Mundo | 22 de agosto de 2014

Proteína pode frear tumor cerebral agressivo

Medicamento deve chegar ao mercado em quatro anos
Brain Tumor

Uma pesquisa liderada pelo Instituto de Oncologia de Vall d’Hebron (VHIO), na Espanha, demonstrou que a inibição da proteína Myc, presente no desenvolvimento de diferentes cânceres, pode ser uma estratégia eficaz contra o glioma, um tipo agressivo de tumor cerebral.

O trabalho foi publicado na revista Nature Communications e sugere nova abordagem terapêutica para casos onde houve mau prognóstico do câncer, já que a inibição da proteína age no tumor já formado e contra células progenitoras, impedindo a proliferação. Em 2013, a equipe especializada em terapias antitumorais do VHIO conseguiu eliminar tumores de pulmão com a mesma estratégia. Além disso, foi confirmado que não há efeitos colaterais ou resistência ao tratamento.

Atualmente, o grupo tenta desenvolver uma droga inibidora da proteína Myc. A expectativa é criar um fármaco contra outros tipos de câncer agressivos e ainda sem um tratamento efetivo. Os experimentos demonstraram que a inibição funciona em tumores de ratos e seres humanos. Os testes consistiam em dirigir o tratamento ao tumor que afeta o sistema nervoso central.

A proteína Myc controla até 15% dos genes humanos e está envolvida no processo de proliferação e morte celular programada – necessária para a regeneração dos tecidos – mas podem provocar uma proliferação celular descontrolada, o que origina cânceres como os de mama, cólon, pulmão, pâncreas, estômago, cérebro, entre outros. O novo medicamento busca a mutação das células tumorais, aumentando de tamanho ou gerando dois núcleos, o que as leva a desaparecer sem chances de reprodução.

Os pesquisadores envolvidos no estudo garantem que o tratamento atinge apenas os tecidos danificados, sem provocar efeitos graves ou prejudiciais no organismo e informam que o medicamento poderia chegar ao mercado entre três e quatro anos.

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