Competências fundamentais do enfermeiro gestor
Pelo ritmo que vem sendo implementado nas organizações de Saúde, temos observado que a exigência do preparo dos profissionais que nelas desenvolvem suas atividades, é cada vez maior, principalmente aos que ocupam algum cargo de gestão. Em 2013 não será diferente. A competitividade, a resolutividade, associada a segurança e qualidade da assistência, são as metas almejadas por todos os dirigentes dessas Instituições de Saúde. Cabe aos profissionais buscar a qualificação necessária para dar os resultados esperados.
Ao profissional enfermeiro, o conhecimento sobre gestão é fundamental para que possa desempenhar suas atividades. É dele a responsabilidade da administração da assistência em todas as áreas de prestação de serviços desenvolvidas no Hospital. É ele quem planeja, organiza, direciona, cobra resultados e avalia os processos de trabalho que envolvem a assistência ao cliente/paciente, sempre focado na qualidade e satisfação dos serviços a eles oferecido.
A função gerencial é um instrumento que permite organizar, política e tecnicamente, o processo de trabalho, com o objetivo de torná-lo mais qualificado e produtivo. Neste contexto, o enfermeiro torna-se um elo de comunicação que objetiva o gerenciamento adequado, conectado às expectativas dos dirigentes da Instituição com as dos trabalhadores da linha operacional. Cabe às Instituições de saúde incentivar e desenvolver o perfil gerencial do enfermeiro, para obter como vantagem, uma prática gerencial sustentada cientificamente, um profissional mais seguro no desempenho de suas atividades, o que colabora para a garantia da qualidade da assistência prestada como também contribui na satisfação profissional e na construção do trabalho em equipe.
Cabe salientar aqui também a necessidade de que os próprios enfermeiros precisam, de forma contínua, buscar conhecimentos para sustentar cientificamente a atuação gerencial no seu processo de trabalho. É pelo conhecimento que o profissional desenvolve competências que o torna mais seguro em suas decisões e na condução do processo de trabalho.
Na minha visão, a gestão por competência é um modelo de gestão que permite melhorar o desempenho individual das pessoas e de traçar planos de crescimento profissional e institucional.
Entende-se por competência um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e comportamentos que permitem ao indivíduo desempenhar com eficiência e eficácia determinadas tarefas em qualquer situação. A consultora e autora de diversas publicações sobre o tema, Maria Odete Rabaglio, afirma que o perfil de competências é o diferencial competitivo de cada pessoa ou profissional. Seguindo esta linha de raciocínio, se pode dizer que neste modelo de gestão, as instituições vão criando seu estilo próprio de competitividade.
O objetivo deste texto é estimular a reflexão dos enfermeiros sobre o tema: gestão por competência e sua importância na prática profissional. Instigar ao mesmo tempo para a busca constante do conhecimento, objetivando torná-los cada vez mais seguros de sua prática.
Em um estudo desenvolvido pelo COREN – SP, coordenado pelo enfermeiro Sérgio Luz, onde 966 enfermeiros Responsáveis Técnicos de Serviços de Enfermagem (RT) responderam a seguinte questão: quais as competências necessárias ao RT no desempenho das suas funções? Após análise das respostas pela comissão técnica, constituída de renomados pesquisadores, sobre gestão em enfermagem, os resultados foram colocados em consulta pública no período de 30/9 a 17/10/2008, objetivando dar aos profissionais a oportunidade de opinarem sobre as competências relacionadas. Como resultado final, foram consolidadas 11 competências necessárias, aqui descritas: liderança, comunicação, tomada de decisão, negociação, trabalho em equipe, relacionamento interpessoal, flexibilidade, empreendedorismo, criatividade, visão sistêmica e planejamento e organização. Para cada uma delas, é possível estabelecer indicadores que apontem ou não a sua existência. Isso permitirá uma avaliação de desempenho mais coerente, permitindo desenvolver programas de qualificação mais adequados.
Sem dúvida, é um tema que tem um longo caminho a ser percorrido. Mas o que é fundamental e necessário é que os enfermeiros busquem, por meio do autoconhecimento, identificar dificuldades e promover seu autodesenvolvimento.
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Joel Rolim mANCIA
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Letícia Franco
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Denise Santos de Brito
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Sandra de Moura Maciel