Gestão e Enfermagem | 11 de setembro de 2013

Consciência ética: Um diferencial profissional

ética diferencial

Sendo a ética inerente à vida humana, sua importância se evidencia na vida profissional desde a sua formação. Nessa ótica, diversos autores definem a ética como sendo um conjunto de normas e condutas que serve para regular uma ação. Para Vazquez, “é a teoria ou a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Ou seja , é a ciência de uma forma específica de comportamento humano”. Isso nós leva a pensar que o fazer e o agir se interligam, sendo o “fazer” a competência e a eficiência e o “agir” uma conduta e um conjunto de atitudes que assumem um papel importante dentro do desempenho dos professores de enfermagem, que tem a responsabilidade de formar profissionais éticos e responsáveis para o cuidado da vida humana.

Visando a adoção da ética e da responsabilidade profissional, destaca-se que o termo profissão advém do latim “profissione”, do substantivo “professio”, podendo ser traduzido como: ação de fazer profissão, cujo conceito atual no país, representa: trabalho que se prática com habitualidade a serviço de terceiros, ou seja, prática constante de um ofício. Tudo isso para objetivar a qualidade necessária para a participação junto ao mercado de trabalho, que atualmente exige do professor responsabilidade civil e ética em todos os procedimentos e atuação que diz respeito à atividade de ensino, da formação de profissionais enfermeiros com consciência ética e comprometidos com a saúde e qualidade de vida da pessoa, família e coletividade.

Os graduandos, ao término da preparação acadêmica, devem demonstrar possuir uma capacidade mínima exigida para desempenhar sua atuação junto ao mercado de trabalho. Assim os cursos de graduação em Enfermagem devem primar pela formação do profissional, para que possam ingressar no mercado de trabalho com conhecimento e segurança que lhe permita escolher o caminho e o campo de atuação que vai seguir. De acordo com o filósofo Sócrates, existem três verbos indispensáveis para o envolvimento de qualquer profissional em situação de prestação de serviço: o saber, considerado como motivador de todas as virtudes do profissional; o dever, que levará o profissional a identificar se, apesar de saber e ter o conhecimento sobre o problema apresentado, proporcionará os benefícios procurado pelo cliente; e o poder, que lhe permite avaliar se realmente tem todas as condições para prestar um serviço com qualidade e competência. Assim, pode-se estabelecer que a ética profissional possibilita ao profissional recém formado uma melhora na qualidade e na capacidade de atenção, avaliação, intervenção e resolução de questões e problemas que vão alem dos saberes, como dedicação, responsabilidade, razão, competência, comportamento adequado e compromisso social. Considera-se, então, que a formação de uma consciência ética no profissional enfermeiro se faz necessário começar dentro da Universidade para que no período de formação o graduando possa agregar valores humanos importantíssimos para a sua atuação como profissional, pois a questão maior é saber sobre que referencial pode-se estabelecer a ética humana universalmente aplicável.

O desenvolvimento de um sistema de valores é um processo dinâmico que pode reordenar e incorporar novos valores.  A autoexploração permite identificar o próprio sistema de crenças, o que é essencial no processo de profissionalização. Conhecimento sobre o próprio sistema de valores contribui para a formulação de uma base sólida ao desenvolvimento profissional. Em sua formação, o profissional enfermeiro deve ter muito claro que a enfermagem é uma profissão comprometida com a vida e seu grande desafio é transformar o meio a ponto de favorecer as mudanças comportamentais necessárias, para que compreendam o ser humano e para o ato de humanizar-se, o que exige entendimento maior sobre o eu para conseguir compreender e perceber melhor o outro. No desenvolvimento do cuidado humano, é fundamental que o enfermeiro tenha a compreensão sobre o significado da vida, capacidade de perceber e compreender a si mesmo e ao outro e convicção de que esse outro se situe no mundo numa ação proativa, sendo sujeito de sua própria história.

Desse modo, concluímos que as dimensões éticas e políticas da competência profissional integram elementos do aprender a ser e a conviver, expressos nas atitudes e valores, no modo de lidar e resolver as diversas situações complexas encontradas no mundo do trabalho.  Para refletir: será possível que as questões relacionadas à moral e a ética dentro da enfermagem  podem ser estudadas valendo-se da simples pergunta “como devo agir”?

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