Estatísticas e Análises | 21 de agosto de 2014

Receita das operadoras de planos de saúde aumenta 12,8% no primeiro trimestre de 2014

Judicialização é apontada como fator de desequilíbrio no setor
Receita das operadoras de planos de saúde aumenta 12,8 porcento no primeiro semestre de 2014

A FenaSaúde, representante institucional das Seguradoras Especializadas em Saúde e de operadoras de outras modalidades, como das Medicinas de Grupo e Odontologia de Grupo, registrou R$ 9,4 bilhões em despesas assistenciais nos três primeiros meses de 2014. Em comparação com o mesmo período de 2013, quando estas despesas somaram R$ 8,1 bilhões, houve crescimento de 15,6%. Em contrapartida, as receitas das associadas cresceram a uma taxa menor: 12,8%, registrando R$ 11,6 bilhões no primeiro trimestre de 2014 contra R$ 10,3 bilhões no mesmo período do ano passado.

Segundo a entidade, cujas associadas reúnem 38% dos beneficiários de todo o mercado de Saúde Suplementar no país, a série histórica aponta para a tendência do crescimento das despesas com assistência à saúde superior à expansão das receitas. No período de janeiro a março de 2010 a 2014, as despesas assistenciais entre as associadas à entidade aumentaram em 98,1%, enquanto a evolução das receitas foi de 92,1%.

“Na avaliação da Federação, o aumento das despesas assistenciais tem como razões a contínua incorporação de novas tecnologias médicas, o aumento do custo de materiais e medicamentos e a judicialização, que frequentemente garante a um bom número de beneficiários procedimentos que eles, por livre escolha, não contrataram ou que não estão acolhidos pelas normas da Agência Nacional de Saúde Suplementar, o que gera desequilíbrio nas contas do setor”, afirma Marcio Coriolano, presidente da FenaSaúde.

Para o presidente da Fehosul, entidade que representa os hospitais, clínicas e laboratórios no Rio Grande do Sul, médico Cláudio Allgayer, estes dados confirmam as denúncias de incremento das receitas dos planos de saúde em proporção muito superior à inflação geral, “embora a imensa maioria dos planos de saúde não reajuste na mesma medida os prestadores de serviços de saúde”, afirmou o dirigente hospitalar. Segundo Allgayer, existem inclusive operadoras de planos de saúde que praticam o chamado “reajuste negativo”, diminuindo os valores pagos a hospitais, clínicas e laboratórios, alegando motivos desvinculados da realidade. Para Allgayer esta situação “somente será revertida com a entrada em vigência, no próximo mês de dezembro, da Lei 13.003 que veda tal mecanismo de achatamento remuneratório”, concluiu.

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