Gestão e Qualidade, Mundo | 25 de maio de 2015

Por que os hospitais devem oferecer educação sobre custos a enfermeiros

Artigo de especialista norte-americana analisa formas de reduzir gastos
Por que os hospitais devem oferecer educação sobre custos a enfermeiros

Em artigo publicado no site norte-americano Hospital Impact, a enfermeira Susan J. Penner, do corpo docente da Escola de Enfermagem da Universidade de São Francisco, analisa a importância do treinamento de enfermeiros em relação a custos de saúde.

Segundo a publicação, “a cada dia hospitais desperdiçam dinheiro, e as despesas não-pessoais para uma unidade de enfermagem de um hospital típico na América são milhares de dólares acima do orçamento”, alerta Susan. Ela ressalta que uma das razões para os altos custos são questões simples, como o manuseio e a rotulagem errados em testes de laboratório, o que leva à repetição do exame, que geralmente não é reembolsado. “Outra razão potencial é de que os enfermeiros estão utilizando muito mais suprimentos do que o necessário para pacientes internados, muitas vezes esquecendo-se de cobrar por esses itens”, diz a especialista.

Não raro, os enfermeiros desconhecem completamente os custos dos serviços prestados, tanto em internação quanto ambulatorial. “Alguns enfermeiros não têm qualquer educação em finanças na saúde, e muitas vezes resistem a ideia de que precisam pensar sobre o custo dos cuidados em enfermagem. No entanto, nestes tempos de mudanças rápidas e recursos cada vez mais escassos, é hora para os enfermeiros perceberem que seu desempenho afeta não só a saúde dos pacientes, mas a saúde financeira da instituição”, considera Susan Penner, que ministra um curso de gestão de recursos financeiros no Masters of Science in Nursing Program, da Universidade de São Francisco.

“Não importa o nível de experiência dos alunos, a maioria desses estudantes são céticos sobre a necessidade de aprender conceitos financeiros. Ao final do curso, esses alunos têm uma compreensão básica sobre a importância do financiamento em saúde”.

A especialista destaca um conceito fundamental, que foca os impactos que os orçamentos de saúde têm sobre os serviços de enfermagem. “Uma estratégia que uso no curso é a de atribuir aos estudantes a revisão de medidas e documentos do hospital da Califórnia. Quando os alunos acham que um hemograma completo pode custar até US$ 200, eles percebem que os serviços laboratoriais mal utilizados vão custar à instituição uma quantia muito maior. Quando os alunos acham que os gastos com a compra de gaze pode ser de US$ 20 ou mais por pacote, eles pensam sobre os custos do suprimento desperdiçado, o que lhes permite aprender sobre a relação entre o desempenho da enfermagem e os custos hospitalares”, explica.

O artigo ressalta, também, que “os gestores estão começando a perceber que a troca de informações e o suporte na entrada de funcionários na instituição, podem ajudar a equilibrar o orçamento da unidade de enfermagem”. A enfermeira valoriza as políticas “que valorizam a entrada de pessoal e inclui funcionários na tomada de decisões”.

Educar enfermeiros da equipe sobre os custos e as receitas, vai além da gestão de suprimentos e de testes de laboratório. “No ambiente de saúde de hoje, os enfermeiros precisam entender que o fluxo de pacientes e reinternações evitáveis ​​são grandes problemas de desempenho. Uma estratégia é preparar e empregar líderes, equipados com ferramentas de gestão e uma compreensão das finanças” aponta o artigo.

Susan, por fim, diz que, “como educadora e enfermeira experiente, eu sei que o enfermeiro pode evoluir se aprender sobre orçamentos e sobre o negócio que é o serviço de saúde”, conclui.

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