O novo perfil gerencial do Enfermeiro
A prática gerencial do enfermeiro vem evoluindo e sofrendo transformações na tentativa de se adaptar às novas exigências do mercado e dos negócios em saúde. Estas transformações, que afetam a forma de gerir as instituições, acabam por impactar também o papel e as novas demandas dos enfermeiros, tanto na esfera da assistência direta quanto na gestão. Se antes o enfermeiro era o chefe do setor, hoje o mercado exige que ele exerça papel de gestor da unidade estratégica de negócios, com visão abrangente e condução do conjunto.
Exige que o enfermeiro tenha participação no gerenciamento dos custos envolvidos no processo do cuidar e mais, que tenha a capacidade de mostrar evidências de que a prática escolhida apresenta o melhor custo-efetivo. O foco no cliente e a melhoria contínua dos processos operacionais e estratégicos da organização, evidenciada por resultados mensurados por indicadores de qualidade e de produtividade, são componentes básicos deste modelo e, portanto, o domínio do conhecimento por parte do enfermeiro é uma realidade.
Portanto, cabe a profissionalização da gestão em enfermagem em todos os níveis da organização, do estratégico ao operacional, até o ponto em que o paciente e a família percebam o valor agregado e a qualidade do cuidado e dos serviços prestados.
Os profissionais de enfermagem começaram a perceber, até por força de mercado, a necessidade da ampliação da visão administrativa e dos conhecimentos necessários para a efetiva gestão das instituições de saúde. Sabemos que o conhecimento e a prática assistencial fazem do profissional enfermeiro um ator diferenciado neste contexto gerencial. O enfermeiro é o profissional que conhece os detalhes dos processos operacionais e de apoio no cotidiano de uma organização de saúde. A sua experiência, tanto no atendimento direto ao cliente e à família, quanto no suporte e na interface à equipe multidisciplinar, mostra hoje a abrangência e o potencial de atuação do enfermeiro no mercado brasileiro e internacional.
Mas para isso é imprescindível a conscientização do próprio enfermeiro de que, através da busca de conhecimentos para ampliar sua visão gerencial e do exercício adequado e maduro da liderança, ele pode conduzir projetos de mudanças e inovar os modelos vigentes, fazendo a diferença no seu campo de atuação. Precisa entender que a assistência não pode ser dissociada da gestão. Precisa entender que é um agente de mudança. Precisa entender os novos conceitos por trás destes desafios.
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andre alves