Uma pesquisa feita pela Fiocruz e apresentada no Congresso de Qualidade em Serviço em Saúde (QualiHosp) revelou que até 73% dos erros que ocorrem em hospitais brasileiros poderiam ser evitados. Os dados serão uma ferramenta útil para o Ministério da Saúde elaborar novas normas de segurança, que entrarão em vigor em 2014.

O País apresenta um alto índice de problemas evitáveis, de 66,7% a 73%, taxa bem superior a de regiões desenvolvidas, como França (27%) e Austrália (51%). Em números absolutos, dos 11,1 milhões de internados no SUS em 2008, cerca de 563 mil foram vítimas de erros evitáveis.

O estudo sugere que sejam aplicados de forma mais rigorosa protocolos de segurança. Atualmente erros fatais podem acontecer por causa de detalhes simples como frascos iguais para diferentes medicamentos, ou etiquetas da mesma cor.

Na avaliação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), há formas de prevenir essas falhas, porém a cultura do castigo faz com que as pessoas acobertem seus próprios erros. O falha deve ser aproveitada como aprendizado, não para punição segundo a Agência.

A Anvisa trabalha para construir um dispositivo eletrônico que permita monitorar eventos adversos e, assim, poder agir na prevenção. Outra medida é tratar com o Ministério da Educação para implementar o tema Segurança do Paciente nos currículos das faculdades de medicina.

Proporção de erros evitáveis:

Infecção associada ao cuidado – 24,62%

Complicações cirúrgicas/anestésicas – 20%

Dano por atraso ou falha de tratamento – 18,46%

Complicações por punção venosa – 7,69%

Dano por queda – 6,15%

Dano por medicamento – 4,62%

 Áreas onde mais acontecem eventos adversos:

Enfermaria – 48,5%

Centro cirúrgico – 34,7%

UTI – 11,9%

Outros locais – 5%