Estatísticas e Análises | 30 de maio de 2020

Esclerose Múltipla: doença sem cura afeta 40 mil brasileiros, principalmente jovens adultos entre 20 e 40 anos

Procurar atendimento nos primeiros sintomas é fundamental
Esclerose Múltipla doença sem cura afeta 40 mil brasileiros, principalmente jovens mulheres

Hoje (30) é o Dia Mundial da Esclerose Múltipla, data que busca esclarecer conceitos, derrubar preconceitos e promover uma conscientização sobre a doença neurodegenerativa autoimune e crônica. A patologia faz com que células de defesa do organismo ataquem o próprio sistema nervoso central, provocando lesões cerebrais e medulares. No Brasil, 40 mil pessoas foram diagnosticadas com o mal, que afeta jovens adultos com idades entre os 20 e os 40 anos, especialmente mulheres.


Segundo Maria Cecília Aragon de Vecino (foto), coordenadora do Núcleo de Esclerose Múltipla e Doenças Desmielinizantes do Hospital Moinhos de Vento, a data é uma forma de fazer as pessoas refletirem. Apesar de incurável, a doença possui tratamentos eficazes no controle de sequelas e para a qualidade de vida do paciente – desde que o diagnóstico ocorra cedo. “Para a pesquisa, é uma oportunidade de mostrar resultados e de chamar a comunidade de pacientes para que procurem se envolver no assunto, buscando profissionais e trabalhos sérios e responsáveis”, afirma.

Na avaliação da neurologista, as alternativas de tratamento disponíveis, aliadas à tecnologia, vêm apresentando melhores resultados. “Estamos numa fase muito boa, com um conhecimento cada vez mais aprofundado sobre os mecanismos de lesão da doença e, consequentemente, com tratamentos mais eficazes e específicos para os diferentes tipos de evolução do quadro de cada paciente”, explica.

Esclerose Múltipla doença sem cura afeta 40 mil brasileiros, principalmente jovens mulheres_

Ela acrescenta que a esclerose múltipla não tem cura, mas que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado reduzem as possibilidades de surtos e sequelas. Procurar atendimento nos primeiros sintomas é fundamental para frear a doença e garantir que o paciente tenha qualidade de vida pelo maior tempo possível, reduzindo complicações e permitindo que ele se adapte para enfrentar e conviver com o problema.

Como identificar

O diagnóstico é feito pelo histórico clínico do paciente. “Usamos achados de ressonâncias magnética de encéfalo e com a exclusão, por parte do médico, de outras patologias”, pontua Maria Cecília. “No começo, a esclerose múltipla pode ser bastante sutil e se manifestar por meio de sintomas transitórios, que duram até uma semana. Assim, o paciente não dá a devida importância aos sinais, pois não imagina que esteja doente”, alerta a neurologista.

De acordo com a médica, é importante considerar sintomas e anormalidades que possam indicar lesões no cérebro causadas pela esclerose múltipla. Visão dupla ou embaçada, formigamentos e falta de equilíbrio estão entre os sinais mais comuns. A ressonância magnética é o principal exame para o diagnóstico.


Novos tratamentos e pesquisa como aliados

Os tratamentos medicamentosos disponíveis para a doença buscam reduzir a atividade inflamatória e os surtos ao longo dos anos, evitando sequelas e diminuindo o acúmulo de incapacidade durante a vida do paciente. Maria Cecília alerta que os medicamentos utilizados na esclerose múltipla devem ser indicados pelo neurologista, que analisará caso a caso.


A médica destaca que terapias modernas e a tecnologia podem ser aliadas. “Aqui no Hospital Moinhos de Vento temos condições de tratar pacientes com medicamentos novos já disponíveis no mercado e também de testar novas drogas, incluindo os pacientes interessados em protocolos de pesquisa clínica. Outra opção é o transplante de medula óssea, que ainda estamos utilizando como procedimento experimental, em pacientes refratários”, completa.

 


Pacientes refratários são aqueles que receberam todos os tratamentos tradicionais disponíveis mas não apresentaram controle ou melhora da doença.

Saiba mais aqui.

Com informações e foto Hospital Moinhos de Vento. Edição SS.

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