Mundo, Tecnologia e Inovação | 1 de abril de 2015

Tecnologia que permite análise do corpo humano é comparada ao Google Maps 

Lentes mostram em detalhes, desde órgãos completos até células
Google Maps do Corpo

Uma tecnologia semelhante à dos satélites que permitem imagens detalhadas e ampliadas de ruas através do Google Maps, agora chega à medicina. A novidade foi apresentada pela engenheira biomédica da Universidade de Nova Gales do Sul (Austrália), Melissa Knothe Tate, durante a conferência da Sociedade de Investigação Ortopédica, em Las Vegas. A ferramenta foi criada pela empresa alemã Zeiss, referência mundial da indústria óptica e opto-eletrônica.

Para que essa visão ampliada seja possível, três fatores são fundamentais: os conhecimentos em osteoporose da equipe, a qualidade dos instrumentos óticos e de medida da Zeiss e a capacidade de processamento de uma grande quantidade de dados da Google. Foi possível aproximar a observação de uma cintura, desde a ligação entre os ossos até detalhes da célula, “reduzindo um trabalho que podia levar 25 anos a algumas semanas”, frisa o comunicado de imprensa da universidade.

Também em nota à imprensa, a engenheira Melissa afirma que “pela primeira vez temos a capacidade de ver desde o corpo todo até a forma como as células conseguem as suas fontes de alimento e como tudo isto está interligado. Isto pode abrir a porta a novas formas de terapia e prevenção ainda desconhecidas”.

Em 2011, Melissa Tate teve contato com a tecnologia criada pela Zeiss  para avaliar a qualidade de peças de silicone em componentes eletrônicos. Imediatamente se estabeleceram as parcerias necessárias para levar a tecnologia para outras áreas de investigação.

Ela e sua equipe também usam técnicas de ressonância magnética para estudar os fenômenos que levam à osteoporose. Porém, na definição da especialista, a técnica é equivalente a olhar para um mapa dos EUA ou da Europa, onde se veem as fronteiras individuais dos países. Com a nova tecnologia “é possível ver cada habitante nas cidades e países”, compara.

A tecnologia apresentada na conferência ainda não pode ser usada para analisar todo o organismo, mas já é utilizada em humanos. Equipes em Harvard (EUA) e na Alemanha utilizam uma técnica semelhante para mapear circuitos neuronais no cérebro.

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