Mundo | 3 de abril de 2013

Novos medicamentos contra o alcoolismo

Novidades devem estar disponíveis até o final de 2014
Novos medicamentos contra o alcoolismo

Três laboratórios travam uma positiva corrida que deve apresentar importantes novidades até o final de 2014. Novos medicamentos para combater o alcoolismo, algo aguardado há mais de 20 anos, estão em estudos.

Um deles é o Selincro, do laboratório dinamarquês Lundbeck, que tem dado resultados positivos e até o final deste ano começará a ser vendido no mercado de países escandinavos, Alemanha e Polônia. O diferencial desse remédio é a perda de desejo de beber. As pesquisas em laboratório apresentaram poucos efeitos colaterais e redução no consumo em quase 60% (o que equivale a uma garrafa de vinho por dia) após seis meses de tratamento. A vantagem é oferecer um tratamento que permite ao paciente beber algumas doses esporádicas.

Prescrito na Itália e na Áustria, um segundo medicamento europeu a combater a bebida é produzido pelo laboratório D & A. De acordo com o jornal Le Figaro, a comercialização na França deve começar até o final de 2014. O problema, nesse caso, é a utilização da molécula GHB, que funciona como um sedativo e também pode causar, em grandes dosagens, náuseas, inconsciência e até coma temporário. É mais bem sucedido com pacientes que sofrem com abstinência.

Por fim, o terceiro medicamento é o Baclofeno, atualmente usado como relaxante muscular para o combate a doenças como esclerose múltipla. Dois estudos clínicos trabalham em cima do baclofeno. Todos os remédios atuam no sistema de neurotransmissores, influenciando atividades cerebrais de forma a aliviar a vontade de ingerir álcool.

As novas armas para o combate ao alcoolismo, no entanto, não anulam questões relevantes. O que acontece com o paciente ao final do tratamento ainda é uma incógnita, já que a redução no consumo não garante que não ocorram recaídas. Independente do tratamento, acompanhamento psicológico e apoio social são fundamentais para cuidar de uma doença de tamanha complexidade.

Conforme já divulgado pelo portal Setor Saúde (veja aqui), estudos comprovam que o álcool é o maior causador de mortes prematuras no mundo. O Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas feito pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) e pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), revela que o consumo por adolescentes atinge por volta de 54% dos jovens de 12 a 17 anos, sendo 7% já apresentando sinais de dependência. Entre jovens de 18 a 24 anos, o número sobe para 78% de usuários e 19% de dependentes. A pesquisa da Cebrid diz que o início do consumo se dá por volta dos 12 anos.

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