acreditação, assim como os desdobramentos subsequentes. Isso dará os subsídios que necessita para decidir quando ingressar no âmbito das organizações acreditadas.

2)    Escolher um coordenador do processo de acreditação, o qual deverá reportar-se diretamente a ele. A coordenação fará um plano de ação que definirá um cronograma desde a preparação até a obtenção do certificado.

3)    Oferecer treinamento aos gestores dos serviços sobre aspectos relativos ao processo de acreditação (curso de multiplicadores sobre o processo de acreditação), assim como ferramentas que facilitem o cumprimento dos requisitos contidos nos padrões do manual de acreditação.

4)    Proporcionar assessoramento externo que efetue uma avaliação objetiva de cada área, fazendo com que os colaboradores disponham dos elementos fundamentais para a elaboração de planos de ação corretivos.

5)    Estruturar uma base de acompanhamento sistemático da execução dos planos de ação corretivos.

6)    Ponderar, revisar e ordenar as políticas e procedimentos institucionais.

7)    Promover a execução de uma autoavaliação global pelo menos dois meses antes da visita de acreditação.

8)    Solicitar uma visita de diagnóstico por uma instituição acreditadora. Esta iniciativa poderá ser acionada antes, durante ou após a execução dos planos de ação corretivos.

9)    Acompanhar a adequação dos requisitos não conformes a partir do relatório de visita de diagnóstico.

10)  Solicitar a visita de acreditação.

Os colaboradores das organizações de saúde tendem a responder favoravelmente qualquer atividade que proporcione benefícios visíveis, tanto para eles quanto para os clientes/pacientes. A acreditação encerra esses dois aspectos. A elevação da qualidade dos serviços e da segurança do paciente, para um nível superior ao qual a organização se encontrava, constitui-se em uma força motriz para o crescimento mais estruturado, assim como um precioso estímulo para o melhor desempenho dos colaboradores.

  • João Dantas

    O Dr. Quinto fornece um guia bastante sensível de melhoria dos padrões de gestão das organizações de saúde, baseado na Acreditação a melhor ferramenta disponível no setor.

  • Niúra Phillipsen

    A nova forma de gestão é a Acreditação. Fui aluna do prof. Quinto e estou envolvida neste processo no hospital que trabalho.

  • Isabela

    Olá, meu nome é Isabela Fernandes Prado Dias e estou realizando uma monografia cujo tema é Acreditação para o curso da COPPEAD da UFRJ. Gostaria muito de obter o artigo: Processo de acreditação: a busca da qualidade das organizações de saúde. Porto Alegre: Dacasa: Palmarica, 2000 do autor Antônio Quinto Neto

    Desde já grata,
    Isabela

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