Os Custos dos Pequenos e Médios Laboratórios
Em discussões pelo Brasil abordamos o rol de dificuldades enfrentado pelos pequenos e médios laboratórios que, não obstante a sua importância e inserção no sistema geral de diagnósticos, mesmo localizados nos mais distantes rincões ou grotões, vêm prestando um trabalho resolutivo e inestimável à saúde pública.
Estes mesmos estabelecimentos, além de enfrentar dificuldades de todas as procedências – também aqui já expostas –, costumam despender muito mais na aquisição de seus insumos, tais como kits, reagentes, equipamentos, material de informática, papelaria e produtos de limpeza.
Existem comparações de preços, principalmente de kits da mesma marca e mesmo volume em que o preço de venda onde há concorrência é a metade do valor pago por laboratórios de regiões onde predomina apenas uma empresa de vendas.
É líquido e certo que os laboratórios, de forma isolada, jamais teriam o poder de reduzir valores, quer por falta de volume de compras, quer por falta de pessoas nos setores de gestão ou falta de tempo do colega proprietário. E, desta forma, os lucros escassos vão sendo esvaídos pelo mesmo ralo por onde passam os tributos, os passivos trabalhistas e as demais mazelas. Mais uma vez emerge a palavra mais lembrada e extremamente comum, aquela que quase sempre pode mudar o rumo dos acontecimentos e trazer melhorias para o setor: UNIÃO.
E no caso presente, união significa compras administradas a nível global.
Para isto, existem empresas especializadas, nos diversos setores da economia que procuram, através de pesquisa de preços, negociações para grandes volumes trazerem os benefícios a seus associados.
No setor laboratorial já existem empresas com amplos conhecimentos, e informações sobre o mercado, com apropriação sobre as diferenças técnicas entre equipamentos e com expertise no rendimento dos mesmos. Também devem conhecer todos os insumos laboratoriais podendo avaliar a melhor relação custo benefício à adequabilidade dos equipamentos, dos kits e dos demais produtos necessários à rotina laboratorial. Tudo aquilo que um laboratório necessitar para o bom andamento de sua produção e manutenção deverá ser provido pelas negociações dessas empresas. E, extremamente importante, mantendo o sigilo total e contratual sobre todas as negociações.
No momento em que a economia do país se encontra em seu ponto mais crítico, e que a atividade laboratorial é uma das mais atingidas pela soma progressiva de todas as crises, somente soluções desta natureza permitirão a sobrevivência das marcas e do relacionamento ético entre os laboratórios participantes.
Por tudo o que temos apresentado agora e anteriormente, não existem mais motivos para os laboratórios caminharem sozinhos, quer por falta de modelos, ou apenas por falta de conhecimento, gastarem muito acima das suas possibilidades e muito acima dos parâmetros habituais.
Como dito anteriormente, é absolutamente certo que a solução não passa pelo individualismo.
Irineu Grinberg
Ex-presidente da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC)
irineu@sbac.org.br
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