Tempos atuais
A evolução do segmento laboratorial tem sido extraordinária aos tempos mais recentes. Os processos de automação, robotização, associados ao crescimento vertiginoso da tecnologia da informação proporcionaram aos estabelecimentos laboratoriais a possibilidade de evoluir e incrementar um muito melhor atendimento ao cliente. E, desta forma, poder garantir qualidade, presteza, auxílio fundamental ao diagnóstico clínico, celeridade no tratamento e à prevenção de enfermidades.
Essa evolução naturalmente proporcionou também um extraordinário aumento na solicitação de exames rotineiros e de maior complexidade. Está criado um caminho, de uma única via e sem volta. Os procedimentos laboratoriais serão cada vez mais solicitados, pois não mais se admite clínica e demais especialidades médicas sem a participação efetiva e fundamental do laboratório de análises clínicas.
O dado mais contundente e incontestável dessa afirmação é verificável pelo consumo de tubos de coleta de sangue no país.
São adquiridos e consumidos 50 milhões de tubos a cada mês.
Há muito tempo, é do conhecimento de toda a cadeia de saúde, que 70% dos diagnósticos clínicos e 90% dos critérios de cura de enfermidades, ou alta hospitalar são confirmados através do laboratório. Da mesma forma ocorre nas ações de prevenção, no pré-natal em medicina do trabalho, doenças ocupacionais, admissionais e demissionais.
Portanto, não existe procedência nas contestações de autoridades vinculadas à Saúde Pública em relação à quantidade e aos percentuais de normalidade dos exames laboratoriais solicitados e realizados através do Sistema Único de Saúde.
Exames laboratoriais com resultados expressos dentro dos valores de referências são totalmente compatíveis com os procedimentos de prevenção, e desejáveis em todas rotinas de investigação clínica.
É bem mais econômico gastar em prevenção do que em terapias ou internações.
A busca incessante aos novos e modernos equipamentos, inclusão nos sistemas de qualidade e vinculação aos mais atuais processos de gestão são verificadas a todo o momento. Os laboratórios do país, independentemente de porte estão continuamente à procura de novas soluções de trabalho, sempre visando à melhoria contínua, e com isto fornecer aos clientes a maior e melhor resolutividade possível.
Entretanto, implantar todas melhorias, de forma voluntária ou no cumprimento das legislações, implicam em elevação de custos. A grande incógnita é saber até quando eles poderão ser suportados.
As nossas principais autoridades ligadas ao Ministério da Saúde, deveriam transferir a sua inconformidade à carga tributária extorsiva a que são submetidos os laboratórios, sugerindo à equipe econômica algumas desonerações, notadamente àqueles que atendem ao SUS.
Da mesma forma, recomendarem às Prefeituras Municipais a isenção do ISSQN, pelo menos àqueles estabelecimentos laboratoriais vinculados ao serviço público. Em algumas, não poucas cidades, a alíquota cobrada chega aos 5% do faturamento bruto.
Poderiam, também, diligenciar junto aos bancos oficiais linhas de financiamento a juros palatáveis, para que os laboratórios possam adquirir mais e melhores equipamentos, ampliar e modernizar as suas instalações.
Deveriam recordar também que, desde a implantação do Plano Real, em 1994 não houve sequer uma correção da tabela para todos procedimentos laboratoriais.
São 23 anos.
Estas atitudes valem também para a Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, que regula o relacionamento dos prestadores de serviços com as operadoras de planos de saúde, pois, neste enlace um dos lados sempre tem levado a pior.
O foco no cliente, com base substancial em sua segurança é a meta definitiva e para alcançá-la em sua plenitude existe a necessidade permanente de coalizão de forças.
Irineu Grinberg
Ex Presidente da SBAC
irineugrinberg@gmail.com
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