Arquitetura Hospitalar | 24 de julho de 2015

IFHE Rio 2017: Um encontro internacional da arquitetura e engenharia hospitalar no Brasil

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A Finlândia organizou e realizou o VI Congresso Europeu de Engenharia Hospitalar (6th European Congress for Hospital Engineering) em junho de 2015. Um país com população de 5,5 milhões de habitantes e história de pouco menos de 100 anos como república (tornou-se independente da Suécia em 1809 e da Rússia em 1917) foi o local escolhido para tratar do tema “Melhor produtividade em ambientes de saúde com tecnologia” (Better productivity in healthcare with technology). Uma rara oportunidade de encontro sobe a atualidade das tecnologias de construção, gestão e manutenção dos edifícios para serviços de saúde.

O evento foi patrocinado pela Federação Internacional do Edifício Hospitalar (IFHE) que promovia também, importantes encontros com os representantes dos países associados. Atualmente são 45 países dos cinco continentes, sendo 10 países do continente americano: Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Costa Rica, Colômbia, Cuba, EUA, México e Uruguai.

Dois eventos precederam o Congresso, a reunião do Comitê Executivo e o Encontro do Conselho Mundial  da IFHE (IFHE Council Meeting). Dentre as discussões e decisões realizadas estava a decisão sobre qual país e cidade realizará o próximo evento em 2017. Dois países disputaram esta condição de anfitrião: Brasil (Rio de Janeiro) e EUA (Orlando). O Brasil venceu e realizará o evento em agosto de 2017 na cidade do Rio de Janeiro.

O mês de junho deste ano será, portanto, um marco na internacionalização da arquitetura e engenharia hospitalar do Brasil com a captação do evento da Federação Internacional do Edifício Hospitalar (IFHE) para a cidade do Rio: IFHE RIO 2017.

Arquitetos e engenheiros de todos os cinco continentes do mundo estiveram reunidos na cidade de Turku, Finlândia, para a realização de encontros que trataram de abordagens que resultarão em significativas contribuições para o futuro dos edifícios hospitalares. Durante o Congresso diversos assuntos mereceram destaque e o respectivo interesse de quem lida com a arquitetura e engenharia dos edifícios para serviços de saúde.

A seguir, um breve resumo de algumas apresentações realizadas entre os dias 3 e 4 de junho.

– Centros cirúrgicos modulares projetados e construídos por uma empresa da Alemanha e com ampla utilização na Europa. Discutindo também a ampliação das salas cirúrgicas que eram projetadas com dimensões bastante inferiores no século passado (o regulamento do Brasil, RDC 50/2002, ainda define salas cirúrgicas de 25 a 40 m²) e que atualmente necessitam de 70 m² ou mais, face aos equipamentos e mobilidade no espaço interior.

– Projeto e manutenção de salas limpas como um desafio projetual em todo o mundo, assim como no Brasil, e que em seu principal componente de dificuldade nos processos e custos de climatização, ventilação e manutenção do sistema.

– Parcerias entre instituições hospitalares, públicas e privadas, e respectivas empresas fabricantes de equipamentos de alta tecnologia que podem ajustar a sua produção a necessidades intermediárias de serviços de saúde. Cidades e regiões que podem absorver tecnologias intermediárias em detrimento de disputar a mais sofisticada e contemporânea inovação tecnológica.

– A influencia da infecção hospitalar no planejamento e construção de hospitais mereceu abordagens de diversos pesquisadores e foi um dos pontos principais na relação de atenção com a segurança do paciente.

– Paredes modulares pré-fabricadas para salas cirúrgicas com instalações desenvolvidas de modo a permitir a facilidade de ajustes, alterações e manutenção. As concepções apresentadas incluíram também soluções pré-fabricadas para piso e para o teto onde as fixações do sistema de climatização e dos focos cirúrgicos representam sempre problemas significativos no processo de planejamento e de execução da obra.

– Os aspectos que envolvem a montagem de um hospital com vistas ao seu início de funcionamento são sempre carregados de fortes tensões das relações humanas entre os profissionais, preocupações quanto à efetividade dos equipamentos, ambientes, fluxos e os respectivos resultados assistenciais. Estes temas foram os objetos de discussão e de importantes ajustes nas alterações físicas no Hospital Universitário da cidade de Turku, Finlândia.

O Congresso foi, literalmente, uma aula para todos os planejadores de arquitetura e engenharia hospitalar, assim como para gestores hospitalares.

Nota: Uma das mais importantes referências da arquitetura hospitalar em todo o mundo é o Sanatório Paimio, que fica na cidade de Turku, Finlândia, onde estive recentemente. A foto principal deste post e as abaixo, são de lá.

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