Política | 23 de outubro de 2014

Equipe de Saúde de Tarso Genro reúne-se com FEHOSUL e Sindihospa

Atual Secretária de Saúde, Sandra Fagundes, apresentou projetos do governo para a próxima gestão
Tratando de Saúde 22 de outubro1

Ocorreu na manhã de 22 de outubro mais uma edição do “Tratando de Saúde”, evento promovido pela FEHOSUL e Sindihospa, que recebe membros das equipes dos dois candidatos ao governo do Estado que concorrem no segundo turno. A atual secretária de saúde de Tarso Genro, Sandra Fagundes, falou das realizações da gestão atual e apresentou projetos para os próximos quatro anos.

No primeiro turno, os quatro principais candidatos (Tarso, Sartori, Ana Amélia Lemos e Vieira da Cunha) se encontraram com as lideranças e dirigentes integrantes das entidades de saúde. “Dessa vez optamos por convidar as equipes de saúde, para que pudéssemos discutir sobre a temática saúde, que atinge todas as nossas organizações”, resumiu o presidente em exercício do Sindihospa, Fernando Torelly, na abertura. “Queremos fazer uma interação entre equipe de saúde e instituições hospitalares. Esperamos que essa aproximação institucional do Sindihopspa e FEHOSUL seja, no futuro, ampliada cada vez mais”, acrescentou.

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No início da explanação, Sandra Fagundes reiterou a aplicação dos 12% da receita do Estado para a área da Saúde. “Reafirmamos o compromisso na ampliação dos recursos. Com cooperação e trabalho árduo, chegamos aos 12%”, considerou. “Era um compromisso. Houve a possibilidade e analisamos as prioridades de investimento. Temos que trabalhar com uma rede regional de saúde, investir nessa direção. Cumprimos esse objetivo. Algumas regiões, onde havia maior vazio assistencial, investimos mais. Mas sabemos que não conseguimos tudo. Por isso queremos mais tempo para fazer mais.”

A secretária destacou a aproximação entre as três esferas. “Foi fundamental o alinhamento do Estado com o governo federal e as prefeituras. Isso permitiu trabalhar melhor com a rede de urgência e emergência. Os municípios resistiam em abrir serviço em função do custeio. O Estado repassou recursos que permitiram termos hoje o maior sistema Samu do País”, informando que no dia anterior, mais 16 novas ambulâncias da SAMU haviam sido entregues.

Sobre a aplicação de recursos, Sandra Fagundes frisou que a ideia do governo é “redirecionar o modelo e não remunerar pela produção, mas incentivar melhorias do custo-leito, assim evitando internações desnecessárias. Com o trabalho em rede, ampliando a atenção básica e qualificando os hospitais, nós reduzimos as internações sensíveis à atenção básica. Criamos um filtro para desafogar Porto Alegre”.

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Em relação aos investimentos, a secretária lembrou que “a decisão do governo foi trabalhar na construção da gestão compartilhada. Caxias do Sul também tem essa proposta, assim como Passo Fundo e Santa Cruz. O maior símbolo desse projeto é a abertura do Hospital da Restinga e Extremo Sul, em Porto Alegre, com gestão do Hospital Moinhos de Vento. O custeio das obras é feito pelo Ministério da Saúde, Estado e Prefeitura”.

Destacando a importância da harmonia no setor, a secretária lembrou da visão em relação ao Sistema Único de Saúde. “O SUS é interfederativo, temos que acabar com essa lógica de quem é o responsável pela não-assistência. Somos um conjunto responsável e precisamos saber a quem é atribuído cada função. É preciso ser mais transparente, mudar a cultura de um jogar a culpa no outro. Para isso desenvolvemos um painel de gestão. Vamos trabalhar mais incisivamente, nos próximos quatro anos, em monitoramento e avaliação”.

