Estatísticas e Análises | 27 de julho de 2016

“Se você curtiu os anos 80, faça o teste das hepatites virais” 

Campanha da Secretaria da Saúde foca em pessoas com mais de 40 anos 
Se você curtiu os anos 80, faça o teste das hepatites virais

“Se você curtiu os anos 80, faça o teste das hepatites virais”. Este é o slogan da campanha de prevenção no Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais, 28 de julho, desenvolvido pela Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS). A mensagem destaca a importância da prevenção e da testagem para o diagnóstico da doença, com foco nas pessoas com mais de 40 anos de idade.

A SES/RS distribuiu para os municípios, por meio das 19 Coordenadorias Regionais de Saúde (CRA´s), 15 mil cartazes e 500 mil flyers.

A diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), Marilina Bercini, informa que o público-alvo – com mais de 40 anos -, foi estabelecido porque não havia disponibilidade da testagem para hepatite C antes de 1993. “Naquela época, também as campanhas de prevenção a fatores de risco como sexo desprotegido, utilização de materiais e instrumentos não esterilizados tinham alcance reduzido”, lembra a diretora.

As hepatites virais são provocadas por vírus que atacam o fígado, causando inflamação. No Rio Grande do Sul, em 2015, foram confirmados 1.797 casos de Hepatite B e 2.881 casos de Hepatite C.

São causadas por diferentes vírus, sendo os mais comuns o B e C, transmitidos principalmente por meio do sangue. A hepatite A tem baixa incidência, sendo um dos motivos do seu controle, a vacinação infantil.

As principais formas de contágio das hepatites são o compartilhamento de materiais cirúrgicos, de manicures, odontológicos ou de tatuagem, de higiene pessoal, material para uso de drogas injetáveis. No caso da hepatite B, por relação sexual sem o uso de preservativo. A hepatite B também pode ser transmitida de mãe para filho durante o parto, a chamada transmissão vertical.

O diagnóstico dos casos pode ser feito na Atenção Básica de Saúde, e complementado nos Serviços de Atendimentos Especializados às Hepatites Virais. O SUS disponibiliza tratamentos para as hepatites B e C, de acordo com os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Sintomas

Cansaço, febre, dor abdominal, tontura, enjoo ou vômito e icterícia, são os sintomas mais comuns. Porém, é possível que pessoas portadoras de hepatites não apresentem nenhum desses sinais. Por isso, a consulta médica e a realização de exames são essenciais para o diagnóstico precoce, capaz de evitar complicações.

Imunização e outras formas de prevenção

O Calendário Básico de Imunização Infantil prevê, desde 2104, a vacinação contra a hepatite A disponível nas Unidades Básicas de Saúde, em dose única, para todas crianças aos 12 meses de idade (ou até menores de 2 anos). A vacina pode ser administrada concomitantemente com outras vacinas do calendário de rotina.

Para a hepatite B, a vacina está disponível gratuitamente em todas as Unidades Básicas de Saúde para pessoas de todas as faixas etárias. A imunização para este tipo de hepatite é realizada em três doses, com intervalo de um mês entre a primeira e a segunda aplicação, e de seis meses entre a primeira e a terceira dose. Contra a hepatite C, ainda não há vacina.

Em clínicas particulares, também são oferecidas vacinas para as hepatites A e B. O custo depende de cada local.

Para prevenir casos de hepatite A, também deve-se melhorar as condições de higiene e de saneamento básico, como por exemplo:

– Lavar as mãos após ir ao banheiro, trocar fraldas e antes de comer ou preparar alimentos;

– Lavar bem, com água tratada, clorada ou fervida, os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos;

– Lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras;

– Não compartilhar utensílios pessoais;

– Evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios, para não comprometer o lençol d’água que alimenta o poço. Deve-se respeitar, por medidas de segurança, a distância mínima de 15 metros entre o poço e a fossa do tipo seca, e de 45 metros, para os demais focos de contaminação, como chiqueiros, estábulos, valões de esgoto, galerias de infiltração e outros.

Em relação às hepatites B e C, as ações de prevenção recomendadas são:

– Usar material esterilizado ou descartável nos consultórios médicos, odontológicos, acupuntura, barbearias, salões de manicure/pedicure, locais de realização de tatuagens e colocação de piercings;

– Não compartilhar escovas de dente, lâminas de barbear ou de depilar;

– Não compartilhar equipamentos para uso de drogas (agulhas, seringas, cachimbos ou canudos);

– Usar preservativos nas relações sexuais.

Cura da Hepatite C

Apesar da gravidade da hepatite C, novos tratamentos surgiram para tratar a doença nos últimos anos. O medicamento Sovaldi, por exemplo, é um dos que ajudam na erradicação da doença, em cerca de 80%-90% dos casos. Porém, o alto valor do tratamento é uma das grandes discussões envolvendo governos, pacientes e comunidade médica. Um tratamento completo pode custar até 150 mil dólares. O SUS já oferece alguns dos novos tratamentos para a hepatite C.

Saiba mais sobre estes medicamentos e a Hepatite C.

Cartazes desenvolvidos pela SES/RS

Cartazes desenvolvidos pela SES/RS

 

Acesse a campanha completa aqui.

* Com informações SES/RS e Portal Setor Saúde

VEJA TAMBÉM