Estatísticas e Análises, Mundo | 24 de julho de 2015

Quimioterapia pode ser prejudicial para pacientes com câncer terminal

Estudo mostra que tratamento é ineficaz contra tumores metastáticos
Quimioterapia pode ser prejudicial para pacientes com câncer terminal

A quimioterapia para pessoas com câncer terminal pode causar mais prejuízos do que benefícios, aponta um estudo publicado na edição do dia 23 de julho do JAMA Oncology.

Os pesquisadores avaliaram um grupo de 312 pacientes com câncer metastático, que não tinham mais de seis meses de vida. Para metade deles, pelo menos uma – ou várias – etapa da quimioterapia foram ineficazes: os tumores continuaram se espalhando para outras partes do corpo. A taxa de redução foi irrisória, de 0% a 2%.

A pesquisa sugere que, para esses casos, não existem evidências de que a quimioterapia seja a escolha certa de tratamento. A principal autora do estudo, Holly Prigerson, do Weill Cornell Medical College, em Nova York, percebeu uma queda na qualidade de vida dos pacientes quando realizavam a quimioterapia, em comparação aos que optavam por não fazê-la.

Além disso, o tratamento prejudicava atividades diárias, fazendo com que os pacientes se sentissem pior. “A quimioterapia não apenas não beneficiou os pacientes com suas capacidades diminuídas, como também pareceu mais prejudicial para os pacientes com bom estado funcional”, afirma a Dra. Holly Prigerson. A pesquisadora espera que os resultados ajudem a informar sobre as escolhas de quem tem câncer terminal.

“A constatação de que a qualidade de vida foi prejudicada com a quimioterapia não foi surpreendente em si. Mas o que surpreendeu foi que as pessoas que estavam se sentindo melhor no início da terapia terminaram se sentindo bem pior”, completou.

Um editorial assinado pelos médicos Charles Blanke e Erik Fromme, ambos da Oregon Health & Science University, ressalta que “equiparar o tratamento com a esperança é inadequado”. Segundo o texto, “mesmo quando oncologistas comunicam claramente sobre o prognóstico e são honestos sobre as limitações do tratamento, muitos pacientes sentem imensa pressão para continuar o tratamento. Neste momento, não seria apropriado sugerir diretrizes para proibir a quimioterapia para todos os pacientes próximos à morte, sem dados irrefutáveis que ​​definam quem pode realmente se beneficiar”.

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