Acreditação | 9 de janeiro de 2015

Uma forma de organizar, manter e elevar a segurança e a qualidade das organizações de saúde

quinto neto

Há pouco mais de 60 anos o mundo descobriu que as organizações de saúde, para oferecerem serviços seguros e qualificados, precisavam submeter-se periodicamente a um processo externo de avaliação da qualidade médico-assistencial, não bastando apenas a qualificação e a dedicação de médicos, enfermeiras, gestores e demais profissionais de saúde. A acreditação, acontecimento mundial que já alcança mais 70 países, representa esse mecanismo externo que, além de proporcionar elementos de organização institucional, destaca-se pela ênfase na segurança dos cuidados e qualidade dos serviços prestados. Assim, o que se tem observado é que o nível de complexidade alcançado pelas organizações de saúde é tal que se tornou imprescindível a presença de um agente externo (instituição acreditadora) que aponte onde devem ser despendidos maiores esforços de organização, a fim de obter melhores resultados, tanto assistenciais quanto administrativos. A acreditação cumpre esse papel, uma vez que fornece padrões de desempenho reconhecidos nacional e internacionalmente, os quais abordam os aspectos mais fundamentais da assistência à saúde, e orientam com precisão onde os gestores e demais profissionais de saúde devem concentrar tempo e esforço, conduzindo-os ao aprendizado e aplicação dos requisitos desses padrões que oportunizam melhores cuidados e serviços aos pacientes/clientes. Trata-se, portanto, de um empreendimento inadiável que os gestores, tanto do setor privado quanto público, precisam dar atenção, se almejam garantir uma assistência segura e qualificada reconhecida por uma fonte externa independente.

Os padrões da acreditação fornecem requisitos de segurança e qualidade que os serviços devem atender em benefício dos seus pacientes/clientes, assim como dos profissionais e da comunidade em geral. Cumpri-los é uma forma explícita dos gestores demonstrarem a todos os grupos interessados, em particular os pacientes/clientes, que suas organizações zelam diuturnamente pela segurança e qualidade dos cuidados proporcionados. Atende-los, portanto, de forma satisfatória, ou até excedê-los, constitui-se um ato de responsabilidade social que enobrece todos os envolvidos. Isso, inclusive, cria um sentimento de orgulho que potencializa o desempenho de todos que trabalham nas organizações acreditadas.

Via de regra, os gestores destacam como aspecto mais extraordinário, pela força do tangível, a obtenção do Certificado de Acreditação. Cabe, contudo, ressaltar outros benefícios que fluem dessa condição e contribuem para o fortalecimento das organizações de saúde como um todo. Dentre estes se destacam os seguintes:

Aprendizagem: a preparação para a visita de acreditação desencadeia um conjunto de atividades que leva os gestores e demais colaboradores a aprenderem sobre os padrões e seus requisitos, e verificarem em que proporção os diversos serviços atende-os. As lacunas identificadas orientam as ações que deverão ser realizadas para cumprir as premissas dos padrões. Essa oportunidade de aprendizagem amiúde é benéfica tanto para os colaboradores individuais quanto para as equipes.

Identificação de deficiências e ações de melhoria: gestores e colaboradores tornam-se mais sensíveis à identificação de falhas e deficiências que colocam em risco os propósitos de suas organizações. Assim, o ambiente de aprendizado instituído estimula o desenvolvimento de melhorias que não apenas corrijam, mas também previnam ou inovem práticas institucionais. Usualmente, isso aumenta o grau de satisfação dos colaboradores, o que, por sua vez, incide positivamente sobre os cuidados e serviços que realizam.

Redução de riscos assistenciais e administrativos: a exigência de requisitos que ressaltam a identificação e tratamento de vários tipos de risco eleva o grau de proteção das organizações a esses acontecimentos, e na eventualidade da ocorrência dos mesmos, encontram-se preparadas para gerenciá-los.

Sustentabilidade institucional: há padrões relacionados com a sustentabilidade das organizações de saúde que, ao serem incorporados ao conjunto do negócio, elevam a chance de sobrevivência e crescimento no longo prazo.

Efeito sobre as operadoras de planos de saúde: algumas operadoras já consideram a acreditação como critério de elegibilidade para credenciamento. Além disso, há a possibilidade de valorizarem as organizações de saúde que alcançam essa condição através de variados estímulos.

Maior facilidade de persuasão dos colaboradores: os padrões da acreditação e os respectivos requisitos facilitam o convencimento dos médicos e demais profissionais de saúde nas questões de segurança e qualidade, além do que o efeito da existência de organizações acreditadas no meio funciona como um estímulo ao cumprimento dos mesmos.

Prestar serviços de saúde é uma tarefa exigente. A expectativa dos pacientes/clientes é que os prestadores saibam tudo, jamais cometam falhas (uma vez que as consequências podem ser desastrosas) e, se necessário, operem milagres. Isso exige um contínuo refinamento das operações realizadas pelos profissionais e organizações de saúde. Nesse sentido, a acreditação é uma aliada que colabora para que elas prestem uma assistência com a máxima segurança permitida pelo conhecimento disponível, e estejam em um permanente fluxo de melhoria da qualidade dos serviços.

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