Gestão e Qualidade, Política | 16 de outubro de 2024

GHC assume gestão de Hospital Federal no Rio de Janeiro

A prioridade da nova gestão é abrir a emergência, salas para cirurgias e mais de 200 leitos, para retomada gradativa de todos os serviços. A previsão de abertura total do Hospital Federal de Bonsucesso é de 45 dias.
GHC assume gestão de Hospital Federal no Rio de Janeiro

Para fortalecer a gestão, garantir a execução adequada do orçamento e sanar gargalos históricos, como problemas de desabastecimento e descontinuidade assistencial, o Ministério da Saúde iniciou nesta terça-feira (15) a transição da gestão do Hospital Federal de Bonsucesso, no Rio de Janeiro (RJ). A unidade será gerida pelo Grupo Hospitalar Conceição (GHC), empresa pública vinculada ao Governo Federal, de atuação nacional e que atende integralmente ao Sistema Único de Saúde (SUS). Com a mudança, a prioridade da nova gestão é abrir a emergência, salas para cirurgias e mais de 200 leitos, para retomada gradativa de todos os serviços. A previsão de abertura total do hospital é de 45 dias.


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O trabalho será conduzido por uma equipe de profissionais do GHC, que vai atuar em parceria com os gestores do Hospital Bonsucesso. Para que a transição esteja alinhada com as necessidades da população, o Ministério da Saúde vai realizar o processo em etapas, como descentralização da gestão, abastecimento de insumos, infraestrutura e contratação de pessoal. No primeiro momento, em até 45 dias, mais de 2 mil novos trabalhadores, entre médicos, enfermeiros, auxiliares e funcionários administrativos, serão contratados por meio de processo seletivo. A pasta reforça que os direitos ficam garantidos para todos os servidores efetivos.


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 No prazo de até um mês, o GHC levará equipes especializadas até o Hospital Bonsucesso, com o objetivo de diagnosticar a situação da infraestrutura e começar imediatamente reformas e adequações, como as necessidades elétricas e hidráulicas. A nova gestão vai otimizar o espaço de atendimento e garantir condições adequadas para os serviços hospitalares. Além disso, vai adquirir equipamentos e mobiliário prioritários que permitam o pleno funcionamento dos serviços de alta complexidade.


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 A nova gestão também vai preparar um estoque estratégico de insumos para garantir que não haja interrupção no fornecimento de materiais e medicamentos fundamentais ao hospital, além de realizar um inventário completo de todos os insumos disponíveis para identificar necessidades futuras e otimizar os processos de aquisição e armazenamento.

Necessidade de melhor gestão orçamentária

Ao longo de 2024, o Ministério da Saúde alocou recursos suficientes para o funcionamento do Hospital Federal de Bonsucesso, atendendo integralmente às demandas apresentadas pela unidade. Não houve cortes nos recursos originalmente previstos. No entanto, do montante de R$ 167,4 milhões alocados pelo Governo Federal para custeio das atividades hospitalares, mais de R$ 5,2 milhões deixarão de ser executados pela dificuldade de execução orçamentária e incapacidade de gestão dos recursos disponíveis.


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Desde 2023, o Ministério da Saúde tem atuado para devolver aos hospitais federais o status de excelência e adequá-los às necessidades do SUS, com redução das filas e unidades em pleno funcionamento. Nesse sentido, até 2025, a previsão de investimento adicional para o Hospital Bonsucesso é de R$ 263 milhões para diagnósticos, insumos e equipamentos, sendo R$ 45,5 milhões em 2024 e R$ 218,2 milhões em 2025.

Esse conjunto de ações tem como objetivo garantir que a transição do Hospital Federal de Bonsucesso para a gestão do GHC aconteça gradativamente, de forma planejada, integrada, com foco na melhoria contínua dos serviços 100% SUS prestados à população e das condições de trabalho para os profissionais da saúde.

Direitos dos servidores

Com a transição, o Ministério da Saúde reforça que os direitos dos servidores ficam mantidos. Os profissionais poderão optar por continuar atuando no hospital ou serem transferidos para outras unidades da rede federal de saúde. Os direitos dos servidores, conforme os termos do concurso público ou contrato, serão preservados, não haverá mudança de regime. Os funcionários terão direito de escolha garantido e acertado. Além do diálogo aberto com os servidores, nesse primeiro momento, mais de 2 mil novos trabalhadores, entre médicos, enfermeiros, técnicos e funcionários administrativos, serão contratados por meio de processo seletivo, priorizando profissionais do Rio de Janeiro, com o objetivo de dar capacidade plena ao Hospital Federal de Bonsucesso. Com a mudança, a prioridade da nova gestão é abrir a emergência, salas para cirurgias e mais de 200 leitos, para retomada gradativa de todos os serviços.

