Estatísticas e Análises | 19 de agosto de 2020

Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul sugere máxima cautela no retorno às aulas

Retomada gradual e cuidados de segurança sanitárias precisarão ser rígidos
Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul sugere máxima cautela no retorno às aulas

O possível retorno de crianças e adolescentes às escolas no final de agosto e início de setembro é visto com preocupação pela Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS). A entidade reconhece a extrema complexidade do assunto uma vez que há dois aspectos em debate variando conforme a realidade de cada família. De um lado estão aqueles que podem continuar exercendo suas atividades em home-office e por segurança preferem que as atividades continuem de forma online. Porém, há famílias que estão retomando o trabalho e não possuem alternativa para viabilizar alguém que cuide dos filhos.

O consenso, segundo o médico pediatra e associado da SPRS, José Paulo Ferreira, é de que precisam ser respeitadas as peculiaridades de cada região e de cada família.


“As pessoas estão muito inseguras para esse processo de retomada das aulas. Não há respostas para tudo. Há vírus e bactérias diferentes circulando em diferentes países e em diferentes estados. Por isso não podemos nos basear no que acontece na Europa e Estados Unidos. O aspecto positivo é que vimos muitos casos de retorno das aulas em alguns lugares e que não trouxeram grandes problemas”, afirmou.

Entre as medidas defendidas pelo médico está a retomada gradual, dividida por etapas. “É interessante observamos que há, sim, pais que não estão tendo outra opção porque precisam trabalhar e há relatos de casos de muitas famílias que precisam recorrer a meios alternativos, o que as acaba expondo de qualquer maneira. São decisões que precisam envolver a parte médica, social e econômica. A partir disso precisamos ser maduros o suficiente para avaliar e se precisar, recuar nas ações”, completa.


As definições sobre o retorno às atividades escolares no país são de responsabilidade dos governos municipal, estadual e federal. Tais decisões devem ser tomadas em conjunto e com base em análises consistentes do contexto local. O momento de reabertura das escolas deve ser orientado por análises epidemiológicas que indiquem redução contínua de novos casos de COVID-19 e redução da transmissão comunitária da doença.

A SBP publicou recentemente nota de apoio ao Manual sobre biossegurança para reabertura de escolas no contexto da Covid-19 desenvolvido pela Fiocruz. O conteúdo estabelece uma série de regras e procedimentos a serem seguidos pelas escolas. O material pode ser conferido no link. 

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