Gestão e Qualidade | 27 de março de 2015

FEHOSUL e Anahp alertam sobre aumento de custos na saúde

Dólar acima de R$ 3 impactará custos em 25% 
FEHOSUL e Anahp alertam sobre aumento de custos na saúde

A Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Rio Grande do Sul – FEHOSUL, juntamente com o SINDIHOSPA (Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre) vem acompanhando nos últimos anos a evolução dos custos do setor, medindo a chamada “inflação médica”, específica do setor. Segundo o presidente da Fehosul, médico Cláudio Allgayer “um fenômeno recorrente em todo o mundo é que a inflação do setor saúde é sempre superior à inflação oficial de cada país, face ao aumento constante do acesso e cobertura, ao envelhecimento populacional, aumento da expectativa de vida, novas tecnologias e ao incremento das doenças crônicas”, assinala Allgayer.

Nos dois últimos anos (2013 e 2014) a inflação do setor saúde no Rio Grande do Sul, medido pelo Instituto de Estudos e Pesquisas Econômicas da UFRGS, superou em 48,83% a inflação oficial do país apurada pelo IGP-M. O Índice de Custos Hospitalares gaúcho, em 2013 e 2014, ascendeu no acumulado à 13,99% contra uma variação, também acumulada,  do indicador oficial em 9,40%.

CUSTOS

O presidente da FEHOSUL alerta que nos três primeiros meses do corrente ano em que o dólar – moeda de aquisição da maioria dos insumos, materiais e medicamentos do setor – subiu quase 40%, o impacto na inflação do setor já atinge 25%, com tendência a aumentar nos próximos meses à medida que os estoques antigos dos fornecedores forem sendo substituídos já com a marcação dos novos preços. “A situação é mais preocupante porque o SUS, grande comprador de serviços hospitalares sinaliza ausência de reajustes no corrente ano, face à crise fiscal da União, Estados e Municípios, e as operadoras de planos de saúde não tem reajustado os serviços prestados pelos hospitais, clínicas e laboratórios, o que configura iminente colapso assistencial no país”, afirma, com indignação, o presidente da FEHOSUL.

Também a Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) – entidade que representa cerca de 60 hospitais que juntos tiveram um faturamento de R$ 17,3 bilhões em 2013 – estima um aumento de 25% nos custos hospitalares com o dólar acima dos R$ 3.

Nos últimos dois anos, os hospitais ligados à Anahp viram seus custos sofrerem uma variação superior a da receita. Em 2013, a receita líquida aumentou 5,1%, enquanto os custos cresceram 6,1% em relação a 2012. O mercado hospitalar no Brasil movimenta cerca de R$ 70 bilhões.

O presidente da Anahp, Francisco Balestrin, pontua que a alta na moeda americana deve se refletir nos projetos de expansão dos hospitais. “Até 2016, o setor precisará de 13,7 mil novos leitos, caso a população de beneficiários dos planos de saúde cresça apenas 2,1% ao ano. Ao custo de US$ 150 mil por leito, essa expansão exigiria US$ 1,9 bilhão. Certamente a alta do dólar é um dos grandes fatores que podem retardar esse investimento”, afirma Balestrin.

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