Estatísticas e Análises | 6 de julho de 2018

Baixa qualidade agrava complicações e despesas de saúde, aponta OMS

Relatório aponta que todos os países apresentam este problema
Baixa qualidade agrava complicações e despesas de saúde, aponta OMS

A baixa qualidade dos serviços prestados está contendo avanços e melhorias na saúde em países de todos os níveis de renda. É o que diz o relatório Delivering Quality Health Services – a Global Imperative for Universal Health Coverage, divulgado na quinta-feira (5) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Banco Mundial e pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OECD, na sigla em inglês).

Diagnósticos imprecisos, erros de medicação, tratamento inadequado ou desnecessário, instalações e práticas clínicas impróprias ou pouco seguras, além de profissionais de saúde sem treinamento e experiência adequados são problemas encontrados em todos os países, de acordo com a OMS. Os custos econômicos e sociais ocasionados pelo atendimento de baixa qualidade – em que inclui incapacidade de longo prazo, prejuízo e perda de produtividade – são estimados em trilhões de dólares por ano, de acordo com a entidade.

De acordo com o relatório, o cenário é mais crítico em países de baixa e média renda, onde 10% dos pacientes hospitalizados têm probabilidade de adquirir uma infecção durante a internação – nos países de alta renda, o índice é de 7%.

Em oito países do Caribe e da África, com alta taxa de mortalidade, pesquisas revelaram que são poucos os serviços eficientes para a saúde materno-infantil. Apenas 28% dos cuidados pré-natais, 26% dos serviços de planejamento familiar e 21% do atendimento a crianças doentes foram avaliados como “eficazes”.

Ainda de acordo com o documento, profissionais de saúde de sete países africanos de baixa e média renda só conseguiram fazer diagnóstico adequado entre 33% e 75% dos casos, enquanto diretrizes clínicas para situações comuns e de pouca complexidade foram seguidas em menos de 45% do tempo, em média.

Nos países ricos, um em cada dez pacientes sofre algum ferimento ou machucado ao receber tratamento. Nesses países, cerca de 15% dos gastos hospitalares são referentes a erros no atendimento ou recursos usados para tratar pacientes infectados enquanto estão em centros clínicos. Além disso, o relatório ressalta que as doenças associadas aos cuidados de saúde de má qualidade também geram mais despesas para as famílias e os sistemas.

“Na OMS, estamos comprometidos em garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam obter serviços de saúde quando e onde precisarem”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. “Estamos igualmente comprometidos em garantir que esses serviços sejam de boa qualidade. Francamente, não pode haver cobertura universal de saúde sem atendimento de qualidade”, completou.

Apesar das dificuldades, a OMS também identificou avanços em anos recentes, com melhorias nas taxas de sobrevivência para câncer e doenças cardiovasculares. Porém, a instituição defende que países tracem estratégias nacionais para aumentar a qualidade do atendimento. Para a OMS, as políticas devem focar na experiência do usuário, para identificar lacunas e garantir a confiança no sistema de atendimento.

 

Com informações da Organização Nacional da Saúde (OMS). Edição do Setor Saúde.

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