Gestão e Qualidade | 15 de março de 2016

Sistema de Saúde Mãe de Deus apresenta o Hospital do Câncer

Projeto em Porto Alegre deverá ser concluído em três anos
Sistema de Saúde Mãe de Deus apresenta o Hospital do Câncer

O Sistema de Saúde Mãe de Deus (SSMD) anunciou para mais de uma centena de convidados, na manhã de 15 de março, a construção de um hospital dedicado exclusivamente ao tratamento de pacientes oncológicos. O Hospital do Câncer Mãe de Deus vai oferecer atendimento integral e contínuo em Porto Alegre, aliando excelência técnica e humana.

A Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do RS (Fehosul), esteve representada por seu vice-presidente, médico Pedro Westphalen (também secretário estadual da pasta dos Transportes) e pelo diretor-executivo, médico Flávio Borges. Entre as autoridades presentes, o secretário de saúde do RS, médico João Gabbardo dos Reis; o vice-prefeito da Capital, advogado Sebastião Melo; e o secretário municipal de saúde, cirurgião dentista Fernando Ritter.

Na coletiva que antecedeu o lançamento oficial, o superintendente médico do Hospital Mãe de Deus (HMD), Dr. Luiz Felipe Gonçalves, destacou que o objetivo é “oferecer atendimento completo, da prevenção à reabilitação, de forma integrada, com serviço prestado por todos os especialistas”. O estabelecimento – que terá um investimento estimado em R$ 70 milhões em três anos – pretende ser um dos mais modernos centros da América Latina, desenvolvendo programas de prevenção, aconselhamento genético, diagnóstico, tratamento, unidade de tratamento de leucemias e transplante de medula óssea, concentrando esforços na geração de conhecimento com o desenvolvimento de novos medicamentos e pesquisas para o tratamento da doença.

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Mesa que compôs a coletiva de imprensa

 

A estrutura terá 12 mil metros quadrados, o que deve triplicar a capacidade atual de atendimento do HMD para pacientes com câncer nos próximos cinco anos. A novidade faz parte de uma série de investimentos já em andamento, iniciada em dezembro de 2015 com a inauguração da primeira Emergência Oncológica do RS, uma das três existentes no mercado brasileiro. Todo o projeto será realizado com recursos próprios, e ocorrerá em três etapas.

“A primeira fase requer o menor investimento. O que facilitou o projeto é que o faremos dentro da estrutura. Não é um conceito novo, no mundo inteiro se faz isso, assim se economiza”, explicou o superintendente executivo do SSMD, economista Alceu Alves da Silva. “A segunda fase só terá início quando os resultados da fase anterior aparecerem. O mesmo acontecerá na fase três”.

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Superintendente executivo do SSMD, economista Alceu Alves da Silva

 

A decisão de investir num hospital dedicado e exclusivo para o câncer foi baseada em informações epidemiológicas que apontam um expressivo aumento na incidência da doença nos próximos anos. “Além de ser um problema mundial, será maior em países em desenvolvimento”, ressaltou o diretor do Hospital do Câncer, oncologista Carlos Barrios. A incidência de casos (por 100 mil habitantes) em Porto Alegre é de 456 pacientes mulheres, e 471 para homens. No Estado, o número fica em 306 mulheres e 374 homens. “Isso ocorre por uma série de fatores, como descendência europeia dos gaúchos, os costumes e o avanço da idade”, explica o especialista. “Em cinco ou dez anos, com muita certeza o câncer será a primeira causa de mortes no Rio Grande do Sul. Esses dados fundamentaram a ideia de oferecer um atendimento especializado e qualificado para essa população”, afirmou Barrios.

O novo prédio do Hospital do Câncer Mãe de Deus estará conectado à atual estrutura do hospital, funcionando de forma integrada, com equipes multiprofissionais e dispondo de todo seu know-how em serviços de saúde. Pioneiro no Sul do Brasil para atendimento à rede conveniada e particular, o projeto contará com consultórios médicos, sala de radioterapia, áreas de atendimento e tratamento ambulatorial multidisciplinar, aconselhamento genético e novas tecnologias de diagnóstico e tratamento entre outros recursos. O Hospital ampliará a oferta de projetos de estudo de novos medicamentos e acesso a tratamentos inéditos para a doença acessíveis apenas fora do País. “Em um primeiro momento, o atendimento será apenas para a saúde suplementar, mas o serviço vai influenciar outras instituições indiretamente”, explicou o oncologista e pesquisador Sérgio Azevedo. “O desenvolvimento oncológico é muito ambulatorial. Os leitos não são uma prioridade agora, pois boa parte do tratamento ocorre em outro ambiente”, completou.

