Estatísticas e Análises | 16 de julho de 2023

Anvisa aprova inovação para reduzir a carga de tratamento de doenças que podem levar à cegueira

O novo medicamento é a primeira molécula na Oftalmologia capaz de se ligar a dois alvos e que permite um intervalo maior entre as injeções intraoculares.
Anvisa aprova inovação para reduzir a carga de tratamento de doenças que podem levar à cegueira

Após mais de uma década de pesquisas pioneiras com o objetivo de atender melhor às necessidades de pessoas com problemas de retina, a Roche Farma Brasil acaba de obter a aprovação da molécula faricimabe junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para duas doenças que podem levar à cegueira – caso não sejam tratadas corretamente: a degeneração macular relacionada à idade (DMRI) na forma úmida e o edema macular diabético (EMD). Ambas as condições podem acometer a mácula, uma região no fundo do olho, que é responsável pela formação da visão mais nítida e detalhada.

O mecanismo de ação do medicamento age em duas moléculas que atuam em vias distintas que comprometem a mácula. A aprovação da Anvisa foi baseada em estudos de fase 3 publicados no periódico Lancet, em que o faricimabe demonstra eficácia e segurança para ambas as indicações”. Com essa aprovação, o Brasil soma-se a mais de 50 países que já aprovaram a molécula para a DMRI úmida e o EMD, incluindo EUA, Japão e Reino Unido.


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No Brasil, essas duas doenças atingem hoje 1,4 milhão de pessoas, segundo dados da Clarivate Decision Resources Group. Juntas, a DMRI úmida e o EMD são as principais causas de perda de visão entre pessoas acima de 55 anos e afetam cerca de 40 milhões de pessoas em todo o mundo, que podem exigir tratamento com injeções intravítreas (dentro do olho) até uma vez por mês. Nos estudos TENAYA e LUCERNE (em DMRI úmida) e YOSEMITE e RHINE (em EMD), mais de 70% dos pacientes passaram a receber aplicações somente a cada quatro meses, contra uma periodicidade de uso a cada um ou dois meses do tratamento atual. A inibição simultânea de duas vias por faricimabe sugere benefícios complementares, estabilizando os vasos sanguíneos e, assim, reduzindo o seu vazamento e a inflamação.

O professor do Departamento de Oftalmologia da Escola Paulista de Medicina (Unifesp), Caio Vinicius Saito Regatieri, acrescenta que faricimabe traz mais controle sobre o processo patológico de inflamação da retina e maior estabilidade da arquitetura retiniana, o que previne novos danos para quem tem essas doenças.


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Pessoas que vivem com doenças retinianas costumam referir-se à frequência de injeções dentro dos olhos como uma limitação fundamental na adesão ao tratamento. Um percentual de 54% dos pacientes europeus relatou sentir ansiedade por mais de dois dias antes de receber a injeção [1]. Pesquisa realizada pela Retina Brasil em 2022, com apoio da Roche, revela que mais de 40% dos pacientes com DMRI úmida tratados com injeções intravítreas em algum momento de sua jornada não mantiveram o tratamento². Alguns deles queixaram-se das muitas injeções e do desconforto, dor e irritação gerados, bem como do tempo de espera para marcar consultas, exames e obter o medicamento. Medo das injeções e ansiedade também foram citados.

“Reduzir a carga deste tipo de tratamento é muito importante para conseguirmos maior adesão e melhores resultados”, afirma o Dr. Caio Regatieri. “Os dados desses estudos são animadores neste sentido, pois permitirão diminuir a frequência das injeções sem perda dos benefícios do padrão atual”, completa.

Assumindo o desafio de desenvolver soluções pioneiras para preservar a visão das pessoas, a Roche avança no objetivo de atender melhor às necessidades das pessoas com problemas de retina. “A Roche possui um compromisso de longo prazo com o acesso dos brasileiros às inovações médicas e estamos empolgados com a aprovação de um medicamento capaz de melhorar a qualidade de vida dos pacientes acometidos por essas doenças oftalmológicas, cujo manejo ainda é desafiador”, diz Michelle Fabiani, líder médica da Roche Farma Brasil. “Este resultado é reflexo do nosso compromisso com a pesquisa clínica, que permeia toda nossa atuação: em 2022, investimos mais de R$ 440 milhões em pesquisa clínica no país, um aumento de mais de 30% em relação a 2021″, finaliza.

Referências:
Sivaprasad S and Oyetunde S. Impact of injection therapy on retinal patients with diabetic macular edema or retinal vein occlusion. Clin Ophthalmol. 2016;10:939-46

Retina Brasil. PESQUISA CONHECENDO A JORNADA DO PACIENTE COM DEGENERAÇÃO MACULAR RELACIONADA À IDADE. 2022.

 



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