Um novo medicamento contra o câncer para o tratamento da leucemia, produzido pela Roche, foi rejeitado pelo conselho que analisa a relação custo-eficácia da agência regulatória britânica, a The National Institute for Health and Care Excellence (NICE). Segundo o órgão, a reprovação se dá pelo alto valor (preço) do medicamento, o obinutuzumab. Em agosto, a NICE já havia rejeitado outra droga da farmacêutica suíça, a Kadcyla, para uma forma agressiva de câncer de mama.

Avaliadores da NICE determinam qual medicamento vale a pena ser adquirido e oferecido à população no serviço público inglês, o National Health System (NHS). “Embora obinutuzumab é um tratamento clinicamente eficaz para a leucemia, havia muitas incertezas na apresentação da empresa e não podemos ter certeza de que se trata de um uso eficaz dos recursos do NHS”, disse o executivo-chefe da NICE, Andrew Dillon. E completou: “Com recursos limitados, precisamos garantir que cada medicamento que recomendamos ofereça aos pacientes não só o melhor atendimento, mas também o melhor valor para o NHS”.

A Roche, cujo tratamento com o medicamento para leucemia com o obinutuzumab custa 26.496 libras esterlinas (cerca de R$ 100.690,00), disse que vai continuar trabalhando com a Agência para encontrar uma maneira de torná-lo disponível.

Há uma crescente pressão sobre as empresas farmacêuticas frente ao alto custo dos medicamentos. Novas drogas e tratamentos têm renovado a esperança de pacientes, mas, em muitos casos, a um preço elevadíssimo, fazendo governos e operadoras de planos de saúde, reverem suas projeções de despesas. Outro caso emblemático é o remédio que promete a cura para a hepatite C, cuja pílula tem valor de 1 mil dólares com um período de tratamento de três meses ao custo de 84 mil dólares – em casos mais agressivos o valor pode chegar a 150 mil dólares (ver aqui).