Mundo | 11 de abril de 2014

Questionada eficácia do medicamento Tamiflu

Grã-Bretanha gastou mais de £ 473 milhões com a droga e Brasil cerca de R$ 400 milhões
Questionada eficácia do medicamento Tamiflu

O medicamento antiviral Tamiflu (oseltamivir), que custou bilhões de dólares durante a pandemia de Gripe A ocorrida em 2009, não evita a disseminação nem reduz as complicações perigosas da doença, apenas ajuda com os sintomas. A afirmação vem de uma análise da Cochrane Collaboration, uma rede independente e global de pesquisadores e profissionais de saúde.

O Tamiflu começou a ser estocado em 2006 na Grã-Bretanha, quando agências de saúde previam uma pandemia de gripe, que poderia matar até 750 mil britânicos. O governo gastou £ 473 milhões (quase R$ 2 bilhões) na compra do medicamento. O Ministério da Saúde brasileiro gastou R$ 400 milhões para atingir 14,5 milhões de pessoas.

No combate ao vírus H1N1, o medicamento não seria mais eficaz do que um paracetamol, analgésico popular usado em vários países. Porém, a fabricante, Roche, e outros especialistas afirmam que a análise apresenta falhas. A Roche alerta que a análise pode ter implicações graves para a saúde pública. Daniel Thurley, diretor médico da Roche na Grã-Bretanha, afirmou à rede BBC que os resultados dos testes foram divulgados para órgãos reguladores. Além disso, cem países aprovaram o tamiflu para tratamento e prevenção da gripe.

Segundo o documento, o Tamiflu reduziu a persistência dos sintomas de gripe de sete dias para 6,3 dias em adultos, e para 5,8 dias em crianças. Tais efeitos poderiam ser alcançados com remédios como o paracetamol. O grupo Cochrane questiona também as alegações de que o tamiflu evita complicações como o possível desenvolvimento da pneumonia. O relatório enfatiza que “não há uma forma confiável de estes medicamentos evitarem uma pandemia”.

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