O SSMD já oferece serviços integrados através do Instituto do Câncer Mãe de Deus, criado em 2004, com a intenção de expandir a cultura e a tradição oncológica para outras áreas fundamentais como a radioterapia, a cirurgia oncológica, a hematologia, o banco de sangue, a psicologia, a enfermagem, a farmácia na área do câncer, a nutrição, a fisioterapia e todas as outras áreas que fazem parte da complexa estrutura necessária para oferecer um atendimento de ponta e abranger todas as necessidades do paciente e de sua família.

“Não é um projeto humilde. Os recursos humanos do Hospital Mãe de Deus estão entre os melhores da América Latina e vai atrair novos talentos”, resumiu o Dr. Barrios.

Durante a cerimônia de lançamento, Alceu Alves salientou que “é preciso entender os sinais. Frente a um inimigo de tamanha incidência, não podemos cruzar os braços. Queremos que a população do Rio Grande do Sul tenha todos os recursos para o tratamento aqui. Seremos o hospital especializado em câncer, em toda sua cadeia de valores, seja a baixa, média ou alta complexidade”.

Presente na cerimônia, o vice-prefeito de Porto Alegre, advogado Sebastião Melo, destacou que “o Hospital Mãe de Deus está no rumo certo. Já era referência nacional, internacional, e agora será um pólo oncológico”. O secretário da saúde do RS, médico João Gabbardo dos Reis, declarou que “ver o processo de criação de uma nova unidade hospitalar traz uma qualificação excepcional para o Estado. Além de manter a equipe de especialistas, trará outros profissionais de fora, que podem se fixar aqui. Porto Alegre é um pólo de assistência, e essa medida vai qualificar ainda mais”.

O presidente da Fehosul, médico Cláudio Allgayer, não pôde estar presente em função de compromissos agendados fora do Estado, mas declarou em contato com o Portal Setor Saúde que “o Rio Grande do Sul, com mais esta meritória e qualificada iniciativa, vem se preparando para se tornar um ponto de referência, um hub especializado para estudos e tratamentos avançados contra o câncer. O envelhecimento da população impactará a todos. Nossas instituições de saúde estão tendo uma postura correta, inseridas para resolver os problemas em suas comunidades e promovendo investimentos robustos para fazer frente às demandas mais importantes”, destacou.

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Pedro Westphalen e Flávio Borges (Sistema Fehosul), Antônio Quinto Neto (IAHCS Acreditação) e Luiz Augusto Pereira (Hospital Parque Belém)

 

As três fases do projeto

A primeira será a expansão de consultórios e áreas de tratamento oncológico ambulatorial do Instituto do Câncer com início no primeiro semestre deste ano. Os sete andares da Torre Leste do Centro Clínico Mãe de Deus (ver representação gráfica de número 3), na Rua Costa, abrigarão uma Unidade de Tratamento Quimioterápico e um Centro de Tratamento Imunoterápico, aumentando a capacidade de atendimento com mais salas de aplicação e novos consultórios. Entre os principais destaques desta estrutura, já na primeira fase, está a instalação de um novo PET-CT, tecnologia que representa o que existe de mais moderno no diagnóstico de tumores.

Na segunda etapa do projeto, com início previsto para 2017, haverá a readequação e reforma das áreas assistenciais de internação na estrutura do Hospital Mãe de Deus (2), dedicando áreas específicas para o atendimento para o Hospital do Câncer no Bloco Cirúrgico e CTI.  Também será lançada uma unidade de tratamento de leucemias e transplante de medula óssea. Ainda nesta segunda fase, será adquirido equipamento de radioterapia intra-operatória que permite a realização de tratamento com radiação durante a cirurgia oncológica, diminuindo a necessidade das sessões que normalmente são realizadas após a cirurgia. Este será o primeiro aparelho do tipo no RS e um dos poucos disponíveis no Brasil.

A construção de um novo prédio (1) será a terceira e última fase deste projeto. A conclusão está prevista para 2018.  Nesta fase, novos equipamentos de radioterapia de última geração serão instalados, multiplicando ainda mais a capacidade de atendimento da instituição.

O Hospital do Câncer Mãe de Deus pretende ser referência em atendimento oncológico na Região Sul e no Mercosul e terá uma interação contínua com os grandes centros especializados do mundo. Atenderá a pacientes das redes privada e conveniada, com potencial para beneficiar também à rede pública através dos hospitais integrantes do Sistema de Saúde Mãe de Deus no interior do Estado.

O NOVO HOSPITAL

Unidades

03 Unidades de Quimioterapia ambulatorial

02 Unidades de Radioterapia

02 Unidades de Internação

03 Unidades de atendimento ambulatorial

01 Unidade de transplante de medula óssea

01 Centro de Pesquisa clínica

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