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Foi apresentada, ainda, a proposta de alinhamento em todo o setor. “Precisamos de um plano diretor da rede hospitalar e da saúde no RS, para termos mais tranquilidade para pensar o lugar que estamos e quais passos daremos. Vamos focar na sustentabilidade do hospital, na qualidade do cuidado e na formação de profissionais, complementando as bolsas de ensino nos hospitais escolas, para que atendam mas também ensinem”, disse Sandra.

“Precisamos pensar em uma agenda além do SUS, para o conjunto de hospitais. Pensamos em criar um fórum permanente de elaboração, com as federações e entidades representativas, para trabalhar na direção da inovação tecnológica, no ensino, na segurança, prevenção de incêndio e gestão de resíduos”, complementou.

Dirigentes e lideranças fazem cobranças

Ao final da atividade, os representantes de entidades e estabelecimentos de saúde fizeram considerações e questionamentos à convidada. Torelly ressaltou que “a gestão eficiente, no setor publico ou privado, cumpre os mesmos princípios: processo gerencial, administrativo, planejamento. O Sindihospa tem grandes exemplos que podem contribuir com o sistema para criar um modelo de saúde competente, que aproveite os recursos de forma adequada”.

O Grupo Paritário e a relação com o IPE-Saúde (veja aqui) também mereceu destaque na explanação da secretária de saúde do Estado. “Vamos manter a periodicidade do grupo paritário, é uma boa instância para negociações e tomada de decisão. Queremos abrir e ampliar essa relação a partir do orçamento de 2015”.

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Por sua vez, o diretor superintendente do Sistema de Saúde Mãe de Deus (SSMD), Cláudio Seferin, elogiou os avanços conquistados nos últimos quatro anos, mas cobrou mais. “A rede hospitalar gaúcha está melhorando, mas ainda há muito o que fazer. Precisamos de um Plano Diretor de Saúde do Estado. Se nosso segmento pode ajudar nesse planejamento, vamos dar grande contribuição à sociedade”.

O superintendente executivo do SSMD, Alceu Alves da Silva, salientou que “o nosso modelo de Saúde da Família é muito antigo. Há problema de financiamento e temos que saber como fortalecer economicamente os municípios. Isso muda a realidade de uma região”, argumentou. “É importante socializar as metas para a melhoria da qualidade da população, assim criaremos uma maior sinergia”, completou.

Para o presidente da FEHOSUL, médico Cláudio Allgayer, é preciso tornar o repasse de verbas mais dinâmico. “Os recursos para as instituições que trabalham para o SUS foram significativas para os hospitais filantrópicos, mas essas não são as únicas instituições que trabalham para o SUS. Há laboratórios de analises clínicas, de anatomia patológica, clínicas de imagem, serviços de oncologia, e uma gama de instituições contratadas que prestam o mesmo serviço para a mesma população. É indispensável que esses recursos não fiquem restritos aos filantrópicos”, cobrou.

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A relação com o IPE-Saúde também foi um tema citado pelo presidente da FEHOSUL. “O IPE-Saúde é importante para todas as instituições, esperamos que no próximo governo nossas reivindicações, como o reajuste emergencial que não teve resposta, sejam levado adiante”, frisou.

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Allgayer aproveitou para fazer um apelo à Secretária: “Que os R$ 30 milhões devidos pelo IPE-Saúde, valor este reconhecido pelo Governo, sejam pagos antes do final do ano, não em janeiro como prometido, já que nos aproximamos de uma época extremamente complicada para os hospitais e demais estabelecimentos de saúde; o pagamento do 13º salário, dos salários de novembro e dezembro, das férias e demais encargos de final de ano”, finalizou.

No encerramento do encontro, o vice-presidente da FEHOSUL e deputado estadual recém eleito pela quarta vez consecutiva, Pedro Westphalen, destacou que o setor está disposto a contribuir. “Queremos muito ajudar o próximo governo, independente de quem seja eleito”, destacou. “É sentando à mesa, conversando e buscando caminhos que encontramos soluções”, concluiu.

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