A ministra Nísia Trindade assegura que o processo de contratação será célere. “Nós temos aí um tempo de 45 dias, porque é um contingente grande de profissionais. Isso será feito com todo critério, para garantir qualidade”, detalha, reiterando que a mudança de gestão não despreza a experiência do Rio de Janeiro e que a equipe do GHC vai trabalhar junto com os profissionais altamente qualificados do estado.

“O GHC já mostrou referência no atendimento à população. O grupo nos ajudou em missões no Haiti, no território Yanomami e no enfrentamento à grave crise climática do Rio Grande do Sul. Por ser vinculado ao Ministério da Saúde, o GHC é um ponto central para o nosso trabalho de qualidade. Essa é a razão do GHC: um hospital de excelência e que vai contribuir de forma fundamental no Rio de Janeiro. Estamos trazendo o que temos de melhor na gestão hospitalar do Brasil”, reforça a ministra Nísia.

Segundo ela, o Hospital Federal de Bonsucesso atende região para além da área metropolitana do Rio de Janeiro. “Nós estamos trabalhando para entregar os serviços de qualidade e referência que a população precisa. Vamos fazer as reformas estruturais necessárias e uma gestão eficiente, fortalecendo a rede. Esse é o objetivo dessa mudança de gestão”, concluiu Nísia Trindade.

O Ministério da Saúde e o GHC estimam que a unidade de Bonsucesso tenha a transição de gestão completa em 90 dias, assim como a abertura da emergência e a entrega progressiva de leitos de UTI e leitos comuns.

O secretário adjunto de Atenção Especializada à Saúde, Nilton Pereira, afirma que, até dezembro, todos os leitos estarão abertos, assim como a emergência, que está fechada há anos. “Nós vamos reforçar o investimento. Nossa expectativa é, até o final de novembro, início de dezembro, ter a reabertura da totalidade dos 207 leitos desse hospital que será uma referência para o SUS e para o Brasil”, acrescenta.

Equipes de trabalho realizam oficinas preparando o ingresso no Hospital de Bonsucesso

Conforme o GHC, o trabalho das equipes do GHC/Bonsucesso segue em plena atividade na preparação para assumir o trabalho no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB). Na segunda-feira, 14, as equipes iniciaram oficinas de trabalho divididas por setores de atuação hospitalar.

As equipes seguem trabalhando reunindo profissionais de saúde do GHC e do Rio de Janeiro. O objetivo é preparar os primeiros 15 dias no processo de integração entre os trabalhadores do Bonsucesso e GHC e o início das ações para estruturação e organização do Hospital Bonsucesso.

Processo Seletivo

Para garantir a reposição de trabalhadores, o reforço das equipes e a ampliação da capacidade de atendimento no Hospital Bonsucesso, será publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (18/10), edital para Processo Seletivo Simplificado para preenchimento de 2.252 vagas em caráter temporário, autorizadas pelo Ministério da Saúde e Ministério da Gestão e Integração. Os atuais Contratos Temporários serão mantidos nos prazos vigentes de novembro e dezembro. O objetivo é recompor as equipes de funcionários.

Em comunicado publicado no site do GHC, a nova gestão da instituição de saúde assegura o compromisso com a qualificação dos serviços para os usuários e tranquiliza os trabalhadores que o processo de recuperação do Bonsucesso será em pareceria com os trabalhadores para recuperar a plenitude de sua assistência entre os quais a reabertura dos 207 leitos, que atualmente estão fechados, assim como a emergência.

O objetivo da nova gestão é trabalhar com todos os funcionários comprometidos com a gestão qualificada do SUS para ampliar e fortalecer os serviços aos usuários fluminenses.

Referência no atendimento SUS, o GHC é formado pelos hospitais Conceição, Criança Conceição, Cristo Redentor e Fêmina, além da UPA Moacyr Scliar, de 12 postos de saúde do Serviço de Saúde Comunitária, de três Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e da Escola GHC, todos localizados em Porto Alegre (RS).

Com informações Ministério da Saúde e GHC. Edição SS.

 



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