Gestão e Saúde | 11 de janeiro de 2013

2013 um novo ano para a saúde

2013 um novo ano para a saude

Estamos começando mais um ano em que a Saúde é o assunto principal da pauta politica e para tanto temos que enfrentar alguns temas de forma mais efetiva para que ao final deste ano possamos afirmar que 2013 foi o ano da saúde. Alguns pontos estratégicos, entendo, devem compor nossas agendas neste novo ano:

1. Amenizar a superlotação em nossas emergências – Atualmente tanto as emergências do SUS como as de convênios estão superlotadas. No meu entendimento as principais ações a serem implementadas são: a) Fortalecimento da prática clinica e dos níveis de remuneração nos consultórios médicos, retomando a referência do médico da família mesmo para os pacientes que possuem planos de saúde evitando que pacientes menos graves necessitem procurar as emergências; b) Melhor organização do sistema de saúde fazendo com que as emergências dos Hospitais de maior complexidade atuem como estruturas de referências a pacientes graves, implementando as UPAs como opção de primeiro atendimento.

2. Investir de forma significativa no Programa de Estratégia de Saúde da Família aumentando a cobertura de pessoas neste programa, focando nas ações de promoção e prevenção de saúde;

3. Reconhecimento pelas operadoras do custo de operação das estruturas de emergência remunerando de forma adequada os Hospitais que investem na maior qualificação destas áreas;

4. Definir qual o sistema de informática que integrará as informações assistenciais dos pacientes que são atendidos pela rede de atenção primária e pelos hospitais de referência;

5. Aumentar a oferta de leitos hospitalares tanto no SUS como na saúde suplementar;

6. Programar linhas de financiamento com taxas e prazos adequados para que os investimentos nas estruturas hospitalares possam ocorrer de forma mais rápida e de acordo com as necessidades da sociedade;

7. Definir e organizar as estruturas de saúde em regiões sanitárias com a implementação mais eficiente dos sistemas de referência e contra referência;

8. Fomentar programas de formação de recursos humanos para a área de saúde com a criação e a ampliação de cursos de nível técnico e superior. Corremos o risco de ter novos leitos e não termos os profissionais para realizar a operação;

9. Estimular todos os Hospitais de médio e grande porte do Estado a buscarem o processo de acreditação focando na qualidade médico-assistencial e segurança do paciente;

10. Construção de uma pauta da saúde integrada pelos gestores públicos e privados com a criação de uma agenda única e estratégica focada na necessidade de qualificarmos o sistema público e privado de saúde.

Estas ações devem ser tratadas de forma prioritária para termos em 2013 o efetivo ano da saúde. Esperamos que neste ano os valores alocados nos orçamentos públicos de saúde atendam os princípios constitucionais e que não tenhamos mais o debate se o que falta na saúde são recursos financeiros ou qualificação da gestão. Temos que aceitar que hoje faltam recursos financeiros necessários para a qualificação e ampliação do sistema de saúde pública e precisamos qualificar e modernizar as práticas de gestão tanto em Instituições públicas como privadas. Os desafios são grandes, mas tenho a convicção que dispomos da competência para avançarmos, basta integrarmos nossas forças na causa da saúde com qualidade e segurança.

  • João Dantas

    Boas sugestões, especialmente a que se refere a convergência de pautas dos setores públicos e privados.

  • João

    Não devemos ter em mente uma disputa entre público e privado, saúde é essencialmente humanista, este é o resultado que qualquer um dos sistemas deve buscar, é claro que aprendemos com o privado, e o público nos ensina igualmente. Parabéns dr Torelly, vejo que precisamos de mais gestores como você que valorizam a pessoa, e buscam abertura e contato franco como base para as soluções…

  • renata gelain dorneles santos

    Prezado Dr. Fernando, infelizmente os gestores públicos comprometidos e conhecedores da área da saúde são poucos. Se mais gestores tivessem essa visão sistêmica certamente nossa população, seja via SUS ou privada, seria melhor atendida. Corroborando suas colocações, infelizmente a insuficiência da cobertura da atenção básica e a falta de procedimentos de baixa complexidade mais próximos dos pacientes são nosso gargalo, que desencadeia uma superlotação desenfreada de unidades, especialmente as emergências.
    Att.
    Renata Gelain

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